Migração temporária da soja do Rio Grande do Sul para Mato Grosso

Eduardo Gomes

@andradeeduardogomes

Qual o dano causado pelas enchentes nas lavouras de soja do Rio Grande do Sul? Ninguém pode afirmar com certeza. Porém, sabe-se que o cultivo e a produção dessa leguminosa sofrerão queda brusca nas próximas safras. Mato Grosso tem que pedir a Deus pelo restabelecimento da normalidade no cultivo gaúcho, mas, mesmo assim, deve se preparar para ocupar o vazio momentâneo que a tragédia causará no abastecimento mundial dessa que é a lavoura-âncora nacional.

Mato Grosso cultiva 12,3 milhões de hectares com soja. O Rio Grande do Sul semeou 6,8 milhões de hectares. No próximo plantio os gaúchos não terão a mesma área em condições agricultáveis, sobretudo para a soja. O Brasil não pode perder espaço na política de segurança alimentar mundial e tem que continuar exportando para a China, Países Baixos, Tailândia e para o mundo afora.

Qual a alternativa para ocupar momentaneamente o espaço aberto com o problema no Rio Grande do Sul?  A resposta é simples: a expansão da lavoura mato-grossense, uma vez que o Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins não têm espaço disponível para tanto.

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Aumentar o cultivo mato-grossense e buscar mão de obra ociosa – e equipamentos – no Rio  Grande do Sul, até que nas próximas safras a situação se normalize por lá. Este é o caminho. Não se trata de ação canibalizadora. Ao contrário, uma medida assim será verdadeira mão estendida aos gaúchos que temporariamente ficarão sem trabalho nas plantadeiras, colheitadeiras, aviões agrícolas, transporte, armazenamento etc.

Muitos produtores de soja em Mato Grosso são oriundos do Rio Grande do Sul. Essa afinidade poderá facilitar a migração temporária da força e do conhecimento dos gaúchos para as lavouras mato-grossense com perfil exportador.

Comentários (6)
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  • Jonas Pulquerio

    Bacana. Temos que analisar a questão do êxodo gaúcho.. muitos vão partir em busca de outras áreas..

    Jônatas Pulquério – Diretor de Gestão de Risco do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Brasilia – via WhatsApp

  • Chico da Pauliceia

    Quando Deus precisa mudar o rumo das coisas ele tem que chacoalhar os acomodados , acordar os que não estão enxergando o caminho e criar a nova realidade que ele pretende.
    Infelizmente nós humanos não estamos com a moral elevada aos olhos de Deus a ponto Dele mandar um milagre pra mudar o rumo das coisas.
    Por tudo que os homens tem feito é bem mais plausível Deus dar os sinais através das tragédias.
    Muita coisa mudará meu nobre amigo, pessoas mudarão, cidades se transformarão, outros de longe serão chamados como você bem disse.
    O que eles nao podem é perder a oportunidade de ressurgir, seja lá, aqui ou acolá.
    Culpar a ação humana pelos acontecimentos é enxergar centímetros em uma estrada de 10 mil quilômetros.
    O abismo está literalmente a 1 metro e a humanidade insiste em dar um passo à frente, achando que esse avanço é evolução, mas só está faltando esse passo pro abismo.

    Concordo com seu texto plenamente e acrescento. Nada mais será como antes.
    O RS levará um tempo pra voltar a produzir como antes e o MT acrescentará e permanecerá produzindo mais e melhor.
    E como diria meu saudoso pai :
    “E no final tudo dará certo, se não deu certo ainda é porque não é o final”

    Chico da Paulicéia – Veterinário, pecuarista e ex-presidente do Sindicato Rural de Rondonópolis e do Senar/MT – via WhatsApp – Rondonópolis

  • Maria Isaura

    Sempre brilhante meu amigo

    Maria Isaura – professora – via WhatsApp – Cuiabá

  • Tania Balbinotti

    Temos que dar conta, o que não é fácil!
    Também de alguma forma isso pode ajudar na reconstrução da região, mantendo a geração de riqueza do país.
    É uma tragédia humana, e que, não se pode dizer que era totalmente inesperada
    Já aconteceu algo parecido em 1941!
    Uma região baixa, próxima a um grande rio e ao mar; faltou ao longo de décadas investimentos na construção de estruturas para drenagem e outras soluções que poderiam minimizar as consequências…
    E além disso, estamos vendo uma gestão pública totalmente despreparada, perdida mesmo!
    Isso tanto a nível federal como estadual
    Muitas mudanças são necessárias neste nosso Brasil não é mesmo Eduardo?
    Pensar no nosso povo, usar melhor os recursos para reverter essa situação de pobreza que num país “rico” de riquezas naturais e humanas não precisaria estar como está 😞
    Aqueles que teoricamente “pensam“ precisam se comprometer mais com essa pauta!

    Tania Balbinotti – Empresária – Rondonópolis – via WhatsApp

  • Raul Licinio

    Excelente sugestão. Seria bom para todos. Que venham os gaudérios!

  • Ivair Rizzo

    Fabulosa esta sugestão