Vale ressaltar que Curva do Açougue virou Curva do JK e o Km 165, onde o acidente aconteceu, agora é Km 328.
Em 2018, no jornal Diário de Cuiabá, refletindo sobre a data, escrevi o artigo que se segue, que foi postado em: aguaboanews.com.br (ÁGUA BOA), mtdefato.com.br (VÁRZEA GRANDE), vgnoticias.com.br (VÁRZEA GRANDE), folhamax.com.br (CUIABÁ), aguaboanews.com.br (ÁGUA BOA), fococidade.com.br (CUIABÁ), midianews.com.br (CUIABÁ). diariodecuiaba.com.br (CUIABÁ) e blogdoeduardogomes.com.br (CUIABÁ).
De memória
Havia patrulhamento no rádio e pouco se falou sobre JK. No dia seguinte, por volta de 11 horas, em Juscimeira, soube mais detalhes. À tarde, em Rondonópolis, que era meu destino, conversei com amigos sobre a fatalidade. O Brasil chorava seu maior estadista. Os militares, donos do poder, não tinham como conter as manifestações de amor, carinho, respeito, admiração e muita dor pelo líder que partia.
Fica Faca foi como se tornou conhecida uma vila de Chapada dos Guimarães, e que mais tarde seria Nova Brasilândia. Sua ligação com o mundo era por uma estradinha que desembocava no Posto Paraná, de Otávio Eckert – à margem da BR-070 -, que ali chegou em 1974, quando tudo ao redor era vazio demográfico no cerrado. Trazendo JK para a dimensão do pequeno empresário, Eckert lançou o loteamento que virou a bela Campo Verde.
Quando partiu, JK estava com os direitos políticos cassados por Ato Institucional. Era exilado em seu país. Carregava na alma a dor das humilhações a que foi submetido por sadismo de Estado. Tinha, porém, a consciência tranquila, as mãos limpas, a alma pura e um coração que pulsava pelo povo de sua terra. Transcorridos 42 anos do acidente na Via Dutra, que fechou seus olhos e apagou o olhar de Geraldo Ribeiro, seu amigo e motorista há 30 anos, o Brasil é um grande vazio de liderança.
O estadista foi além. Não se limitou a entrar para a história. Virou lenda. Cultivo respeito por ele. O menino órfão do pai João César de Oliveira, caixeiro-viajante que não resistiu ao frio das montanhas de Minas, JK teve infância pobre ao lado da mãe, a professora Mestra Júlia Kubitschek. Telegrafista, conquistou diploma de médico e alcançou a patente de coronel da PM Mineira.
Gerações se sucedem e o culto ao estadista continua. Sou testemunha disso. Minha neta Ana Júlia, 10 anos, o reverencia. Visita o Museu JK em Brasília e lê sobre ele.É xará de Mestra Júlia. Conversamos sobre nosso estadista. Ela, criança pura. Eu, na terceira idade e ferido pela dureza da vida. Somos unidos pelo amor que brota da consanguinidade e por paixão pela memória de Juscelino Kubitschek de Oliveira, o Nonô, o JK.
Eduardo Gomes de Andrade é avô paterno de Ana Júlia Marcondes de Andrade e ambos são juscelinistas
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