NOTA da Procuradoria Geral de Justiça de MT sobre Sérgio Moro

“Vejo com muita preocupação. Num momento em que enfrentamos uma grande pandemia, em uma semana tivermos a demissão do ministro da Saúde, que hoje é a área mais sensível, e agora do nosso ministro da Justiça, Sérgio Moro, seja por ele ser uma referência, e também por se tratar de um ministério que deve ter uma abordagem e uma relação de política de Estado e não de governo, exatamente por termos ali uma coordenação da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal. Principalmente da Polícia Federal, ligada ao combate ao crime orgnizado e aos crimes contra o sistema financeiro nacional.

O ex-ministro Moro deixou bem claro que não estava tendo condições de trabalhar exatamente naquilo em que ele se tornou conhecido, ou seja, no combate ao crime organizado. Era aquillo que ele queria fazer após 22 anos atuando como juiz federal, e saiu por um dos piores motivos, ou seja, porque houve uma interferência na mudança do comando da Polícia Federal.

Faltou ao presidente da República separar a política de governo da política de Estado. O Ministério da Justiça não pode ser contaminado por interesses pessoais ou por barreiras de grupos quanto à investigação de crimes.”

José Antônio Borges Pereira, procurador-geral de Justiça de Mato Grosso