Eduardo Gomes
@andradeeduardogomes
Um dia para sempre. Assim é 13 de maio de 1986, a data em que Mato Grosso deu o grande salto para a ocupação de seu vazio demográfico com a emancipação de 24 municípios em sua vastidão territorial e com critérios para contemplar as divisas estaduais e a fronteira com a Bolívia. O feito, histórico, leva as digitais do à época governador Júlio Campos, que assim antecipou o processo de ocupação humana, o desenvolvimento econômico e social, e promoveu a integração estadual.
A decisão da divisão municipal foi do então governador Júlio Campos (1983/86) que sancionou as leis que criaram as cidades de Guarantã do Norte, Marcelândia, Araguaiana, Sorriso, Primavera do Leste, Cocalinho, Figueirópolis D’Oeste, Nova Olímpia, Indiavaí, Comodoro, Porto Esperidião, Reserva do Cabaçal, Novo São Joaquim, Paranaíta, Alto Taquari, Campinápolis, Vila Rica, Porto Alegre do Norte, Terra Nova do Norte, Itaúba, Vera, Nova Canaã do Norte, Novo Horizonte do Norte e Peixoto de Azevedo.
À época Mato Grosso tinha 1.436.219 habitantes em 55 municípios e o vazio demográfico ameaçava seu amanhã. Isso, porque as levas migratórias sulistas preferiam o Pará e o Norte de Goiás (atual Tocantins), enquanto os capixabas e mineiros em sua maioria mudavam-se para Rondônia. Era preciso criar infraestrutura para atrair a migração, mas somente as obras não seriam suficientes: era imperativo criar municípios. Com essa visão Júlio Campos transformou vilas em cidades. Para tanto contou com apoio das duas bancadas na Assembleia: o PDS governista e o PMDB de oposição.
A distribuição geográfica dos municípios facilitaria a ocupação do vazio demográfico e irradiaria para a criação de mais cidades.
Na fronteira com a Bolívia, que tem 983 km de extensão, com 730 km em solo firme, o governador criou Comodoro e Porto Esperidião.
As divisas estaduais foram contempladas por Cocalinho, Comodoro (que além da fronteira faz divisa com Rondônia), Alto Taquari, Araguaiana, Vila Rica, Paranaíta, Peixoto de Azevedo e Guarantã do Norte.
Nas diversas regiões, mas fora da fronteira e das divisas brotaram Sorriso, Marcelândia, Primavera do Leste, Nova Olímpia, Indiavaí, Reserva do Cabaçal, Figueirópolis D’Oeste, Novo São Joaquim, Campinápolis, Porto Alegre do Norte, Terra Nova do Norte, Itaúba, Vera, Nova Canaã do Norte e Novo Horizonte do Norte.
Mato Grosso tem 3.836.399 habitantes e a soma da população dos 24 municípios emancipados em 1986 é de 472.745 residentes. Com os 24 novos municípios o Estado criou mais condições sociais para receber os migrantes que deixavam sua terra em busca do amanhã. Com o tempo as novas cidades deram vida a outros municípios, desmembrando-os de seus territórios. Do conjunto dos emancipados em 13 de maio de 1986 por Júlio Campos, 18 são sede de comarca, e dois; Porto Alegre do Norte e Vila Rica, não têm acesso pavimentado direto com Cuiabá, muito embora sejam interligados à malha rodoviária nacional pavimentada via Pará..
Mesmo com a visão municipalista de Júlio Campos e após a criação de dezenas de outros municípios, ainda há claros populacionais e oito municípios têm áreas superiores a 20 mil km²: Colniza, Juara, Juína, Cáceres, Apiacás, Comodoro, Paranatinga e Aripuanã. Em São Félix do Araguaia, com 16.682 km², o grande desafio do prefeito Acácio Alves (Republicanos) é atender às demandas do distrito de Espigão do Leste, conhecido como Baianos, distante 220 km da sede de São Félix.
Em 1986 Mato Grosso precisava da redivisão territorial municipal defendida por Júlio Campos. Nos municípios que cederiam áreas para a criação de novas cidades, as lideranças políticas também apoiavam esse posicionamento. Para emancipar a vila de Sorriso, o governador conversou em seu gabinete com os prefeitos José Barbosa de Moura, o Dedé (Paranatinga), Luiz Gonzaga Nogueira Barbosa (Nobres) e Geraldino Dal Maso (Sinop). Os três avalizaram a emancipação de Sorriso. O diálogo foi mantido com todos os municípios.
