MEMÓRIA/VETERINÁRIA – Cuiabá deu banana para Rondonópolis

Eduardo Gomes

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Louremberg Rocha era senador e conseguiu o curso de Medicina Veterinária para a UFMT, mais especificamente para seu campus em Rondonópolis. A cidade foi tomada por empolgação. Porém, em Cuiabá, o Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe), que é o órgão deliberativo, normativo e consultivo da gestão superior da UFMT em matéria acadêmica, científica, tecnológica, cultural e artística, bateu o pé que o curso teria que ser instalado na sede da instituição, em Cuiabá.

Rondonópolis estava elétrica. Muita gente tentando ajudar dentro do possível para a viabilização do curso. Zeca D’Ávila, presidia o sindicato rural e cedeu o parque de exposições Governador Wilmar Peres de Farias, para a instalação do hospital veterinário. Um grupo de pecuaristas do Vale do Jurigue assegurou que forneceria os animais necessários para as aulas práticas. Vários veterinários assumiram compromisso de serem professores voluntários durante a formação da primeira turma – dentre eles, Wellington Fagundes, Ivo Ferreira Mendes, João Osmar e Nobuo Tanigut.

A enchente de córrego, que era a movimentação em Rondonópolis, perdeu força ao ser confrontada com o marc dos interesses cuiabanos. O curso foi destinado ao campus na capital. O Consepe dentre outros argumentos, ponderou que os veterinários que seriam os professores pioneiros, exerciam outras funções fora da UFMT, em Cuiabá, e que não se disporiam a mudar para Rondonópolis. Quanto ao voluntariado dos veterinários rondonopolitanos, nenhuma palavra foi dita.

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Na fase da disputa pelo curso, houve articulação política por votos no Consepe. Numa reunião, Carlos Bezerra assegurou um voto: do ex-senador Vicente Bezerra Neto. Na batida do martelo do Consepe a palavra de Bezerra foi cumprida, e os demais deram uma banana para Rondonópolis.

Rondonópolis tem muita expressão regional e naturalmente enfrenta resistências, como no caso da Agrishow, que deixou a cidade para ser pulverizada em vários municípios. Diante dessa realidade o eleitor rondonopolitano não deve votar em candidatos a deputado estadual e deputado federal residentes em Cuiabá e nos demais municípios; quanto aos cargos majoritários é preciso priorizar os políticos locais.

Que o caso do curso de Medicina Veterinária sirva como alerta e que reforce a defesa dos interesses rondonopolitanos, que nem sempre são os mesmos de Cuiabá, e em muitos casos, conflitam.

Foto: Arquivo