Dia do Jornalista e o jornalista que você lê

Mato Grosso tem mais de 3.000 jornalistas distribuídos em assessorias, sites, emissoras de tádio e tv, revistas e jornais, sem incluir os que se encontram afastados da profissão. Essa terça-feira, 7 de abril, DIA DO JORNALISTA, é uma data interessante para se fazer reflexão sobre o papel desses comunicadores na Terra do Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, Patrono da Comunicação.

O que faz o jornalista mato-grossense que você lê? Sim, esse profissional questiona os desatinos administrativos em sua cidade e no governo estadual ou ainda a limitação parlamentar da Assembleia Legislativa e da grande maioria das Câmaras Municipais?

O jornalista mato-grossense que você lê, fica ao lado da população quando o governador a confronta, como fez o ex-governante Pedro Taques (PSDB), para não transferir a RGA aos servidores? Ou como faz seu sucessor, Mauro Mendes (DEM), sobre o mesmo tema?

O jornalista mato-grossense que você lê, e que agora tanto critica o ex-mandachuva da Assembleia Legislativa, José Riva, levanta a voz cobrando agilidade ao Ministério Pùblico na apuração da grave denúncia de desvio de R$ 30 milhões do Detran num esquema que teria a participação de deputados estaduais, incluindo o presidente da Assembleia, Eduardo Botelho (DEM)?

O jornalista mato-grossense que você lê, critica o pagamento de verbas indenizatórias aos figurões do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e aos seus pares no governo estadual e na Assembleia?

O jornalista mato-grossense que você lê, denuncia o inchaço da máquina pública nos três poderes e pede exoneração em massa de comissionados?

O jornalista mato-grossense que você lê, denuncia a impunidade do episódio do Paletó, que envolve o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), e em outros, semelhantes, envolvendo os ex-deputados José Domingos Fraga, Alexandre Cesar, Airton Português, Luciane Bezerra e Ezequiel Fonseca?

O jornalista mato-grossense que você le, bota o dedo na impunidade no caso delatado pelo ex-governador Silval Barbosa, que aponta pagamento de R$ 53 milhões em propina para os conselheios do TCE Sérgio Ricardo, Valter Albano, Waldir Teis, Antônio Joaquim e José Carlos Novelli – afastados desde setembro de 2017?

O jornalista mato-grossense que você lê,  denuncia o absurdo do duodécimo da Câmara de Cuiabá, de R$ 59 milhões, e pede ao seu presidente, Misael Galvão (PSB) drástico enxugamento dos barnabés de luxo e da ralé formada por comissionados cabos eleitorais naquele Legislativo?

O jornalista mato-grossense que você lê, mostra que a bancada federal de Mato Grosso é formada por 11 figuras do baixo clero?

O jornalista mato-grossense que você lê,  questiona  o elevado custo do funcionamento do lento Tribunal Regional Eleitoral?

O jornalista mato-grossense que você lê, grita contra prefeitos e vereadores quando de seus tropeções?

O jornalista mato-grossense que você lê, defende o agronegócio que é a principal base de sustentação da economia estadual?

O jornalista mato-grossense que você lê, mostra a vergonhosa presença de ONGs ingerindo em Mato Grosso, mas que se omitem no enfrentamento do novo coronavírus?

O jornalista mato-grossense que você lê, pede que o governador, o vice Otaviano Pivetta (PDT), os deputados e senadores, os prefeitos e vereadores; os altos funcionários civis e militares, os magistrados, os membros do Ministério Público e os conselheiros do TCE; e os marajás do sindicalismo incluindo os do Sistema S, doem dois meses de seus salários a vantagens, para enfrentamento do novo coronavírus?

O jornalista mato-grossense que você lê, desnuda a vergonhosa indústria sindical, que mantém no ócio servidores públicos licenciados e recebendo seus altos salários, integralmente?

O jornalista mato-grossense que você lê, discute a infraestrutura de transporte? A precariedade do mosaico agrário? O caos na saúde? A falta de transparência na direção da Universidade Federal de Mato Grosso?

O jornalista mato-grossense que você lê, veste a camisa de Mato Grosso e empunha suas verdadeiras bandeiras?

Se você lê jornalista cujo perfil seja o do sim às perguntas acima, ainda que nem todas, mas a grande maioria, continue a prestigiar seu texto. Em caso contrário é melhor procurar outra fonte, essa digna e confiável, pois com a migração do jornalismo para a internet, a profissão que revelou grandes vultos nacionais perdeu a essência da excusividade de formar opinião e informar. Hoje, somos todos jornalistas. Que nesse universo sua escolha seja sempre a melhor.

Parabéns aos jornalistas e aos seus leitores..

Eduardo Gomes de Andrade – blogdoeduardogomes

eduardogomes.ega@gmail.com

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