A emancipação em 1986, abriu caminho para a realização de eleição naquele ano para mandato-tampão de prefeito, vice-prefeito e vereador, juntamente com o pleito estadual. Os eleitos cumpriram dois anos de mandato sendo sucedidos no começo de 1989.
A eleição despertou lideranças municipais, e um dos prefeitos, Jair Benedetti, de Comodoro, mais tarde elegeu-se deputado estadual. Ela, também, permitiu que colonizadores fossem eleitos, como aconteceu em Figueirópolis D’Oeste, com a vitória de José Joaquim Azevedo Figueiredo, do qual deriva o nome da cidade. Um dos pioneiros em Sorriso e da moderna agricultura mato-grossense, Alcino Manfroi teve a felicidade de ser o primeiro prefeito daquele que é o maior município agrícola do mundo.
Alguns dos prefeitos eleitos em 1986 morreram. João Rosa do Carmo, 65 anos, de Vila Rica, no Vale do Araguaia, sofreu um infarto quando proferia uma palestra no templo da Eubiose, em Nova Xavantina, no dia 19 de novembro de 2017; João Rosa era mineiro de Coromandel e veio para Mato Grosso no auge da colonização daquela região, no anos 1970.
Transcorridos 39 anos da emancipação em massa, não somente João Rosa, mas vários outros prefeitos, vice-prefeitos e vereadores para o mandato-tampão nos deixaram. Foi assim em 23 de março de 2021, com o prefeito Júnior Pereira Neves, 75 anos, de Novo Horizonte do Norte, a segunda povoação do Nortão; Júnior foi uma das vítimas da covid-19.
Dentre outros pioneiros e prefeitos eleitos em 1986, também morreram Herionaldo Couto Queiroz (Guarantã do Norte), Jamiro Formigoni (Nova Canaã do Norte), Benedito Ferreira da Silva (Paranaíta), Adilvo Buffé (Alto Taquari) e Alcino Manfroi (Sorriso).
O municipalista Júlio Campos
Júlio Campos foi eleito prefeito de Várzea Grande em 1972 e administrou até o começo de 1977. No ano seguinte elegeu-se com a maior votação para deputado federal naquele pleito. No ano de 1979, em Brasília, dois assuntos predominavam nos gabinetes, corredores e no cafezinho na Câmara: a migração sulista para a Amazônia e o Centro-Oeste, e a divisão de Mato Grosso, que acabara de acontecer. A soma dessas duas situações preocupava Júlio Campos. “Acompanhando aquele cenário observei que a maioria dos sulistas que se mudava, tinha por destino o Norte de Goiás, Maranhão, Pará e Mato Grosso do Sul, com poucos optando por Mato Grosso”, narrou certa vez.
Júlio Campos procurava conversar com o presidente João Figueiredo, com ministros e com seus colegas parlamentares sulistas Nelson Marchezan, Alceu Collares, Esperidião Amin, Pedro Ivo Cândido e Euclides Scalco para entender melhor o que estava em curso. Ele imaginava que não seria fácil deslocar parte da migração para Mato Grosso e isso despertava seu sentimento em defesa de nossa terra. O deputado federal compartilhava com sua companheira, amiga e esposa, a professora Isabel Campos, seus desejos, dúvidas e a vontade incontida de deslocar parte da migração para sua terra, o que fazia pulsar forte seu coração.
Na Câmara, seu gabinete virou destino dos colonizadores que criavam vilas e loteamentos rurais. Ele os acompanhava e lhes abria portas nos ministérios, Banco da Amazônia, Banco do Brasil, Incra, Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), Superintendência a Borracha (Sudhevea) e pelos labirintos do poder. Assim, contribuiu para o fortalecimento das colonizações de Ariosto da Riva, Ênio Pipino, Claudino Francio, Zé Paraná, Raimundo Costa Filho, Norberto Schwantes, Rubens Rezende Peres, Alair Álvares Fernandes e outros que deixaram as marcas na ocupação do vazio demográfico amazônico.
Mato Grosso tinha um governador honrado, honesto e competente: Frederico Campos. Tanto em Cuiabá quanto em Brasília Júlio Campos e ele conversavam sobre o amanhã. No governo do sucessor de Frederico Campos ou aconteceria o grande salto ou haveria o caos. Desses diálogos, ampliados com outros companheiros, em 1981 o grupo governista decidiu que Júlio Campos deveria ser o candidato ao governo pelo PDS em 1982.
