Mauro Mendes recebe elite do jornalismo, fecha blindagem e apoio pra derrubar Emanuel Pinheiro

Alguns participantes são veteranos e trabalharam com máquinas iguais a essa

Arredondada está – sempre esteve. Mesmo assim o governador democrata  Mauro Mendes recebeu no Paiaguás o grupo considerado elite do jornalismo mato-grossense para uma conversa franca, objetiva e calcada no princípio da recíproca contratual em seu sentido mais amplo.

 

A conversa foi para azeitar a relação arredondada. O desfecho foi o melhor possível para as partes. Certamente ele somente não será bom pro contribuinte, que no fim das contas – sem trocadilho é quem pagará o azeitado arredondamento.

Ontem, 21, Mauro recebeu o grupo formado por aquela que seria a elite do jornalismo, que tem em sua composição jornalistas, articulistas, apresentadores de rádio e televisão, comentaristas de televisão e um antigo homem de mídia que se caracteriza por publicações impressas sempre de cunho governista. Boa parte do grupo tem cabelos grisalhos e acumula décadas na atividade.

Oficialmente Mauro convidou a suposta elite do jornalismo para ouvi-la sobre o governo e o momento político mato-grossense. Dentro das quatro paredes e numa conversa franca em off o trem pegou fogo.

MEMÓRIA – Afilhado político de Mauro, Gilberto foi seu secretário de Educação na Prefeitura de Cuiabá

O governador queria ratificar a lealdade da considerada elite do jornalismo e mais duas coisas: primeiro que ela unificasse um discurso de blindagem de seu governo; segundo, que todos participassem de um projeto político para disputar a prefeitura de Cuiabá no próximo ano.

Todos, sem pestanejar nem gaguejar prometeram manter a lealdade gutembergueana, se entenderam quando a unificação do discurso e vestiram a camisa do secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo para prefeito.

Lealdade é chover no molhado, quando entre as partes há um invejável orçamento pra ser injetado nas redações amigas.

A unificação do discurso  foi a coisa mais natural do mundo. Todos botarão Mauro no altar e o apresentarão enquanto vítima da incúria administrativa do ex-governador Pedro Taques. Todos, tentarão mostrar que Mauro faz das tripas coração para botar a casa em ordem. Todos omitirão que o secretário de Fazenda de Mauro, Rogério Gallo, exercia o mesmo cargo no governo Taques.  Os apresentadores e debatedores em programas de televisão venderão a imagem da competência de Mauro e usarão o máximo da argumentação pra transmitir ao telespectador uma suposta genialidade de Mauro, condição essa que lhe permitirá o mais breve possível botar Mato Grosso nos trilhos. O ditos formadores de opinião assinarão inflamados artigos desacandando Taques, elogiando Mauro e criando comparativo da situação mato-grossense com a de outros estados.

Os textos dos formadores de opinião terão peso importante, porque serão reproduzidos em pequenos sites cuiabanos e de outros municípios. Quando a isso, no momento certo o Gabinete de Comunicação entrará em cena.

O projeto político para conquistar a Prefeitura de Cuiabá mira a eleição de Gilberto Figueiredo, que é vereador licenciado e foi secretário municipal de Educação na gestão de Mauro, que o quer na prefeitura, por ser um de seus homens de confiança desde o período em que presidiu o Sistema Fiemt.

Para fortalecer Mauro a suposta elite do jornalismo iniciará, de imediato, uma agressiva campanha contra Emanuel Pinheiro lançando sobre ele todos os males da Saúde Pública. Os participantes do encontro com Mauro acreditam que num estalar de dedos o prefeito estará na lona. Essa crença se reforça com o histórico de Emanuel Pinheiro, no vergonhoso episódio do Paletó. Sua sustentação fica ainda mais frágil após a prisão de sua cúpula na área de saúde da prefeitura.

Quando Emanuel Pinheiro estiver na lona, a considerada elite do jornalismo entrará em ação mostrando que o quadro será mudado por Gilberto Figueiredo.

Um dos participantes do encontro foi quem fez essas revelações, mas condicionou que seu nome e dos demais integrantes da chamada elite do jornalismo fossem omitidos. Ele ainda acrescentou duas coisas que merecem reflexão:

Primeira – Os participantes pediram a imediata liberação de recursos para a mídia. Mauro teria dito que existe um entrave  para tanto, no Tribunal de Justiça (TJ). Um dos participantes de imediato, teria se oferecido para solucionar o impasse: “se o caso é com o TJ deixa comigo que resolvo“. O governador – continuando a fonte – o agradeceu, dizendo que sua equipe cuida disso.

Segunda – Mauro teria assumido o compromisso que levou os participantes ao orgasmo bancário: nos próximos dias liberará uma substancial quantia para eles.

Resumo: Nos próximos dias a considerada elite do jornalismo endeusara Mauro e ao mesmo tempo satanizará Taques.

Também nos próximos dias Emanuel Pinheiro será jogado na jaula dos leões.

E ainda nos próximos dias o dinheiro do contribuinte, que não chega à folha salarial do servidor para quitação da RGA e o pagamento em dia, sem escalonamento, cairá nos bolsos da considerada elite do jornalismo.

Um pouco mais adiante Gilberto Figueiredo será apresentado como se fosse príncipe encantando, montando num cavalo branco ao pé do altar esperando a noiva Cuiabá lhe dizer o sim, para que ele a faça feliz para sempre. 

