Mauro Mendes (DEM) é o oitavo governador eleito após a divisão territorial que em 11 de outubro de 1977 criou Mato Grosso do Sul. Mas antes dessas eleições um foi escolhido pelos militares, Frederico Campos (Arena).
Eleito em primeiro turno no mês de outubro de 2018, Mauro Mendes recebeu o poder do antecessor Pedro Taques (PSDB), que tentou a reeleição e ficou em terceiro lugar na disputa. O vice-governador é o empresário Otaviano Pivetta (PDT).
Otaviano Pivetta exerce o governo quando das viagens de Mauro Mendes ao exterior.
Quando o presidente Ernesto Geisel chancelou a criação de Mato Grosso do Sul o governador era Cássio Leite de Barros (Arena), nomeado na chapa do biônico Garcia Neto (Arena); Cássio chegou ao poder com a renúncia de Garcia, que em 1978 tentou sem sucesso uma cadeira no Senado.
NOMEADO – Frederico Campos (Arena) foi nomeado pelos militares e governou de 1979 a 1982. Seu vice e correligionário José Vilanova Torres assumiu o governo interinamente.
DEMOCRACIA – Frederico transmitiu o poder a Júlio Campos (PDS), eleito democraticamente em 1982 e empossado no ano seguinte. Júlio renunciou em maio de 1986 para concorrer e vencer a eleição para deputado federal; o vice Wilmar Peres de Farias assumiu o cargo e concluiu o mandato. Wilmar tratou de ficar fora do governo alguns dias, para que seu parente Roberto Cruz, que presidia a Assembleia, assumisse o Palácio Paiaguás e, assim, conseguisse a mamata da aposentadoria enquanto governador.
Carlos Bezerra numa chapa peemedebista com o vice Édison de Freitas venceu a eleição em 1986. Empossado no ano seguinte, deixou o cargo em 1990 para tentar uma vaga no Senado, mas foi derrotado. Édison sucedeu o titular, mas renunciou quase ao término do mandato, em consequência de um acidente aéreo em Chapada dos Guimarães, que exigiu longo tratamento e deixou sequelas. O presidente da Assembleia Legislativa, Moisés Feltrin foi empossado governador constitucional para um período de 34 dias, até a posse do sucessor Jayme Campos (PFL).
Jayme foi eleito em 1990, com o bordão “Jayme Pedra 90” e cumpriu o mandato integralmente, mas na interinidade o vice-governador Osvaldo Sobrinho também governou.
Na esteira do sucesso da emenda das Diretas Já, de sua autoria, Dante de Oliveira (PDT) conquistou o poder em primeiro turno, em 1994 – foi a primeira eleição ao governo disputada com a regra que criou a realização de segundo turno. O vice Márcio Lacerda governou num curto período de turbulência.
Reeleito em 1998 pelo PSDB, também em primeiro turno, Dante teve em sua chapa Rogério Salles.
Em março de 2002 Dante renunciou para tentar – sem sucesso – chegar ao Senado, numa das duas vagas em disputa, mas foi batido por Jonas Pinheiro (PFL) e Serys Slhessarenko (PT). Rogério assumiu o cargo. Numa curta viagem que fez ao exterior Rogério foi sucedido pelo presidente da Assembleia, Humberto Bosaipo.
Blairo Maggi (PPS), maior empresário de Mato Grosso, entrou na disputa ao governo em 2002. Na bagagem política Blairo tinha a suplência na chapa do senador Jonas Pinheiro eleita em 1994. A dobradinha vitoriosa de Blairo foi composta por Iraci França (PPS). Iraci foi a única mulher a exercer o cargo de vice-governadora e substituía o titular quando de suas viagens ao exterior.
Repetindo o que fez Dante, Blairo (PR) em 2006 também foi reeleito. Seu vice foi o então presidente da Assembleia, Silval Barbosa. Em 31 de março de 2010 Blairo entregou a chave do Palácio Paiaguás a Silval e entrou em campanha ao Senado tendo sido eleito com 1.073.039 votos e alcançado votação superior a um milhão de votos, fato inédito em Mato Grosso. Em 2007 Blairo e Silval viajaram ao exterior e o presidente da Assembleia, Sérgio Ricardo, assumiu o governo.
Silval (PMDB) chegou ao poder e disputou a eleição ao governo em 2010. Venceu no primeiro turno. Seu vice foi Chico Daltro (PP).
Em 2014 o senador Pedro Taques (PDT) foi eleito em primeiro turno com o vice Carlos Fávaro (PP). Taques tentou a reeleição pelo PSDB e ficou em terceiro lugar – foi o primeiro governador que não conseguiu a reeleição em Mato Grosso. Fávaro renunciou ao cargo de vice e em 2018 concorreu para senador pelo PSD, mas também foi derrotado; as duas cadeiras no Senado foram conquistados por Selma Arruda (PSL) e Jayme Campos (DEM). Com a vacância da cadeira da senadora Selma Arruda, o então presidente do Supremo Tribunal Federal determinou no começo deste ano que o Senado desse posse a Fávaro no cargo e que o mesmo exercesse um fictício mandato até a a posse de quem vencer a disputa para senador em 15 de novembro. Com isso Fávaro recriou a figura do senador biônico.
ORIGEM – O cargo de governador, pela origem de seu ocupante, revela a mesclada formação da população mato-grossense. Dos governadores e seus substitutos constitucionais oito são mato-grossenses e os demais de outros estados.
Frederico Campos, José Vila Nova Torres, Júlio Campos, Wilmar Peres, Carlos Bezerra, Jayme Campos, Dante de Oliveira e Pedro Taques são mato-grossenses.
Cássio Leite de Barros e Márcio Lacerda nasceram em Mato Grosso do Sul.
Rogério Salles, Blairo Maggi, Silval Barbosa e Carlos Fávaro, paranaenses.
Iraci França, Humberto Bosaipo e Mauro Mendes, goianos.
Moisés Feltrin e Osvaldo Sobrinho, paulistas.
Roberto Cruz, mineiro.
Sérgio Ricardo, catarinse.
Otaviano Pivetta é gaúcho.
ADEUS – Faleceram os ex-governadores Cássio Leite de Barros, José Vilanova Torres, Wilmar Peres, Roberto Cruz e Dante de Oliveira.
Eduardo Gomes – blogdoeduardogomes
FOTOS:
1 e 3 – Mayke Toscano – Site público do Governo de Mato Grosso
2 – Instituto Memória do Poder Legislativo