Duas constatações: o coronavirus prolifera em Mato Grosso e o governador democrata Mauro Mendes não tem competência para administrar o Estado, nesse momento, em razão das medidas que precisam ser tomadas antes que a pandemia empurre milhares às sepulturas. Além disso, a equipe palaciana salvo uma ou outra exceção, é fraca e ali se encontra por apaniguamento politiqueiro. Mesmo sabendo que esse alerta será inócuo, blogdoeduardogomes o faz em respeito ao povo mato-grossense, ora indefeso e impotente diante do vírus que abala o mundo. O texto, por óbvias razões, não agradará a quem desfruta benesse do poder em toda sua amplitude, quer seja na esfera estadual ou no plano municipal e até mesmo em Brasília, e também nos meios sindicais.
Subdividido em matérias a partir dessa, sobre a situação, o texto do site sugere:
Para a saúde
Mato Grosso tem poucos leitos hospitalares e nem todas as cidades contam com infraestrutura hospitalar. Para atendimento dos 3.,48 milhões de habitantes funcionam apenas 287 UTIs, quando a recomendação da Organização Mundial de Saúde é de um leito para cada grupo de 10 mil residentes, ou seja, 1.044 no Estado. Portanto, há um déficit de 757 UTis. Das existentes, somente pertencem ao governo estadual 75 para adultos, 22 pediátricas e 30 neonatais.
A quarentena que afasta milhares das ruas e das rodovias, certamente reduzirá o número de traumas resultantes de acidentes rodoviários, e de outros tipos de atendimentos às vítimas dos mesmos. Possivelmente também haverá queda no número de baleados e esfaqueados, pelo esvaziamento de bares, boates, cabarés; pela suspensão das festas e bailões etc.
Mesmo com tal redução previsível, a oferta de leitos nunca atenderá à demanda, nessa terra com altos índices de leishmaniose, malária, doenças causadas pela falta de saneamento e até pela subnutrição. Numa explosão de infectados, médicos serão forçados ao que se chama Escolha de Sofia – escolher quem vive ou morre.
O governo de Mauro Mendes é incompetente, mas mesmo assim, pode se preparar em Cuiabá e outras cidades para aumentar o número de leitos de enfermaria. Na área metropolitana, logo após a Copa do Mundo de 2014, uma dezena de hotéis baixou as portas. Ainda que sem competência administrativa o governo pode transformar hotéis desativados em hospitais de campanha, mas para tanto tem que começar a agir ontem. É preciso escolher o prédio, verificar condições das camas, chuveiros, instalações elétrica e hidráulica, religar água e energia, instalar telefonia e internet. Não é preciso reinventar roda para tanto. É possível fazer canibalismo transferindo camas de hotéis que não serão ocupados para os que forem selecionados.
Hopital exige oxigênio. Com o mínimo de competência e recursos é possível consegui-lo antecipadamente.
O pessoal da saúde necessita de máscaras e luvas. Também sem necessidade de competência é possível contratar empresas cuiabanas especializadas na fabricação de uniformes, bonés e jalecos para que passem a produzir máscaras de pano, em escala. O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – (Inmetro) juntamente com o Conselho Regional de Medicina (CRM) podem definir os padrões das máscaras. Algumas dessas indústrias também podem produzir luvas e outros equipamentos de proteção individual.
No desdobramento do texto focalizaremos fontes de recurso para tanto, pois é esperado que o governo alegue que não tenha caixa para enfrentar a pandemia..
Hospitais de campanha não somente em Cuiabá. Em várias cidades consideradas polo há hotéis inativos e, com o temor generalizado, enquanto a pandemia assolar, a taxa de ocupação de leitos será mínima ou zero.
Mesmo despreparado para o cargo, como demonstra, Mauro Mendes pode e deve acionar seu assessoramento para que instale tais hospitais de campanha e os deixe prontos para eventual emergência.
Ainda saúde
Tanto a Polícia Militar quanto o Corpo de Bombeiros têm oficiais e praças na reserva remunarada, após servirem em seus serviços de saúde. O governador precisa reintegrá-los, de imediato, para prestarem serviço quando se fizer necessário.
Numa conjução de esforços União/Estado/Municípios, é possível utilizar o serviço médico do Exército, que tem unidades em Cuiabá, Cáceres, Rondonópolis e em Aragarças, que é cidade que forma conurbação com Pontal do Araguaia e Barra do Garças. Ainda com apoio militar, a Força Aérea Bradileira tem ao lado de Guarantã do Norte, mas no município de Novo Progresso, no Pará, o Campo de Provas Brigadeiro Velloso, mais conhecido como Base Aérea do Cachimbo.
Também sobre saúde
Faltam insumos hospitalres, a exemplo de aparelhos para respiração mecânica, mas é possível comprá-los
Finalizando sobre saúde
Os teritórios indígenas são tutelados pela Funai que é órgão indigenista nacional subordinado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, mas isso não impede o governo estadual de bloquear seus acessos não permitindo entrada e saída, para proteção dos aldeados. Isso, com as devidas ressalvas ao pessoal médico e de outras áreas essenciais da Funai e da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde.
Evidentemente que o texto sugere algumas ações, mas o conjunto de medidas para o enfrentaento do problema será muito mais abrangente, conduzido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e terá que contar com equipes treinadas para tanto. Porém, um ente federativo não pode ficar à espera do outro. Cada um tem que procurar fazer o máximo, com a maior rapidez possível.
(CONTINUA)
Eduardo Gomes de Andrade – Editor de blogdoeduardogomes
FOTOS:
1 – Tchélo Figueiredo – Site público do Governo de Mato Grosso em 21 de março de 20120
2 – Marcos Vergueiro – Arquivo
3 – José Medeiros – Arquivo