Em 1981 Mato Grosso sangrava com a divisão territorial que criou Mato Grosso do Sul e enquanto isso o Vale do Araguaia buscava sua emancipação. “Fui à Barra do Garças conversei com Wilmar Peres de Farias, ex-prefeito e de família pioneira no lugar. Voltei com Wilmar de vice na minha chapa. Vencemos a eleição”, disse acrescentando que “Essa dobradinha, a participação que dei a políticos daquela região no meu governo e as obras que ali realizei cristalizaram a territorialidade mato-grossense na Barra e seu polo de influência”.
No governo, Júlio Campos tratou de planejar a emancipação de municípios e assim Mato Grosso mudou sua base territorial e o governador ainda escolheu uma data emblemática para a criação das cidades: 13 de maio, que foi o dia em que a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, em 1888, botando fim à escravidão no Brasil.
Em 2022, Júlio Campos foi eleito deputado estadual pelo União Brasil. É vice-presidente da Assembleia Legislativa e o decano dos deputados.
Municípios criados em 13 de maio de 1986
Sorriso tem 120.561 habitantes, é o quinto município mais populoso de Mato Grosso e registra bons índices nos indicadores sociais e econômicos.
À margem da rodovia BR-163, no Nortão, Sorriso é o maior município agrícola do mundo e o segundo maior exportador mato-grossense. Seus números no agronegócio são superlativos; é sede de comarca.
É polo agroindustrial com esmagamento de soja e descaroçamento de algodão; é centro universitário e sua base populacional é predominante sulista.
Alto Taquari (11.571) na tríplice divisa (MT/MS/GO) é sede de comarca, polo agroindustrial e tem um terminal da ferrovia Rumo Logística, que liga Rondonópolis ao porto de Santos com terminais intermediários em Itiquira e Alto Araguaia. Alto Taquari, a exemplo do acontece nos demais municípios do Vale do Araguaia, adota o horário oficial de Brasília.
Vila Rica (19.827) no Vale do Araguaia, na divisa com o Pará; é sede de comarca. A rodovia BR-158 cruza sua sede. O município tem um dos maiores rebanhos bovinos mato-grossenses. A cidade é estratégico ponto do corredor que escoa commodities agrícolas do Vale do Araguaia para os portos do Arco Norte no Pará e Maranhão.
Cidade plana, com planejamento urbanístico e a área central em formato de sino, Vila Rica tem mais contato com Palmas (TO) do que com Cuiabá; para a primeira o trajeto é pavimentado, e para a capital mato-grossense há um trecho de 130 km sem pavimentação na BR-158 na travessia da Terra Indígena Marãiwatsédé dos xavantes.
Vila Rica adota o horário oficial de Brasília e sua sede dista 1.120 km a Nordeste de Cuiabá.
Terra Nova do Norte (10.641), à margem da BR-163, no Nortão, tem uma grande bacia leiteira e produz lácteos que são vendidos Brasil afora. Terra Nova é sede de comarca e foi piloto em Mato Groso para a criação da colonização por agrovilas idealizadas pelo colonizador e pastor luterano Norberto Schwantes. Terra Nova do Norte e Peixoto de Azevedo cederam áreas para a criação de Nova Guarita.
Nova Olímpia (16.314), no Vale do Rio Cuiabá, é centro sucroalcooleiro e um dos pioneiros do Proálcool. O investidor Olacyr de Moraes instalou naquele município a maior usina de álcool do mundo; é sede de comarca.
Primavera do Leste (92.927), no polo de Rondonópolis, é um dos mais destacados municípios do estado; é sede de comarca é um dos líderes na produção agrícola e na agroindústria.
O cruzamento da BR-070 com a MT-130 na cidade lhe confere ganho logístico; a primeira liga Cuiabá a Brasília via Barra do Garças, e a outra faz a ligação de Rondonópolis com Paranatinga.
A Ferrovia Senador Vicente Vuolo, em construção para ligar Rondonópolis a Lucas do Rio Verde, contemplará aquela cidade com um terminal ferroviário em sua área de influência, e que será o ponto final do multimodal de transporte que escoará commodities do Nortão e da região central para o trem que liga Mato Grosso ao porto de Santos.
