Mato Grosso tem 13 médios municípios com população entre 20 mil e 29.999 habitantes. Isso é o que informa a Estimativa das Populações Residentes divulgada nesta semana pelo IBGE. O estado tem 3.484.466 residentes em 141 municípios.
Desse grupo, somente Diamantino e Aripuanã figuram entre os antigos municípios mato-grossenses. Os demais surgiram a partir dos anos 1970 com a política de interiorização para ocupação dos vazios demográficos criada pelo governo federal com o slogan Integrar para não entregar.
População por ordem decrescente nos 13 municípios
Jaciara 27.776
No polo de Rondonópolis, à margem da BR-163/364. Comarca. Município agrícola e com uma usina de álcool. É centro regional para a prática de esportes radicais a exemplo do raffting e da canoagem no rio Tenente Amaral.
Fundador: Antônio Ferreira Sobrinho.
Mirassol D’Oeste 27.739
Município do polo de Cáceres na faixa de fronteira. Comarca. Polo pecuário e aviário. Uma usina de álcool aquece sua economia.
Vila Rica 26.037
No Vale do Araguaia, divisa com o Pará. Comarca. A rodovia BR-158 cruza a cidade. Parte do município é questionada pelo governo paraense numa ação que tramita no Supremo Tribunal Federal, como parte daquele estado. Polo pecuário e de abate bovino.
Fundadores: Rubens Rezende Peres e Alair Álvares Fernandes, por meio da Colonizadora Vila Rica. O nome homenageia Vila Rica, a primeira capital de Minas e terra desses colonizadores.
Sapezal 25.881
No Chapadão do Parecis. Comarca. Parte de sua área é formada por terras indígenas. É um dos maiores produtores nacionais de soja e algodão.
Fundador e primeiro prefeito André Antônio Maggi.
Água Boa 25.721
No Vale do Araguaia. Comarca. A rodovia BR-158 cruza a área urbana. Economia diversificada com destaque para a pecuária e agricultura. Polo regional de prestação de serviços públicos: Hospital Regional Paulo Alemão, penitenciária estadual. A cidade é totalmente pavimentada. Parte de sua área é aldeamento de xavantes na reserva indígena Areões.
Água Boa aguarda a construção da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (FICO), que a ligará pelos trilhos à Ferrovia Norte-Sul, em Mara Rosa (GO). A obra, a um passo do começo, deverá ser executada até 2024.
A cidade é o centro geodésico do Brasil.
Fundador: Pastor Norberto Schwantes.
Paranatinga 22.563
Comarca. Um dos maiores municípios de Mato Grosso, Paranatinga tem boa parte de sua área sob tutela da Funai para aldeamento, com destaque para o Parque Indígena do Xingu, que se estende a outros municípios. A pecuária é expressiva e a agricultura se expande. A rodovia MT-130, pavimentada, liga a cidade a Primavera do Leste à margem a BR-070.
Aripuanã 22.354
Comarca. Sua área de 25.107 km² é maior que Sergipe ou Israel. Na Amazônia Mato-grossense, Aripuanã dista 980 quilômetros de Cuiabá e recebe levas migratórias após a descoberta de um garimpo de ouro perto de sua sede e da instalação do Projeto Aripuanã da mineradora Nexa Resources (sucessora do Votorantim) para exploração de uma mina que produzirá concentrados de zinco, cobre e Chumbo; esse projeto prevê investimento de R$ 1,5 bilhão e deve gerar 750 empregos diretos.
O município foi criado em 31 de dezembro de 1943, desmembrado de Alto Madeira, hoje, com o nome de Porto Velho, capital de Rondônia. Até o começo dos anos 1970 a sede da prefeitura funcionava em Cuiabá, pela dificuldade de acesso àquela área.
A cidade não tem acesso por rodovia pavimentada.
Diamantino 22.041
Bicentenário e uma das povoações mais antigas de Mato Grosso, Diamantino surgiu com o garimpo do ouro e diamante. Comarca e bem estruturado polo de prestação de serviços públicos, se localiza no Chapadão do Parecis. É um dos principais polos da agricultura nacional. A BR-364 cruza a área urbana.
As expedições Langsdorff e Rondon-Roosevelt cruzaram Diamantino. Por seu histórico, a cidade ganhou o museu denominado Casa Memorial do Viajante.
Canarana 21.579
Comarca. Polo agrícola com produção diversificada. Centro universitário regional. Tem forte presença indígena na cidade. Parte do município integra o Parque Indígena do Xingu.
A cidade fica a 34 quilômetros da BR-158 e esse trecho é pavimentado (MT-326).
Fundador: Pastor Norberto Schwantes.
Nova Xavantina 21.374
A cidade é nova – sem trocadilho -, mas a região foi colonizada nos anos 1940, quando o Brasil temia ataques navais ao Rio de Janeiro e decidiu interiorizar a capital. Em 1943, a Expedição Roncador-Xingu, que tinha o título oficial de Marcha para o Oeste partiu de Barra do Garças, em duas frentes, uma por terra, que chegou ao local onde posteriormente surgiria Nova
Xavantina e, a outra, navegando pelo rio Araguaia, até a barra do rio das Mortes, na ilha do
Bananal, em Novo Santo Antonio. À frente da Expedição, o coronel do Exército Flaviano de Matos Vanique,
Com a abertura da BR-158 no final dos anos 1960 – à época chamada de Estrada da Suiá-Missú – a vila cresceu. É comarca. O rio das Mortes banha a sede e a BR-158 a cruza no sentido Norte-Sul. É polo universitário com um campus da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat). É região de extração de ouro e sua pecuária figura entre as principais do estado.
A cidade tem um templo da Eubiose.
Comodoro 20.763
Comarca. Fronteira com a Bolívia e divisa com Rondônia, o município tem 22.253,08 km² de extensão. Desta área, 62% são terras indígenas habitadas pela etnia Nambikwara. Afluentes do rio Guaporé nascem no município, que conta com abundância de rios e igarapés, como o Margarida e o Piolho. A rodovia BR-174 cruza a área urbana.
Potencial econômico na agropecuária e agricultura, o município vem se revelando o maior produtor de mel do Estado. Por ano, as estimativas de produção giram em torno de 35 mil toneladas.
No rio Piolho reinou a rainha negra Teresa de Benguela no quilombo do Piolho, quando a mão branca colonizadora escravizava negros no Brasil.
São José do Rio Claro 20.664
Comarca. Município no Chapadão do Parecis. Economia calcada no agronegócio e numa usina de álcool.
Município com potencial turístico banhado pelo rio Claro, da Bacia Amazônia.
Fundador Domingos Briante.
Nova Olímpia 20.301
Município fundado por Belizário de Almeida, o tio Bili, Nova Olímpia desenvolveu-se com a instalação de uma usina do Grupo Itamarati, quando Mato Grosso entrou no centro das atenções do empresariado nacional por conta do programa Proálcool, do governo federal.
Redação blogdoeduardogomes
FOTOS:
1 Karen Malagoli
2 e 3 blogdoeduardogomes
4 – Jana Pessôa
5 – José Medeiros