Onde se localiza todos sabem; como se chama, também; o que acontece nele, idem. O que ninguém sabe é o custo de sua obra; o modelo da contratação da construrora, seu nome e seu dono; nem quando o mesmo será concluído e entrará em funcionamento para ser referência em atendimento aos cidadãoes vítimas do coronavírus em Mato Grosso.
Assim é o Hospital Estadual Lousite Ferreira da Silva ou simplesmente Hospital Metropolitano de Várzea Grande, com 60 leitos, e que está em ampliação desde a segunda-feira, 23 de março, por uma construtora cujo nome o Governo de Mato Grosso não cita e por custo e regras de contratação mantidos em segredo por sete chaves. Quanto ao término da obra, somente Deus poderá responder, pois inicialmente o prazo estipulado pelo governador democrata Mauro Mendes foi de duas semanas, depois, prorrogado para o final de abril, e na quarta-feira, 6, o secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo pediu um refresco de uns 15 dias pra desativar o canteiro de obra e em seguida comprra mobiliário, equipamentos e insumos hospitalares, e finalmente, cortar a fita.
Figueiredo diz que a obra avança, mas não cita mais o que o governo disse em 17 de abril: que a construção tinha avançado 98%. O secretário dá uma dica. Uma, não; duas, sobre a indefinição do prazo: primeiro, disse que será preciso comprar o mobiliário e insumos hospitalares, e segundo, que a demanda de pacientes é pequena, o que dispensa a pressa pra conclusão.
Pra melhor entendimento do leitor: o Metropolitano ganha 200 leitos que se somam aos 60 existentes. Ao término terá. Sobre a ampliação uma dúvida: anunciada para 200 leitos com 30 enfermarias, o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (DEM) a anuncia com outros números: 210. Ao término será possível saber sobre essa casa que não fecha. Ainda sobre números, Botelho jura que a Assembleia destinou R$ 10 milhões para a obra. Essa dinheirama é parte da gordura que sobra nos cofres da casa dos deputados. Mais: o deputado estima que o governo investe outros R$ 5 milhões. O total seria de R$ 15 milhões, sem contar o custo do mobiliário, equipamentos e insumos hospitalares.
A Assembleia, por sua extremada lealdade a Mauro Mendes e por ser parceira da obra, em tese fica sob suspeição para fiscalizar a execução. O Ministério Público do Estado (MPE) tem o dever de acompanhar o custo, desembolso e as regras contratuais para a ampliação e a aparelhagem do Metropolitano, mas a instituição MPE cumpre mútiplas atribuições e possivelmente não terá condições de apurar o que acontece naquela obra.
Resumo: mais dia menos dia a ampliação do Metropolitano será concluída e os detalhes de custo, qualidade da obra e quem a executou não despertarão interesse.
Redação blogdoeduardogomes
FOTO: Mayke Toscano – Site público do Governo de Mato Grosso