As vaias foram debitadas aos produtores, mas na verdade boa parte dos presentes vaiou Mauro. O ambiente era muito desfavorável ao governador, tanto por parte do agronegócio, quanto por servidores que acompanhavam a solenidade de encerramento da safra nacional da soja e o começo do plantio do milho safrinha, na chamada rotação de cultura.
Mauro foi a Sorriso para recepcionar Mourão, que prestigiava o agronegócio. Em um mês e meio de governo aquela foi a primeira vaia experimentada pelo governador. Mesmo com a precocidade do protesto, que normalmente acontece em final de governo, o vaiado não se deixou abater. Disse que também já vaiou. Considerou que é melhor enfrentar essa manifestação no começo do mandato do que se deparar com ela ao término do mesmo, como aconteceu com seu antecessor e ex-correligionário Pedro Taques, que caiu em desgraça no último ano de sua administração.
Companheiro de primeira hora de Taques e participante influente em seu governo, Mauro não citou o nome do antecessor.
DESCONTENTAMENTO – O agronegócio está descontente com Mauro por sua política tributária sobre o setor e pelas alterações sofridas no Fundo Estadual de Habitação e Transporte (Fethab), que aumentou a sangria no bolso do contribuinte rural. O funcionalismo está insatisfeito com o governador por conta da suspensão do pagamento da RGA, e atraso na folha salarial e do 13 salário.
Da Redação
FOTO: Christiano Antonucci – Governo de Mato Grosso