Embraer leva para o Show Safra um velho conhecido em Mato Grosso

Eduardo Gomes

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A Embraer expõe sua joia da coroa, o Ipanema 203, na Show Safra em Lucas do Rio Verde (de 24 a 28 deste mês). O avião tem capacidade para pulverizar 200 hectares por hora. O modelo Ipanema, que domina a aviação agrícola brasileira, não é novidade em Mato Grosso, onde seu primeiro modelo movido a etanol  (à época chamado por seu nome original, álcool) entrou no mercado pelas mãos de um produtor rural de Sorriso, e sua tecnologia foi apresentada na Agrishow Cerrado de 2005, em Rondonópolis, num ato com a participação do então governador Blairo Maggi, que é o principal empresário do agronegócio nacional.

O muito prazer de boas-vindas ao Ipanema entrou para o folclore empresarial mato-grossense e o descrevi assim:


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LULINHA – Em 15 de março de 2005 um produtor rural de Sorriso comprou o primeiro Ipanema a etanol, mas o lançamento desse avião somente aconteceria em 19 de abril daquele ano, na Agrishow Cerrado.

Essa possante máquina voadora foi o primeiro avião no mundo a receber homologação para voar a etanol. Seu motor de 6 cilindros de 300 cv a gasolina ganha mais 20 cv ao ser produzido para abastecimento com o álcool, combustível que não lança poluentes pesados na atmosfera. A diretoria da Neiva o apresentou a autoridades, pilotos e produtores rurais em Rondonópolis.

A Neiva é uma indústria instalada em Botucatu, no interior paulista, e que fabrica o Ipanema na condição de subsidiária da Embraer.

Quem primeiro recebeu informações sobre a máquina voadora movida a álcool, ou etanol – como queiram – foi o então governador Blairo Maggi.

Blairo ouvia atentamente a explanação sobre o avião que dispensava gasolina, quando um piloto agrícola que acompanhava a fala do executivo da Neiva espalhou brasa.

O piloto disse que bem antes, “uns dois ou três anos”, a aviação aeroagrícola mato-grossense já ‘convertia’ ao álcool motores a gasolina, para reduzir o custo operacional do nhaaaaam… nhaaaaam sobre as lavouras e pastagens.

A fala do piloto não causou muita surpresa, porque boa parte dos presentes conhecia tal situação e, alguns até voavam com os motores convertidos ao álcool. O comentário não gerou  nenhum constrangimento e a explanação prosseguiria normal, se não fosse a intervenção de outro piloto. Esse sugeriu ao colega:

– Conta pra eles como nós chamamos o avião a álcool!

– Uê, a gente chama ele de Lulinha, porque o danado bebe pra daná!

Foto: Embraer/Divulgação