Machismo político em Rondonópolis
Eduardo Gomes
@andradeeduardogomes
Com 244.911 habitantes Rondonópolis tem 175.145 eleitores sendo 91.404 mulheres e 83.741 homens. Detalhe: o município não tem pré-candidata a prefeita.
Em Rondonópolis mulher é preterida quando o assunto é política. Mesmo com a maioria do eleitorado sendo feminino, somente os homens disputarão a eleição para prefeito em outubro.
Rondonópolis nunca foi administrado por mulher. Neste ano, quatro homens são pré-candidatos a prefeito e querem suceder Zé Carlos do Pátio (PSB): Teti Augustin (PT), Paulo José (PSB), Thiago Silva (MDB) e Cláudio Ferreira (PL). Adilton Sachetti (Republicanos) também ensaiu uma pré-candidatura, mas recuou.
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Em silêncio as mulheres acompanham o desenrolar dos acontecimentos políticos. Essa atitude Amélia demonstra fraqueza feminina na área mais importante para a plena emancipação da mulher: a política.
MEMÓRIA – Rondonópolis teve duas vice-prefeitas. Marília Ferraz de Souza Salles (PSDB) eleita em 2008, e Valéria Bevilacqua de Carvalho Silva (PMDB), eleita pela Câmara para concluir o mandato de Marília Salles, que foi cassada juntamente com o prefeito Zé Carlos do Pátio. Detalhe: Marília é casada com o ex-governador Rogério Salles, e Valéria com o ex-vereador Dr. Manoel – portanto, ambas representavam os intesses conjugais e não a manifestação feminina.
Infelizmente, Rondonópolis teima em se manter currais eleitorais de grupos pseudo polarizados. Na verdade, eles têm em comum terem mentalidade patriarcal, serem profissionais da política e administradores de demandas imediatas e de interesses de grupos específicos. Questões macroeconômicas, de gênero, étnicas, ambientais, psicossociais nem passam pelas cabeças dos dirigentes partidários e municipais. É muito triste tudo isso em uma cidade tão pujante com um povo tão acolhedor.