Não ‘batem’ . Os 33 nomes de supostos deputados e ex-deputados mensaleiros denunciados por José Riva não batem no todo com a suposta lista de colaboração premiada que ele teria enviado ao Ministério Público Estadual, citando 38 membros e ex-membros da Assembleia Legislativa que ao longo de 20 anos – de 1995 a 2014 – teriam recebido cerca de R$ 175 milhões em propinas para apoiarem os governos de Dante de Oliveira, Rogério Salles, Blairo Maggi, e Silval Barbosa. Mais: para reforçar o que diz, Riva citou 12 figuras que poderiam depor enquanto testemunhas, e uma delas, o ex-deputado Maksuês Leite, tem seu nome nas duas relações, o que leva a supor que Riva vê Maksuês na condição de provável réu confesso.
No período em que teriam acontecido os pagamentos de mensalinho e propina, Riva controlava a Assembleia ora na presidência ora na primeira secretaria. Seu poder começou em 1995 e terminou em janeiro de 2015, quando terminou seu último mandato. Riva foi preso algumas vezes acusado de improbidade administrativa e acumula condenações em primeira instância.
A lista que acaba de ser divulgada e sobre a qual Riva teria dito que apresentará comprovação sobre a criminosa movimentação financeira que teria contemplado deputados mexe com a cúpula política mato-grossense. O ex-deputado anunciou que juntará documentação bancária, testemunho e outras provas para reforçar sua delação. Essa relação tem 37 nomes e o dele.
Essa lista, para efeito de delação, seria formada por ele, Guilherme Maluf, José Domingos Fraga, Wallace Guimarães, Percival Muniz, Adalto de Freitas, Ademir Brunetto, João Malheiros, Mauro Savi, Nilson Santos, Sérgio Ricardo, Gilmar Fabris, Maksuês Leite, Walter Rabello (falecido), Airton Português, Wagner Ramos, Humberto Bosaipo, Sebastião Rezende, Pedro Satélite, Dilceu Dal’Bosco, Luciane Bezerra, Romoaldo Júnior, Luiz Marinho, Alexandre Cesar, Zeca Viana, Dilmar Dal’Bosco, Ezequiel Fonseca, Baiano Filho, Teté Bezerra, Nininho, Emanuel Pinheiro, Luizinho Magalhães, Neldo Weirich, Carlos Avallone, Carlos Antônio Azambuja, Chico Galindo, Hermínio Barreto (falecido) e Silval Barbosa.
Na lista tem ex-detentores de mandatos e políticos no poder.
Guilherme Maluf é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado/TCE; Sérgio Ricardo é conselheiro afastado judicialmente do TCE; Sebastião Rezende, Romoaldo Júnior, Dilmar Dal’Bosco, Nininho e Carlos Avallone são deputados estaduais; Emanuel Pinheiro é prefeito de Cuiabá; e Alexandre Cesar é procurador do Estado.
ANTES – Em 31 de março de 2017, num depoimento na 7ª Vara Criminal à então juíza Selma Rosane Arruda, espontaneamente Riva revelou que 33 deputados e ex-deputados teriam recebido propina entregue por ele, em troca de apoio ao governador que estivesse no cargo. Essa lista é formada por Silval Barbosa (enquanto deputado), Sérgio Ricardo, Mauro Savi, Carlão Nascimento, Dilceu Dal’Bosco, Alencar Soares, Pedro Satélite, Renê Barbour (falecido), Campos Neto (ora presidente do TCE), Zeca D’Ávila, Nataniel de Jesus, Humberto Bosaipo, Carlos Brito (secretário de Estado no governo de Mauro Mendes), João Malheiros, Eliene Lima, Zé Carlos de Freitas, Sebastião Rezende, Gilmar Fabris, José Domingos, Wallace Guimarães, Percival Muniz, Wagner Ramos, Adalto de Freitas, Juarez Costa (ora deputado federal), Walter Rabello (falecido), Nilson Santos, Chica Nunes, Airton Português, Maksuês Leite, Guilherme Maluf, Chico Galindo, Ademir Brunetto e Antônio Brito.
Listas não ‘batem’ no todo
A primeira lista tem 33 nomes. A segundo, 38 incluindo Riva, mas somente 19 são citados em ambas. Os demais tomaram Doril ou numa ou noutra.
Os nomes comuns às duas são os de Guilherme Maluf, José Domingos Fraga, Wallace Guimarães, Percival Muniz, Adalto de Freitas, Ademir Brunetto, João Malheiros, Mauro Savi, Nilson Santos, Sérgio Ricardo, Gilmar Fabris, Maksuês Leite, Walter Rabello (falecido), Airton Português, Wagner Ramos, Humberto Bosaipo, Pedro Satélite, Sebastião Rezende e Dilceu Dal’Bosco.
Escândalos
Mauro Savi, Gilmar Fabris e Riva já foram presos acusados de improbidade administrativa na Assembleia Legislativa.
Alencar Soares e Sérgio Ricardo respondem a processo por conta da suposta compra de vaga no TCE; Alencar teria vendido sua cadeira para Sérgio Ricardo.
Humberto Bosaipo estava afastado judicialmente do TCE quando pediu aposentadoria precoce, para que os processo a que respondem fossem devolvidos à primeira instância, e assim, ele ganharia tempo.
Dentre outros acusações do Ministério Público, Romoaldo Júnior responde juntamente com outras autoridades por um suposto rombo de R$ 30 milhões no Detran.
PIVETTA – Riva além de relacionar Maksuês Leite enquanto testemunha, também relaciona o vice-governador Otaviano Pivetta (PDT). Pivetta foi deputado estadual na legislatura de 2007 a 2010 e travou embates com Riva. O vice-governador não comentou sobre a citação de seu nome.
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FOTOS:
1 – Maurício Barbant
2, 3 e 4 – Arquivo Assembleia Legislativa
5 – `Prefeitura de Sinop