Com dois anos no mercado brasileiro, a variedade vem chamando a atenção de pecuaristas, agricultores e setor agroindustrial por fornecer possibilidade de três aplicações distintas: uso na alimentação animal (silagem e corte/pastejo), uso na restruturação do solo e diminuição dos impactos tropicais na cultura da soja e utilização para a geração de bioenergia. A empresa promete dobrar a oferta de sementes no mercado brasileiro e trabalha com a expectativa de ampliar a área plantada de 120 mil hectares (prevista para ciclo 2020/2021) para 250 mil hectares em 2021/2022.
O desempenho a campo da forrageira chega a impressionar. Em experimentos realizados no Paraná pela G12 Agro Consultoria, sob a coordenação do engenheiro agrônomo Igor Quirrenbach, o sorgo gigante conseguiu uma produção de 105 t/ha de massa verde quando plantado na safra de verão (ao longo de 134 dias) e de 50 t/ha na safra de inverno/safrinha (ciclo de 115 dias). “Na pecuária de corte, por exemplo, um hectare cultivado com o sorgo gigante pode alimentar até oito unidades animal (ua)/ha/ano na primeira safra e cinco ua/ha na safrinha”, garante. O ganho de peso diário (GMD), segundo ele, pode variar entre 0,5 a 1,5 kg, dependendo do nível de suplementação da dieta.
Não por acaso o sorgo ocupou boa parte da programação técnica do evento que reuniu especialistas e técnicos de seis países: Brasil, Paraguai, Equador, Colômbia, Bolívia e Uruguai.
A Agricomseeds tem sede em Santa Cruz de La Sierra (Bolívia) e é focada no desenvolvimento, produção e distribuição de variedades híbridas de milho e sorgo para plantio em regiões tropicais e subtropicais. De acordo com o William Sawa, diretor-executivo da Latina Seeds, a empresa está presente hoje em todos os países da América do Sul e também na África (Angola e Quênia), além de desenvolver parcerias em genética na China e nos Estados Unidos.
Ariosto Mesquita – Campo Grande (MS) com foto de colheita do sorgo gigante boliviano no Sul de Goiás