Com índios e agro Bolsonaro internacionalmente arredonda governo

General Mourão perfilado, hoje (15), em Sorriso

Governo planejado politicamente pra que tudo dê certo e que o presidente Jair Bolsonaro se fortaleça cada vez mais, sem risco de sofrer desgaste político. Essa é a realidade e ela acaba de ser posta em prática nos municípios de Sorriso, nesta sexta-feira, 15, e em Campo Novo do Parecis, na véspera. Quem moveu peças dessa engrenagem foi a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o vice-presidente general Hamilton Mourão.

Senão vejamos: Mato Grosso é superlativo no agronegócio e não menos na questão indígena. Tanto a cadeia dessa atividade econômica quanto os aspectos étnicos e ambientais dos aldeados estão na mira da comunidade internacional. A economia mato-grossense não pode trombar com a ordem ecológica mundial. Seu status político não deve se atrever diante dos padrinhos dos índios. Bolsonaro sabe bem disso.

Acendendo uma vela para os caciques e outra para os barões do agronegócio, a máquina política do governo definiu que Tereza Cristina participaria do  1º Encontro Nacional dos Agricultores Indígenas, na aldeia Matsene, em Campo Novo dos Parecis, e que o general Mourão marcaria presença em Sorriso na grande solenidade de encerramento da safra de grãos e o começo do cultivo da safrinha – na verdade deveria se chamar safrona.

Tereza Cristina é uma doce figura feminina entre índios

Tereza Cristina é a titular da política para os povos indígenas. Mostrar uma imagem angelical dela, cercada por caciques, guerreiros e mulheres anfitriãs, seria espetacular. Bolsonaro conseguiu isso.

O general Mourão, cercado por Antônio Galvan (maior líder ruralista de Mato Grosso) e a nata do PIB Agropecuário seria o melhor dos mundo para Bolsonaro diante do capital internacional e de importadores de commodities agrícolas. O presidente conseguiu essa proeza, hoje, em Sorriso – o maior município agrícola do mundo.

Se não fosse pelo planejamento estratégico do governo Bolsonaro, a lógica sugeriria que Tereza Cristina fosse a Sorriso, e, se possível, na véspera, no aldeamento indígena em Campo Novo do Parecis. Porém, o laboratório do poder botou Mourão em ação. O general representa bem o sentimento dos grandes produtores rurais, tem identificação com eles.

Interna e externamente Bolsonaro matou dois coelhos com uma só cajadada. Matou coelhos, não; pois isso não é ecologicamente correto: observando cuidados ambientais pelo princípio do desenvolvimento sustentável, colheu duas safras ao mesmo tempo – a exemplo do que faz o produtor mato-grossense.

O mundo vê com bons olhos a relação quase maternal de Tereza Cristina com os índios agricultores. E de igual modo enxerga o agronegócio fortalecido junto ao governo Bolsonaro.  Isso é bom para o presidente e melhor para a comunidade internacional, que se desmancha por índios, mas que depende da política de segurança alimentar mundial, que tem um de seus pilares nas propriedades rurais dos que receberam o general Mourão e vaiaram o governador Mauro Mendes em Sorriso.

Da Redação

FOTOS:

1 – Christiano Antonucci – Governo de Mato Grosso

2 – Assessoria Ministério da Agricultura

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