Estelionatário e picareta de carteirinha. Com esses adjetivos o vice-governador Otaviano Pivetta (sem partido) definiu o senador biônico e candidato ao Senado, Carlos Fávaro (PSD). Esse ataque não merece manchete por ser parte da conflituosa relação entre eles. O fato de Pivetta dizer adeus ao PDT, também não é destaque, por se tratar de político com longo histórico de turismo partidário. O apoio do vice à candidatura da coronel Rúbia (Patriota) ao Senado, também é natural, uma vez que a direita está rachada e cada um procura um nome para defender. Mesmo assim, por falta de propostas parlamentares concretas por parte dos candidatos a senador, o que reduz o conteúdo jornalístico sobre o tema, a participação de Pivetta nesse processo o leva ao topo do noticiário.
Pivetta e Fávaro residem em Lucas do Rio Verde. Em 2016 o primeiro era prefeito e tentava a reeleição, mas perdeu a disputa num empate técnico com Luiz Binotti, filiado ao partido de Fávaro, por ele liderado e lançado candidato. Isso aconteceu quando Fávaro era vice-governador de Pedro Taques (então PSDB), do qual Pivetta foi um dos coordenadores de campanha ao governo. Ficou um calo entre os dois.
Em suma o biônico Fávaro é o candidato do governador democrata Mauro Mendes, e Pivetta o abomina. Isso evidencia, quando nada, a insensibilidade política de Mauro Mendes, que atropela a recomendável boa relação do governante com seu vice, na medida em que entra na disputa política no município de Lucas e apoia um nome rejeitado por Pivetta .
Independentemente do resultado das urnas para prefeito em Lucas e ao Senado, governador e vice sairão da disputa divididos. Tomara que isso náo prejudique a participação de Pivetta na administração, pois caso isso aconteça será o caos, uma vez que ele – Pivetta – é quem dá o ritmo administrativo ao governo, como revelam deputados, prefeitos e vereadores com o devido cuidado para não criarem melindres em Mauro Mendes.
Eduardo Gomes – blogdoeduardogomes
FOTO: Mayke Toscano – Site público do Governo de Mato Grosso – Divulgação