 

Eduardo Gomes – blogdoeduardogomes

FOTOS:

1 -Ilustrativa

2 – Prefeitura Municipal de Cuiabá – Divulgação

 

Entenda o caso Paletó

Para entender o caso leiam essa postagem, de 17 deste maio

 

PALETÓ – Movimento sai às ruas pedindo degola de Emanuel Pinheiro

Emanuel Pinheiro na imagem que humilha Cuiabá

Não sei se Cuiabá tem grande capacidade de perdão ou composição, ou se ainda mistura das duas coisas para levar algum tipo de vantagem. Isso, não sei. O que sei é sobre o sepulcral silêncio da cidade tricentenária sobre o deplorável episódio protagonizado por seu prefeito, Emanuel Pinheiro, e outras figuras públicas, no episódio que resultou no seu apelido: Paletó. Felizmente uma voz se levanta sobre o caso, ainda que tardiamente, mas se levanta. O empresário, piloto, jornalista, articulista e administrador de grupo de WhatsApp Rodrigo Rodrigues, lidera um movimento contra a corrupção na capital mato-grossense e o direciona a Emanuel Pinheiro. A cobrança pela punição e o fim da corrupção tem data e endereço marcado: sexta-feira, 31 deste maio, às 17 horas, em Villa Felice, na avenida Itália, no Jardim Itália.

Rodrigo Rodrigues, o líder do movimento

O líder do movimento o anunciou nesta sexta-feira, 17, em seu grupo de WhatsApp intitulado O Brigadeiro e que é formado por figuras expressivas de vários segmentos sociais mato-grossenses, de outros estados e do Distrito Federal.

Rodrigo Rodrigues estende sua crítica ao empresário da Comunicação, Marco Polo de Freitas Pinheiro, o Popó, que é irmão de Emanuel Pinheiro, administrador do grupo de WhatsApp G-100 e arrendatário de um canal secundário de TV em Cuiabá. O líder critica a relação da TV de Popó com a prefeitura administrada pelo mano e lamenta que o episódio do Paletó não tenha sido investigado como deveria, pelo Ministério Público.

Luciane recebeu um pacote e pediu mais

O CASO –  Ha dois anos, em agosto de 2017, a Rede Globo exibiu imagens gravadas ao longo da legislatura da Assembleia Legislativa, de 2011 a 2014, em que deputados estaduais e ex-deputados estaduais aparecem recebendo pacotes de dinheiro de Sílvio Corrêa, à época chefe de Gabinete do então governador Silval Barbosa. O modus operandi da entrega é o mesmo. Em curtos diálogos Sílvio contemplava o parlamentar com o mimo financeiro, que tanto ele quanto Silval delataram ao Ministério Público com homologação pelo Supremo Tribunal Federal, que se tratava de pagamento de mensalinho em troca de fidelidade parlamentar de modo a não interfir na mecânica do funcionamento da máquina governamental.

Alexandre enternecido com a bolada

A fila dos que receberam dinheiro é grande. Emanuel Pinheiro foi um deles, e no ato, do bolso já abarrotado de seu paletó, ele deixou cair um pacote da dinheirama – assim a sabedoria popular lhe deu o jocoso apelido de Paletó.

Ezequiel Fonseca, que na legislatura seguinte seria deputado federal, abocanhou um naco da dinheirama. O mesmo fez José Domingos Fraga, que se reelegeria e em 2018 não disputaria mandato eletivo. Alexandre Cesar, que era deputado, pegou sua parte, e após cumprir o mandato exerce a função de procurador do Estado. Hermínio Barreto  era deputado estadual; em 2015 seria suplente de deputado federal e em 9 de maio de 2018 morreu num acidente na BR-364 próximo a Jaciara. Airton Português, ex-deputado, acompanhado por sua irmã Vanice Marques, ex-secretária de Estado, também embolsou. Luciane Bezerra, que depois seria prefeita de Juara e perderia o mandato por corrupção punida com cassação pela Câmara Municipal,  travou um diálogo franco pedindo mais dinheiro ou aquilo que segundo Sílvio e Silval seria mensalinho. Outras figuras também foram contempladas com a generosidade do governador.

Ezequiel e José Domingos numa cena que magoa até madrinha de batismo

De modo geral, todos negam e tentam encontrar as mais diferentes justificativas, como é o caso de Ezequiel, que foi orientado por José Domingos para guardar a dinheirama nas meias.

Rodrigo Rodriguesquer a solução desse escândalo. A Câmara Municipal instalou uma CPI para apurar o Paletó, mas a mesma recebeu o estranho apelido de orelha de freira – existe, mas ninguém vê.  Os personagens dos vídeos levam a vida na mais absoluta normalidade, como se nada daquilo houvesse  acontecido.

RECORRENTE – Emanuel Pinheiro não se deixou abalar pelo vídeo. Mais recentemente o ex-secretário municipal de Saúde, Huark Douglas Correia, e outros da cúpula da área de Saúde na sua gestão foram presos por suspeita de um esquema de desvio de dinheiro público, mas sua blindagem na imprensa impede que o escândalo respingue em seu paletó – sem trocadilho, por favor.

LUZ NO TÚNEL – Rodrigo Rodrigues tenta iluminar o túnel com o grito das ruas, para ver se assim o Ministério Público e a Delegacia Fazendária fecham o cerco sobre o tristemente famoso caso que Silval insiste em chamar de mensalinho.

Rodrigo Rodrigues consciente ou inconscientemente empurra Emanuel Pinheiro para a beira do abismo. Se a voz das ruas for fraca, o prefeito sairá fortalecido, mas se o grito se fizer ouvir e os sites – via de regra sempre governistas em todos os planos – noticiarem o fato, a degola do prefeito será certeira.

Eduardo Gomes – blogdoeduardogomes

FOTOS:

1 , 3, 4 e 5 – Sobre imagem da TV Globo

2 – Vilson de Jesus

 

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