Se o ímpeto contra Lula e Bolsonaro ditasse o tom da cobrança em defesa da Saúde Pública e dos hospitais beneficentes em Mato Grosso não estaríamos presenciando bebês morrendo por falta de unidade de terapia intensiva (UTI) na rede conveniada do SUS, enquanto as UTIs da Santa Casa permanecem desativadas.
Onde esttão os valentões que atacam Bolsonaro e Lula até no campo pessoal, que não abrem a boca aqui?
Onde está essa gente?
Vivemos a imoralidade – com respaldo de legalidade – do desembolso das verbas indentizatóriaas de até R$ 65 mil mensais para os 24 deputados estaduais, Para essa vergonha os cofres da Assembleia Legislativa reservaram R$ 4.680.000 (quatro milhões seiscentos e oitenta mil reais) em fevereiro, março e abril, que foi o primeiro trimestre parlamentar da legislatura em curso.
Quem se levanta contra a VI dos deputados pedindo que ela, em sua integralidade seja destinada à solução do problema da Santa Casa?
Ninguém se levanta. Não se levanta porque há interesse pessoal a defender. É cômodo desancar Lula e Bolsonaro, ainda que para tanto tenha que se passar sobre cadáveres das crianças que morrem sem assistência médica.
Quem protesta contra a imoralidade do pagamento mensal dos salários de cinco conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE), afastados de suas funções desde setembro de 2017 por suspeita de improbidade administrativa?
Todos fingem que está tudo na mais absoluta normalidade. Enquanto isso os senhores Waldir Teis, Sérgio Ricardo, Valter Albano, José Carlos Novelli e Antõnio Joaquim continuam e embolsar o dinheiro público, mesmo afastados e judicialmente proibidos de entrarem no TCE.
Quem questiona o governador Mauro Mendes pelo inchaço da máquina pública já inchada?
Quem levanta a voz para perguntar ao Ministério Público qual o montante de dinheiro público devolvido por delatores e para onde foi essa dinheirama?
Quem questiona as mordomias na Assembleia, Tribunal de Justiça, Ministério Público e TCE?
Quem cobra o julgamento do ex-deputados estaduais flagrados recebendo dinheiro de Sílvio Corrêa, então chefe de Gabinete do à época governador Silval Barbosa? Silval e Sílvio delataram que se tratava de corrupção, pagamento de propina. Um dos personagens é o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, que no ato do recebimento deixou cair um maço de notas de reais.
Existe dinheiro para solucionar o problema da saúde. O que falta é cidadania, espírito republicano, respeito ao ser humano e, sobretudo, amor a Deus.
Que a Santa Casa reabra suas portas que há dois séculos amparam o cidadão mato-grossenses. Que os responsáveis diretos pelo caos sejam condenados e paguem por seu erro.
Que as redes sociais mudem de conduta. Que as figuras que as alimentam tenham consciência, parem com o discurso de superficialidade e assumam sua cidadania plena. Se assim agirem, a força dessas novas ferramentas de mídia certamente forçarão a mudança de postura dos nossos felizardos e nababescos homens públicos e de suas instituições.
Eduardo Gomes de Andrade – editor de blogdoeduardogomes
FOTO: Ilustrativa