Tudo para os mesmos. Os príncipes se digladiam: vamos mudar para ficar tudo como está! Afinal o reino é nosso. Exige-se apenas um pouco habilidade para dividir e butim e continuamos como sempre: mandando.
Este é o cenário que se descortina a nossa frente. Cogitam-se, lançam-se nomes e mais nomes para sentir o pulso da aceitação. O componente familiar ajuda em muito na política: por que não a minha mulher ou o meu filho que certamente manterá a nossa dinastia? Coligações são pensadas. Reeleição é testada, mas o objetivo é mesmo: temos que viabilizar a nossa manutenção no poder. Nada de novo, pois o novo pode nos desapear do poder como já fez no passado e tivemos que penar para voltar.
Oposição e o novo por aqui somente se fez presente por descuido ou erro de estratégia. Não podemos errar. Nesse “pari gato” tudo é um jogo de cena, afinal política é um circo, onde temos que encontrar o melhor palhaço para manter o nosso eleitorado cativo.
As disputas intestinas da classe política arcaica e envelhecida passa ao largo dos problemas da cidade. A impotência do contribuinte é desanimadora. Afinal até quando vamos manter o coxo destes mesmos, insensíveis, impiedosos e insistentes batedores?
O novo é uma aspiração e um fogo fátuo que acende e apaga quando chegamos próximos. Não podemos perder a esperança, pois esta que nos livra do infortúnio e do fracasso. Até quando?
Termino este artigo entediado, com a afirmação de um trecho da canção – Como Nossos Pais, da lavra do genial compositor Belchior, imortalizada pela batuta da voz da nossa maior interprete – Elis Regina -´
Nossos ídolos ainda são os mesmos
E as aparências
Não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer
Que eu ‘tô por fora
Ou então que eu ‘tô inventando
Mas é você que ama o passado
E que não vê
É você que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem
Renato Gomes Nery – advogado em Cuiabá e ex-presidente da OAB/MT
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