Uma chapa quase completa ao Senado, com Júlio Campos na cabeça e Dilmar Dal’Bosco na primeira suplência. Isso foi o que apresentou na noite da quarta-feira, 11, o Democratas, em sua convenção, na capital, num auditório repleto de políticos de vários municípios e servidores das prefeituras de Várzea Grande e Cuiabá, das Câmaras das duas cidades e da Assembleia Legislativa. Em coletiva, momentos antes do ato, Júlio disse que a segunda suplência seria ocupada por um nome do PL, que será indicado na quinta-feira, 12, pelo presidente regional daquela sigla e senador Wellington Fagundes. Neurilan Fraga, pré-candidato a senador pelo PL, não atendeu às ligações de vários repórteres, mas numa mensagem de WhatsApp ao blogdoeduardogomes, rebateu o candidato democrata: “Estamos reunidos. Nada definido… não procede”. Wellington também não atendeu os chamados telefônicos.
Os nomes de Júlio Campos e do deputado estadual Dilmar já estavam definidos. A expectativa era sobre o segundo suplente. Ao afirmar que a indicação seria de Wellington, Júlio deixou implícito que o presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), Neurilan Fraga, não será candidato ao Senado. O democrata, porém, não citou que Neurilan Fraga seria o escolhido pelo senador. Pelo WhatsApp Neurilan Fraga disse que a fala de Júlio não procedia, mas deixou uma dúvida no ar citando que não há nada definido.
Uma fonte ligada a Júlio revelou que nesta quinta, às 14 horas, o PL definirá sua participação na eleição. Neurilan Fraga é considerado municipalista, e esse seria seu mote eleitoral. Em janeiro, logo após a cassação do mandato de senadora Silma Arruda (Podemos), o presidente da AMM exibia uma pitada de orgulho de uma lista com 102 nomes de prefeitos que o apoiariam ao Senado. Dessa relação, alguns participaram da convenção de Júlio, a exemplo de Sílvio José de Morais Filho, o Silvinho ()DEM), de Araguainha; e Tatá Amaral (PL), de Poconé, que puxaram coro de palmas para Júlio e Dilmar.
Se a candidatura de Neurilan Fraga ao Senado morrer pelo caminho, além dele, Wellington também será atingido politicamente, porque o senador esperava ocupar mais espaço político, uma vez que seu partido não tem deputado federal nem deputado estadual, e o único dos grandes municípios administrado por liberal é Sinop, onde a prefeita Rosana Martinelli apoia o pré-candidato tucano ao Senado, Nilson Leitão.
Um ditado diz que onde há fumaça, há fogo. Em 5 deste março, Júlio disse ao blogdoeduardogomes que Wellington lhe havia sugerido o nome de sua muher, a dentista Mariene Fagundes, para a suplência. Júlio teria dito ao senador que o nome é excelente, mas que não soaria bem perante o eleitorado uma chapa composta pelos dois e um terceiro nome. Argumentou que Mariene sendo mulher de Wellington, e ele, irmão do senador democtata Jayme Campos, poderia haver muitas críticas e contestações nas redes sociais, que poderiam acusá-los de tentar controlar familiarmente a representação mato-grossense no Senado. Na mesma data, Júlio citou que uma suplência poderia ser destinada a Andréia Russi (PSB), mulher do deputado estadual e presidente regional do PSB, Max Russi. Hoje, porém, o nome de Andréia não foi cogitado, e o que se sabe sobre a participação ou não dela na eleição diz respeito a Pivetta, que estaria tentando uma aliança com o PSB, que assim a indicaria segunda suplente na chapa que se completa com o primeito suplente Adilton Sachetti (Republicanos).
PL e Neurilan Fraga à parte, o Democratas realizou uma convenção organizada e bem profissionalizada. Equipes de TV que participarão da produção dos programas eleitorais de Júlio arrastavam prefeitos e vereadores para curtas entrevistas sobre o candidato. Um dos integrantes das equipes adiantou que o material com os entrevistados será aproveitado no horário eleitoral.
Uma animada charanga inundava a noite com estridente batucada .
O Democrata não economizou dinheiro ao confecionar 141 banners, uma para cada município, saudando Júlio e Dilmar, com frases de motivação.
Todos os participantes eram recebidos por moças com praguinhas com o número 25 – do partido.
Além de prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e outros políticos sem mandato, dentre os presentes estiveram os ex-deputados estaduais Baiano Filho, Mauro Savi e Wagner Ramos, todos delatados, processados e envolvidos em escândalos na esfera da improbidade administrativa. Gian Castrillon ex-presidente do Detran, e que esteve envolvido em escândalo, também deu o ar da graça na convenção.
O ocupante do cargo eletivo mais importante do partido em Mato Grosso, o governador Mauro Mendes, não foi à convenção. Muito discretamente – pois o momento é de somar e não de dividir – os democratas vibraram com sua ausência. Mauro enfrenta um momento de desgaste político – e segundo analistas – sua participação teria efeito negativo. Uma piada que circula nos meios políticos diz que no PDT do candidato a senador Otaviano Pivetta, quando alguém pergunta por Mauro, a resposta é curta: ele é filiado ao DEM; a mesma pergunta no Democratas é respondida assim: deve estar com o vice dele, Otaviano Pivetta. Por sorte de Júlio e Pivetta, Mauro abraça a candidautra de Carlos Fávaro (PSD).
Sem o Paletó
A coligação de Júlio conta com o PTB, que tem no deputado federal Emanuel Pinheiro Neto, o Emanuelzinho – filho do prefeito Emanuel Pinheiro, seu nome mais expressivo em Mato Grosso..
Redação blogdoeduardogomes
FOTOS:
1 – Assessoria de campanha
2 – Arquivo blogdoeduardogomes
3 e 4 – blogdoeduardogomes em 11 de março de 2020
5 – Sobre imagem da TV Globo