Líder com a maior capacidade de transferir votos em Mato Grosso o presidente Jair Bolsonaro sofreu dura derrota ao Senado, muito embora sobrassem votos para uma folgada vitória do bolsonarismo na terra do agronegócio, que em eleição suplementar elegeu um senador. Como se explica isso? O deputado federal José Medeiros (Podemos) contrariando todas pesquisas sustentou uma candidatura inglória e, com ela, dividiu o eleitorado do presidente em duas chapas: uma encabeçada pela Coronel Fernanda (Patriota), e outra, a dele.
Com a obstinação de Medeiros o grande beneficiado foi o senador biônico Carlos Fávaro (PSD), que tentava nas urnas legitimar seu cargo conquistado por uma decisão judicial monocrática do então presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, que o nomeou para um curto período de bionicidade.
Coronel Fernanda, até então, era nome estranho nos meios políticos e ficou em segundo lugar na disputa. Os 293.362 votos que recebeu, na verdade foram dados a Bolsonaro. Ela se declarava bolsonarista, senadora do Bolsonoro. Dizia que estava cumprindo uma missão do presidente. Se os votos dados à sua chapa se somassem aos 138.922 recebidos por Medeiros, que ficou em quarto lugar. a soma daria 432.284 e superaria os 371.857 dados ao biônico Fávaro.
Eleitoralmente Medeiros matou Bolsonaro na terra do agronegócio. Sobraram votos para o presidente garantir mais um senador em plenário. Mas faltou razoabilidade política e, essa, foi extremamente benéfica ao biõnico Fávaro, que disputou enrolado numa imaginária bandeira do agronegócio aos gritos de apoio do governador Mauro Mendes, dos ex-governadores Carlos Bezerra e Blairo Maggi e dos responsáveis pelos maiores PIB e endividamento mato-grossenses – os barões da soja liderados por Eraí Maggi.
Eduardo Gomes – blogdoeduardogomes
FOTOS:
1 – Agência Senado
2 – Agência Câmara