Uma triste marca para os cuiabanos. Nesta terça-feira, 20 de outubro, Cuiabá registra mil mortos pela pandemia do novo coronavírus, A doença matou 3.744 mato-grossenses, dos quais, 12 nas últimas 24 horas, período em que foram notificados 783 novos casos.
A doença contaminou 137.287 mato-grossenses, dos quais 118.568 a superaram, 14.404 se encontram em isolamento domiciliar, 195 em enfermarias e 182 em unidades de terapia intensiva.
Cuiabá tem o maior número de mortos: 1.000 em em ordem decrescente Várzea Grande (474), Rondonópolis (323), Sinop (122), Cáceres (110), Sorriso (95), Tangará da Serra (72) e Lucas do Rio Verde (62). Com 27.169 casos da doença Cuiabá é a cidade mais atingida. Em ordem decrescente, Rondonópolis (9.991), Várzea Grande (9.747), Sinop (6.517), Sorriso (6.111), Lucas do Rio Verde (5.827), Tangará da Serra (5.502), Primavera do Leste (4.712), Cáceres (3.402) e Campo Novo do Parecis (2.854).
BRASIL – A doença matou 154.837 e contaminou 5.273.954 no país. Nas últimas 24 horas morreram 661 e 23.227 novos casos foram notificados. A taxa de letalidade é de 2,9%.
Dos contaminados, 4.721.592 se curaram e 397.524 recebem algum tipo de atendimento médico ou hospitalar.
São Paulo é o Estado mais atingido, com 38.246 mortos, e Roraima, o que registra menos óbitos: 686. No Centro-Oeste a doença matou 5.444 em Goiás, 3.744 em Mato Grosso, 3,575 no Distrito Federal e 1.512 em Mato Grosso do Sul.
BATALHÃO DA FOTO – Batalhão Laguna é sua denominação oficial, mas para alguns ele é o Batalhão dos Cuiabanos. Aquartelado em Cuiabá desde 6 de fevereiro de 1920, o 44º Batalhão de Infantaria Motorizado (44º BIMtz) foi criado em São Paulo no ano de 1842 com o nome de Batalhão de Caçadores Provisórios.
Em sua trajetória e com outras denominações teve importante papel na esfera militar. Lutou na guerra pela Tríplice Aliança contra o Paraguai – de onde lhe vem o nome Batalhão Laguna.
Em 1941, em sua primeira e única visita a Cuiabá, o presidente Getúlio Vargas inaugurou a sede atual desse batalhão.
Em 1964, o então comandante do 16º Batalhão de Caçadores, que mais tarde seria o 44º BIMtz, coronel Meira Mattos, à frente de seus comandados, ocupou o Palácio do Planalto, sede do governo, em Brasília, ato derradeiro do movimento cívico-militar que assumiu o poder com a vacância do cargo de presidente, uma vez que Jango Goulart fugiu para o Paraguai.
Com a instalação da 13º Brigada de Infantaria Motorizada em Cuiabá, em 1978, o 44º BIMtz ganhou a denominação atual e passou a integra-la. Seus efetivos participaram da Missão de Paz da ONU no Haiti.
O COMANDANTE – Em 1964, Cuiabá com 58 mil habitantes era uma pequena cidade isolada no centro do continente. Uma estrada carroçável fazia sua ligação com Brasília via Rondonópolis, Jataí (GO) e Goiânia. Comunicação somente por rádio em ondas tropicais ou pelos escassos jornais do Rio e São Paulo, trazidos por passageiros da Varig, Vasp, Transbrasil ou Cruzeiro do Sul. Nos grandes centros o Brasil fervilhava com o avanço dos militares sobre o Planalto Central, com apoio dos governadores Ademar de Barros (São Paulo), Magalhães Pinto (Minas) e Carlos Lacerda (Guanabara). Os militares sufocavam o governo de esquerda do presidente Jango Goulart, mas faltava o bote certeiro para consolidação da tomada do poder e, esse aconteceu quando dezenas de mato-grossenses invadiram o Palácio do Planalto seguindo seu comandante, o coronel do Exercito Meira Mattos. A tropa que ocupou o Planalto era do 16º Batalhão de Caçadores (16º BC), de Cuiabá, que mais tarde seria rebatizado 44º Batalhão de Infantaria Motorizado.
Herói na tomada de Monte Castelo, pela Força Expedicionária Brasileira (FEB), Meira Mattos usou a experiência que conquistou nos campos de batalha na Itália, para sair discretamente de Cuiabá, percorrer quase 1.200 quilômetros sem chamar atenção por onde passava, entrar em Brasília e dar o bote certeiro tomando o ambiente de trabalho de Jango, que pouco antes fugiu em busca de asilo no Uruguai
Ao término de seu serviço ativo no Exército, enquanto general de divisão, Carlos de Meira Mattos dedicou-se a atividades acadêmicas e ao jornalismo. Obteve o título de doutor em Ciências Políticas pela Universidade Mackenzie, com a tese Geopolítica e Trópicos, e se dedicou a estudar a geopolítica brasileira do pós-guerra. Nasceu em São Carlos (SP) em 23 de julho de 1913 e morreu na capital paulista em 26 de janeiro de 2007.
Redação blogdoeduardogomes
FOTOS:
1 – Marcos Vergueiro
2 – Arquivo Nacional