De taça

Água Boa. Pra mim, ‘Água Muito Boa’. É assim que me refiro àquele município no Vale do Araguaia, no centro geodésico do Brasil. Pela localização a cidade tem alto índice de continentalidade – distância entre a lavoura e o porto. A economia regional esbanja produção e produtividade de commodities agrícolas, que para serem escoadas precisam do transporte ferroviário ora inexistente.

Acompanho a luta da cidade por um corredor ferroviário. Agora, com suas autoridades e população, comemoro a PPP do governo federal com a Vale para a construção de 383 quilômetros de trilhos daquela que será a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico) ligando Água Boa via Cocalinho à Ferrovia Norte-Sul, em Campinorte (GO).

Esse projeto, de R$ 4 bilhões, criará um estratégico e interligado corredor Leste-Oeste e Norte-Sul, ao qual, dentre outros, estão projetados mais 1.200 quilômetros entre Água Boa e Rondônia. A equação política para a conquista foi uma negociação do governo com a Vale, que será compensada com a prorrogação das concessões das ferrovias Carajás (Pará e Maranhão) e Vitória-Minas (Minas Gerais e Espírito Santo) até 2057 – os contratos em vigor terminariam em 2027.

Melhor ainda. A Fico nasce de um plano de investimento em transporte ferroviário que contempla a Rumo ALL cujo terminal mais ao norte opera na minha Rondonópolis. Também por PPP, essa com a MRS Logística, que ganhará várias concessões ferroviárias, será construído o Ferroanel de São Paulo, com 53 quilômetros. O tráfego nesse trajeto é compartilhado pelos trens de carga da Rumo ALL e de outras companhias, com os de passageiros na região metropolitana da capital paulista.

Ótimo para Água Boa e o Araguaia. Para Rondonópolis trata-se de importante passo para modernizar a malha que faz sua ligação com Santos – em parte do trecho paulista a ferrovia não suporta a velocidade dos trens nem o volume de carga – quando esse gargalo for superado, os trilhos da Rumo ALL poderão avançar a Cuiabá e Santarém (PA).

Cara, obra ferroviária é demorada – e se não atrair interesse de investidores não sai do papel, por mais que o governo queira. No caso de Água Boa, a lucratividade empresarial é indiscutível e quanto à União é preciso reconhecer que o presidente Michel Temer acaba de abrir a porta ao progresso para uma importante região mato-grossense. Para tanto, Temer deu a canetada favorável a Mato Grosso após ser convencido por seu ministro da Agricultura, Blairo Maggi; o presidente da Frente Parlamentar de Logística de Transporte e Armazenagem (Frenlog), senador Wellington Fagundes; e seu amigo e ex-companheiro de bancada na Câmara, o deputado federal Carlos Bezerra. Não é do meu feitio elogiar político, principalmente em período eleitoral, mas nesse caso ergo uma imaginária taça num brinde a Temer, Blairo, Wellington e Bezerra.

Eduardo Gomes de Andrade – jornalista
eduardogomes.ega@gmail.com

 

Em:

aguaboanews.com.br (ÁGUA BOA)

http://www.aguaboanews.com.br/artigos/exibir.asp?id=777&artigo=de_taca

 

vgnews.com.br (VÁRZEA GRANDE)

http://vgnews.com.br/artigos/id-769382/de_taca

 

folhamax.com.br (CUIABÁ)

http://www.folhamax.com/opiniao/de-taca/170877

 

vgnoticias.com.br (VÁRZEA GRANDE)

https://vgnoticias.com.br/artigos/de-taca/48769

 

Jornal A TRIBUNA (RONDONÓPOLIS) edição 7 julho 2018 Pág. A 2

 

Jornal DIÁRIO DE CUIABÁ edição 8 julho 2018 Pág. A 2

 

diariodecuiaba.com.br (CUIABÁ)

http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=516573

 

atribunamt.com.br (RONDONÓPOLIS)

(http://www.atribunamt.com.br/2018/07/07/de-taca/)

 

fococidade.com.br (CUIABÁ)

http://fococidade.com.br/artigo/27329/de-taca