Emanuel Pinheiro, de jeito nenhum; os vereadores que o sustentam, sim. Essa é a linha política de Gisela Simona, pré-candidata a prefeita de Cuibá pelo Pros, mas com jeito de tucana, a julgar por sua entrevista nesta segunda-feira, ao programa Hora Marcada, transmitido ao vivo de 7 às 8 horas pelo Facebook na página do site o Factual, e em outras plataformas.
Gisela deixou claro que jamais aceitaria apoio do prefeito Emanuel Pinheiro, e acusou sua administração de graves erros, além de críticá-lo pelo grotestco episódio do Paletó, mas desconversou ao ser questionada se também recusaria eventual apoio da bancada suprapartidária do prefeito na Câmara, o que cria uma blindagem para mantê-lo no cargo. Quanto aos vereadores, saiu pela tangente, mas sequer cogitou a palavra não. Em suma, da cintura para cima seu juízo condena o caso Paletó, mas o absolve do umbigo pra baixo, pois goverante com juízo não briga com parlamentares.
Suplente de deputada federal com 50.682 votos dos quais 33.762 em Cuiabá, onde reside e chefia o Procon estadual, a advogada Gisela Simona tenta sair da suplência pela prefeitura, mas poderá mudar o rumo se o deputado federal Nery Geller (PP) for cassado por abuso de poder econômico pelo Tribunal Regional Eleitoral, como pede o Ministério Público Eleitoral. Ela é a primeira suplente da coligação que elegeu Nery – ora com a faca no pescoço – e os deputados Rosa Neide (PT), José Medeiros (Podemos) e Emanuel Pinheiro Neto (PTB). Neri estava a um passo da degola em 23 de julho, quando o juiz Jackson Coutinho pediu vistas em seu processo, o que resultou num refresoco, ainda que temporário.
Caso Nery caia, Gisela assume uma vaga de deputada federal. Em isso acontecendo nem Deus sabe o que será seu amanhã político: se ela manterá o propósito de tentar ser prefeita ou se optará pela tranquilidade de cumprir mais de dois anos de mandato na Câmara dos Deputados, sem ter que enfrentar o desgaste de uma campanha para prefeita.
O programa apresentado por Denival Bittencourt e com uma bancada de entrevistadores composta pelo publicitário Cláudio Cordeiro (site ofactual.com.br), o jornalista Enock Cacalvanti (blog paginadoe.com.br) e pequena participação minha, foi apresentado pela primeira vez. Nele Gisela foi questionada sobre o inchaço da máquina pública na prefeitura; quanto a isso ela também desconversa com desenvoltura tucana. Na entrevista admitiu que existem muitos cargos comissionados e terceirizados, mas não falou em facão. Preferiu anunciar que realizará concurso público. Ou seja, os aspones indicados politicamente teriam a oporunidade de se tornarem servidores concursados para o exercício de funções inexistentes na prática. Coisas da política.
MAURO – Questionada pelo jornalistas Enock Cavalcanti, um dos entrevistadores, se participaria de um “Fora Bolsonaro“, Gisela disse que não. Argumentou que a eleição é municipal e que não misturaria as coisas. Destacou que que não criaria atrito nas relações com o governo do democrata Mauro Mendes nem com o presidente Bolsonaro, pois isso, no entendimento dela, é nocivo a Cuiabá.
PS – Asssistam a entrevista no vídeo postado no canto inferior direito desta página
Eduardo Gomes – blogdoeduardogomes
FOTO: Arquivo