Carlos Fávaro dá o troco em Jair Bolsonaro, mas a queda de braço entre eles permanece empatada, pelo menos quando o assunto é a Agrishow de Ribeirão Preto, a maior feira agropecuária brasileira e uma da maiores do mundo.
Neste domingo, 28, Carlos Fávaro (Agricultura) participará da abertura da Agrishow, num ato sem a presença de Bolsonaro, que comparecerá ao evento um dia depois, mas sem Fávaro no recinto.
Em 2023, o então presidente da Agrishow Farancisco Matturro desconvidou Fávaro que na condição de ministro anunciou que participaria da feira. Matturro deu cartão vermelho prévio a Fávaro, para limpar a área para Bolsonaro, que compareceu e foi recebido com tietagem. O descarte de Fávaro soou estranho, principalmente porque ele quando senador biônico se relacionava bem com o presidente Bolsonaro.
No ano passado, Bolsonaro ainda tinha a auréola do poder e por isso o agronegócio o cultivava – sem trocadilho. Na edição de agora, o ex-presidente permanece queridinho do agro, mas o fator cofre desequilibra a balança para Fávaro.
Os barões do agro sempre querem mais financiamentos do governo, menor taxa de juro, carência de prazo e alongamento de todas as dívidas. Bolsonaro não pode mais atendê-los, ao contrário de Fávaro. Daí, que ao pontapé no ministro em 2023 o agro soma outro, este em Bolsonaro, agora.
Em suma, Fávaro abre a Agrishow e Bolsonaro a visita um dia depois. Coisas da ideologia do agro.