Mato Grosso está de costas para o saneamento. Essa é a constatação do Ranking da Universalização do Saneamento 2019 da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes). Os números nos levam a refletir, principalmente neste domingo, 22 de março, Dia Mundial da Água. Cuiabá é a 23ª entre as 27 capitais nesse quesito. Várzea Grande trata apenas 30% de seu esgoto. Nas duas residem 897.518 dos 3.484.466 mato-grossenses. Juntas formam uma conurbação unida pelo rio que empresta o nome a capital e que é um dos principais formadores do Pantanal. Na ponta do ranking, Rondonópolis tem o melhor desempenho entre os grandes municípios.
Cuiabá é a 23ª das 27 capitais em saneamento. A água chega a 98,12% dos imóveis cuiabanos, 53,52% do esgoto são coletados e 37,09% são tratados. Quanto aos resíduos sólidos, 95,99% são recolhidos e somente 1,60% tem destinação correta. A prefeitura deu em concessão por 30 anos a água e o esgoto, mas a concessionária Águas de Cuiabá sequer conseguiu universalizar a distribuição da água.
Várzea Grande é uma vergonha ambiental. O serviço de água e esgoto é municipal e executado pela autarquia Departamento de Água e Esgoto (DAE). O municípoi trata apenas 30% do esgoto de sua população basicamente urbana, com 284.518 habitantes. A água não é universalizada. O DAE insiste que atende 97% da população, mas as reclamações não ficam por conta apenas dos que não a recebem, mas de milhares de residentes em dezenas de bairros onde para se garantir água na torneira é preciso compá-la de empresas especializadas que fazem a entrega em caminhões, dado a inconstância do serviço.
Dentre os grande municípios Rondonópolis tem o melhor desempenho na área de saneamento em Mato Grosso. A água é universalizada. A coleta de esgoto alcança 95,95%, e 92,28% são tratados. O recolhimento de residuos sólidos é de 99,86% e sua destinação adequada alcança 99,94%.
A população rondonopolitana é de 232.491 habitantes. O rio Vermelho, afluente do São Lourenço, da Bacia do Cuiabá, banha a cidade e recebe o esgoto tratado e o sem tratamento.
Em Cáceres (94.376 habitantes) a água chega em 79,50% dos imóveis construídos, a coleta de esgoto é de 5,66% e seu tratamento não vai além de 9,48%. A cidade recolhe 87,07% dos resíduos sólidos e dá destinação correta a ele. Ao lado da cidade o rio Paraguai recebe as águas do Sepotuba e do Cabaçal. Ou seja, de cada 10 litros de esgoto lançados ao rio, nove não têm nenhum tipo de tratamento. O Paraguai é o principal formador do Pantanal e suas águas também banham a Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai.
Redação blogdoeduardogomes
FOTOS:
1 – Site púbico do Governo de Mato Grosso em arquivo
2 – Matusalém Teixeira – Rondonópolis – Em arquivo