Cocalinho (6.428), à margem do rio Araguaia e na divisa com Goiás, além de polo pecuário e um dos mais belos roteiros turísticos do Brasil interior. Cocalinho e São Félix do Araguaia cederam áreas para a emancipação de Novo Santo Antônio à margem do rio das Mortes. Cocalinho adota o horário oficial de Brasília.
Campinápolis (15.713), no Vale do Araguaia, se destaca pela bacia leiteira; é sede de comarca. É o único município de Mato Grosso com maioria populacional indígena. A etnia Xavante. Campinápolis adota o horário oficial de Brasília.
Com 8.453 aldeados, os xavantes representam 53,80% dos 15.713 habitantes de Campinápolis.
A emancipação permitiu que os xavantes passassem a ocupar espaço político em Campinápolis. Na Câmara, com 11 cadeiras, duas são de indivíduos xavantes: Pedro Paulo Tseresii’re Sereparan e DionísioTsou Tuomore, ambos filiados ao PT.
Porto Esperidião (10.167), à margem da BR-174, na fronteira e banhado pelo rio Jauru, tem um grande rebanho bovino e seu destaque cultural é a festa do curussé, originária dos Andes bolivianos; é sede de comarca.
Vera (12.584), no Nortão, é uma cidade moderna, sede de comarca, topografia plana e sua produção agrícola e a base de seu alicerce econômico. Vera foi o primeiro núcleo urbano construído no eixo da BR-163 quando de sua abertura pelo 9º Batalhão de Engenharia de Construção. Vera foi desmembrada para a criação de Feliz Natal; é sede de comarca.
Desde 2023 passado o Grupo 3Tentos opera uma indústria de esmagamento de soja em Vera, gerando 500 empregos diretos, processando diariamente 2.660 toneladas de soja e produzindo mil m² de biodiesel. Em expansão, 3Tentos instala-se em Porto Alegre do Norte.
Porto Alegre do Norte (12.524), no Vale do Araguaia e banhado pelo rio Tapirapé, registra grande crescimento de produção agrícola, recebe investidores e oferece boa qualidade de vida à população; é sede de comarca. Porto Alegre do Norte, São Félix do Araguaia e Luciara foram fracionados para a emancipação de Canabrava do Norte. Porto Alegre do Norte adota o horário oficial de Brasília.
Com investimento de 1 bilhão de reais o grupo 3Tentos construirá uma indústria de etanol de milho, prevista para operar a partir de 2026. Terá capacidade diária de processamento de 2.100 toneladas do cereal devendo produzir 37 toneladas de óleo, 935 m³ de etanol e 587 toneladas de DDG gerando cerca de 500 empregos; a fase de construção deverá gerar três mil postos de trabalho.
Comodoro (18.461), na fronteira e na divisa com Rondônia, é o ponto de convergência das rodovias federais 174 e 364, que rumo Norte ligam Mato Grosso a Rondônia, Acre, Amazonas e Roraima, e em sentido inverso, a São Paulo; é sede de comarca. O município tem grandes jazidas minerais ainda inexploradas.
Peixoto de Azevedo (33.599), à margem da BR-163, divisa com o Pará, no Nortão, foi a principal praça garimpeiro no ciclo do ouro em Mato Grosso, que ocorreu de 1976 a 1994; é sede de comarca. A atividade mineral prossegue, porém observando as regras ambientais. A atividade agropecuária é expressiva. O lendário cacique Raoni Metuktire, principal liderança indígena nacional, é aldeado na Terra Indígena Capoto/Jarina.
Marcelândia (11.414), no Nortão, foi atingida pelo maior incêndio urbano em Mato Grosso. Em 2010 o fogo arrasou 116 residências, indústrias madeireiras, veículos e maquinário. Houve redução populacional, mas o município se recuperou. A lavoura da soja chegou e Marcelândia divide espaço entre o cultivo e as invernadas; é sede de comarca.
Indiavaí (2.174) na faixa de fronteira e no polo de Cáceres é um dos pequenos municípios da região, mas registra crescimento com a instalação de uma usina sucroalcooleira, que gera emprego e renda.
Guarantã do Norte (31.328), à margem da BR-163 e na divisa com o Pará, é um centro distribuidor atacadista para municípios e vilas paraenses às margens e no eixo da BR-163 até Itaituba, município onde opera o porto de Miritituba, no rio Tapajós, que escoa commodities agrícolas mato-grossenses; é sede de comarca.
