Uma nova prefeitura à espera do novo prefeito. Essa, a realidade em Salto do Céu.
Ao contrário do que geralmente acontece com prefeitos a um passo de deixarem o poder, em Salto do Céu o prefeito Wemerson Adão Prata (SD) investiu na ampliação e modernização da prefeitura da qual se despede e executou essa obra faltando menos de três meses para o término de seu mandato. A antiga, insalubre e danificada sede do município, que funcionou por 30 anos, foi substituída por outra, no mesmo local, com modernas instalações para conforto dos servidores e cidadãos que buscam serviços e outros atendimentos.
O prefeito explica que foi possível exectuar a obra com recursos próprios em torno de R$ 400 mil sem comprometer o equilíbrio orçamentário. Segundo ele, vereadores, servidores e a população aprovam sua iniciativa. Wemerson acrescenta que a nova sede além da funcionalidade presta reverência histórica a um dos principais líderes políticos de sua região, o ex-prefeito em dois mandatos, Raimundo José de Oliveira, que empresta seu nome ao Paço Municipal Raimundo José de Oliveira.
POLÍTICA – Longe da turbulência política, Salto do Céu tem chapa única disputando a prefeitura graças a uma costura que passou por Wemerson, pelos vereadores, outros líderes locais e o deputado federal Leonardo Albuquerque (SD), que tem base eleitoral na região. O ex-vice-prefeito de Wemerson, em seu primeiro mandato (2013/16), professor Mauto Teixeira Espíndola (SD) é candidato a prefeito tendo em sua chapa o atual vice-prefeito Almerindo Clara Pereira (DEM).
A harmonia política em Salto do Céu vai além da eleição para a prefeitura. Ela tem reflexos na administração de Wemerson, que chega ao final com o município recebendo obras, as finanças municipais equilibradas, a folha salarial e o repasse do duodécimo à Câmara efetuados pontualmente.
SALTO DO CÉU – No final dos anos 1980 e na década seguinte, pequenos pecuaristas se mudaram para Rondônia em busca de terras mais baratas, que lhes permitissem aumentar suas áreas. Nesse mesmo período jovens do lugar foram para os Estado Unidos, fazer a América; depois, pressionados naquele país, descobriram outro filão: a Espanha. Ao contrário de prejuízo com a ida de famílias para o vizinho Estado ao Norte e de parcela da juventude para o exterior, o município lucrou. Seu mosaico fundiário ganhou consistência com propriedades maiores, adquiridas por vizinhos dos que deixaram Salto do Céu; e a cidade recebeu investimentos imobiliários com a dinheirama em dólares e Euro que a rapaziada mandava para familiares investirem na construção civil.
Com 3.295 habitantes e 1.754,501 km² na comarca de Rio Branco, na faixa de fronteira, Salto do Céu tem renda per capita de R$ 16.987,73 e ÍDH de 0,666 numa escala de zero a um.
A área urbana é quase toda pavimentada, e o município distribui água em todos os domicílios e na área comercial.
Ao seu lado a beleza que lhe empresta o nome, o Salto do Céu, no rio Branco. Além dele, o Salto das Nuvens, no mesmo rio, também enche os olhos de quem o vê.
O município faz limites com Barra do Bugres, Tangará da Serra, Reserva do Cabaçal, Rio Branco e Lambari D’Oeste.
Sua economia é calcada no agronegócio, sobretudo na pecuária leiteira.
A topografia levemente ondulada impede a agricultura mecanizada em quase todo o o município, mas é verdadeiro manjar para a pecuária bovina.
Distante 350 quilômetros de Cuiabá, Salto do Céu tem acesso pavimentado via Rio Branco, Lambari D’Oeste, Curvelândia e Cáceres.
MEMÓRIA – Salto do Céu foi o nome dado a uma cachoeira do rio Branco, em 1953, por João Augusto Capilé Filho, o Sinjão, presidente da Comissão de Planejamento para a Produção (CPP), órgão do governo estadual, à época encarregado de colonizar a Gleba Rio Branco, de 200 mil hectares, na região de Cáceres.
Capilé navegava de canoa o rio Branco, na região onde mais tarde surgiriam as cidades de Rio Branco e Salto do Céu, procurando áreas para a CPP assentar colonos de Dourados (hoje pertencente a Mato Grosso do Sul), município do qual fora prefeito, quando avistou uma imponente queda d’água, à qual chamou de Salto do Céu. Mais tarde, a CPP foi extinta.
INSTITUCIONAL – Transcorridos 11 anos da passagem de Capilé pelo lugar, surgiu a vila de Salto do Céu, assim chamada, por se situar à margem direita do salto que lhe emprestou o nome. A fertilidade do solo atraiu agropecuaristas de todos os cantos do Brasil para a região. Porém, as maiores levas ficaram por contas de mineiros e capixabas do Vale do Rio Doce, que para lá se transferiram no começo da década de 1970.
Distrito de Cáceres, Salto do Céu se emancipou em 13 de dezembro de 1979 por uma lei do deputado Aldo Ribeiro Borges sancionada pelo governador Frederico Campos.
Da emancipação até a eleição do primeiro prefeito, Ataídes Barbosa da Silva, em 1982, Salto do Céu teve dois administradores nomeados pelo governador Frederico Campos: Benildo Justino dos Santos e Célio Antônio da Silva.
Mineiros e capixabas, com seus descendentes, formam a base populacional de Salto do Céu. O prefeito Wemerson é de Pocrane (MG). O vice-prefeito Almerindo nasceu em Ecoporanga (ES) e o candidato único a prefeito, Professor Mauto é mineiro de Nova Módica.
Redação blogdoeduardogomes com fotos