Os direitos humanos são construção histórica. Do mesmo modo a construção da dignidade… humana: é luta diária, é cultura. Estão sendo gestados permanentemente pelas diversas gentes em suas diversidades.
Raiam da rebeldia, da insurreição, da luta contra a “ordem” que não aceita, não dá lugar, vida, direitos a alguns humanos.
Foram feitos do sofrimento de muita gente, numa espécie de ira santa. A raiz dos direitos humanos está nas lutas das gentes que fizeram e continuam fazendo esses direitos. Ali está a fonte principal para dizer o sentido dos direitos humanos.
Montaigne lembra que cada ser humano leva em si a forma inteira da humana condição.
Ora, direitos humanos é termo que foi inventado, não é um dom reservado para alguns, não é uma fita de DNA rara. Não está nas Declarações e Constituições porque, alguns, “sentados em confortáveis poltronas cidadãs”, resolveram lá colocar. Não nos entregaram os direitos humanos de presente, por gentileza. As pessoas, na vida real, com suor e lágrimas no rosto, e sangue, criaram o conteúdo desse termo inventado.
Não é conceito sem vida, em estado de dicionário jurídico. Vivemos os direitos humanos; os criamos; os tocamos; os sentimos. Reivindicamos! Exigimos! Por nós, por todas as gentes, sempre, em todos os lugares!
Os direitos humanos são, quando sustentamos posturas,
Visões mercantilistas, fragmentárias,
Vale a pena lutar pelos direitos humanos?! O que você acha, amigo leitor?
Esperança, do verbo esperançar (não do verbo esperar), não é um dos trinta direitos humanos que as Nações Unidas proclamaram no final de 1948. Mas sem ela não haveria outro dia, outra luta, outro direito.
Aos que perderam a esperança, escreveu Mario Quintana: Se as coisas são inatingíveis…Ora! Não é motivo para não querê-las… Que tristes os caminhos, se não fora a mágica presença das estrelas!
Emanuel Filartiga Escalante Ribeiro é promotor de Justiça em Mato Grosso