Guarantã ganha importância logística com o projeto para a consolidação de uma grande rodovia Leste-Oeste ligando Colniza, na divisa com Rondônia, à BR-163 nas suas imediações. Para levar adiante essa obra o governo estadual construiu uma ponte sobre o rio Teles Pires, no limite de Carlinda e Nova Guarita, e constrói a maior ponte em Mato Grosso, com 1.360 metros de extensão, sobre o rio Juruena, no trecho entre Cotriguaçu e Nova Bandeirantes.
Reserva do Cabaçal (2.062), na faixa de fronteira, é próxima a Indiavaí e tem exuberantes rodeiros turísticos ancorados pelo rio Cabaçal que lhe empresta o nome.
Novo São Joaquim (7.160), no Vale do Araguaia, tem a economia calcada na pecuária extensiva. Novo São Joaquim adota o horário oficial de Brasília; é sede de comarca.
Itaúba (5.161) à margem da BR-163, no Nortão, recebeu o nome de uma das árvores que eram comuns na região, a Itaúba;é sede de comarca. Sua economia é agropecuária e a extração de castanha-do-brasil gera renda na cidade, com sua venda nas barracas à margem da BR-163, onde também são vendidos outros produtos do extrativismo e de artesanato.
Parte do município de Nova Santa Helena foi desmembrada de Itaúba, e parte, de Cláudia.
Nova Canaã do Norte (11.771), no Nortão, é um dos principais polos da pecuária estadual; é sede de comarca.
Além de um grande rebanho o município tem uma planta frigorífica que abate bovinos e uma indústria de laticínio que envasa leite e produz lácteos para o mercado doméstico mato-grossense.
Novo Horizonte do Norte (3.307), no Nortão, dista 27 km de Juara que é polo regional. Sua economia é pecuária.
Novo Horizonte do Norte, no Vale do Arinos, foi a segunda povoação do Nortão, região que tem 36 municípios.
O prefeito de Novo Horizonte é o engenheiro Agenor Evangelista da Silva Júnior (Republicanos), nascido naquele município e filho do ex-prefeito Agenor Evangelista da Silva. Ambos são lideranças políticas na região, e isso demonstra que as novas cidades despertaram o interesse político pelo seu destino administrativo.
Figueirópolis D’Oeste (3.112) no polo de Cáceres e na faixa de fronteira tem a economia calcada na pecuária leiteira.
Araguaiana (3.950) no Vale do Araguaia teve sua autonomia administrativa devolvida por Júlio Campos. Em 1948 Barra do Garças era distrito de Araguaiana, mas o prefeito Antônio Paulo da Costa Bilego transferiu a sede do município para o distrito. Sem prejuízo ao novo município, o governador recriou o antigo. Araguaiana adota o horário oficial de Brasília.
Paranaíta (11.989) foi fundado pelo colonizador Ariosto da Riva, que planejava transformá-lo num polo da cafeicultura; é sede de comarca.
O ciclo do ouro no Nortão, iniciado em meados dos anos 1970 e que continuou até 1994, fez de Paranaíta um imenso garimpo. Aos poucos a pecuária ocupou lugar de destaque na economia.
Mais recentemente a construção da UHE Teles Pires, no rio do mesmo nome, na divisa de Mato Grosso e Pará mudou o perfil econômico da região.
Com cinco turbinas essa UHE gera 1.820 MW, energia suficiente para a demanda residencial de 5 milhões de consumidores; é a maior de Mato Grosso. Seu reservatório tem 95 km² e o rio sofre represamento em 70 quilômetros. A altura máxima é de 80 metros com queda bruta de 59 metros e extensão de 1.650 metros. O raio direto tem 84% em Paranaíta e 16% no município de Jacareacanga (PA)..
A usina, que é a maior de Mato Grosso, dista 85 quilômetros de Paranaíta e recebeu financiamento de R$ 5 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Estima-se que cinco mil operários e técnicos trabalharam em sua construção.
Também da mesma data
Tangará da Serra é o quinto município mais populoso de Mato Grosso, 112.547 habitantes, no Chapadão do Parecis; Pedra Preta (18.722), distante 22 km de Rondonópolis pela BR-364 é polo sementeiro e agroindustrial; e São Félix do Araguaia (14.332), no Vale do Araguaia, diante da Ilha do Bananal e ao lado do ponto em que o rio das Mortes desagua no Araguaia, também foram criados em 13 de maio, porém em 1976.
Os três foram emancipados pelo governador Garcia Neto.