Tudo está preparado no ambiente das redações para o noticiário sobre os 100 primeiros dias do governo democrata de Mauro Mendes. Amanhã, 10, é a data festiva para Mauro apresentar balanço das obras, projetos sociais e os meandros de sua administração iniciada em 1º de janeiro. Longe da festividade e em nome do jornalismo independente vejo uma grave omissão e até mesmo quebra do compromisso legal com a transparência e a moralidade, o silêncio sepulcral de Mauro sobre seus atos nos três primeiros meses do poder que Mato Grosso lhe conferiu. Quero respostas imediatas sobre eles.
O governo tem em mãos ferramentas que lhe permitem acompanhamento presencial de seu fluxo de caixa, das contratações e demissões de servidores comissionados, da execução de obras e do desembolso aos empresários que as executam. Se tem, não há razão para o silêncio de Mauro.
Imediatamente após o encerramento do mês de março, Mauro deveria apresentar o balanço de seu primeiro trimestre, mas fazê-lo como se fosse chefe de almoxarifado mostrando dois mais dois, sem lançar mão de discurso retórico.
O quê do governo é a modernização do Estado, sem a qual a vaca continuará no brejo.. Pergunto a Mauro o que ele fez em 90 dias nesse sentido. Questiono mais:
Quantos servidores comissionados havia na folha de pagamento da administração direta e indireta em 31 de dezembro de 2018?
Quanto esse pessoal custava mensalmente ao governo?
Quantos servidores comissionados existem agora na folha da administração direta e indireta?
Quanto esse pessoal custa mensalmente ao governo?
Quanto o governo gastava mensalmente com a locação de carros para o atendimento mordômico (não incluir saúde, segurança nem educação)?
Quanto é esse gasto agora?
Quanto se pagava mensalmente para o uso da (quase) frota aérea que atende o Paiaguás (sem incluir áreas essenciais da atividade fim)?
Hoje, quanto o festival aéreo custa?
Qual foi o fluxo do caixa nos três primeiros meses? Quanto entrou detalhando inclusive receita extraorçamentária?
Qual foi o desembolso no período? Detalhar folhar de pagamento e duodécimo?
Quanto o governo pagou de dívidas contraídas antes de 2019?
Quanto o governo pagou por obras executadas em 2019?
Como foi o balanço da receita-despesa nos três primeiros meses?
Mauro tem que responder a esse questionamento. Isso é o mínimo que se espera. Não adianta amanhã a mídia entupir Mato Grosso com as glórias dos 100 primeiros dias de governo. Esse floreado gutembergueano é uma linha auxiliar do Poder, que infelizmente continua mais forte a cada dia.
A você que lê esse texto, o pedido para que o replique. Mato Grosso precisa saber o que acontece com o dinheiro público e a realidade sobre seu governo. Que ninguém se omita. A omissão, nesse caso, avaliza a perigosa rota que direciona o Palácio Paiaguás para o rumo tomado pelo ex´governador Pedro Taques, que o escolheu com apoio de Mauro e boa parte de sua equipe. Talvez não tenhamos forças para suportar o resultado de reincidência nesse sentido.
Eduardo Gomes de Andrade -editor de blogdoeduardogomes
eduardogomes.ega@gmail.com
FOTO: Tchélo Figueiredo – Secretaria de Comunicação do Governo de Mato Grosso