A busca e apreensão contra a empresa de Cidinho faz parte da Operação Romanos, que é a quarta fase da Operação Carne Fraca. A ação policial em parceria com o Ministério Público Federal acontece em Mato Grosso, Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Goiás, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Além de Nova Marilândia e Cuiabá, os agentes também cumprem diligências em Mirassol D’Oeste. A BRF em colaboração com a investigação de Carne Fraca, revelou que teria pago R$ 19 milhões em propina para 60 auditores fiscais agropecuários. Esses pagamentos seriam terceirizados por empresas da cadeia da carne – a União Avícola poderia ser uma delas.
O desencadeamento de Romanos levou em conta a mea culpa da BRF (que controla a Perdigão e a Sadia) e da JBS (dos irmãos Batista, e dona da Friboi e Seara). A operação foi determinada pela 1ª Vara da Justiça Federal em Ponta Grossa (PR).
Essa é a terceira vez que o nome de Cidinho é associado a escândalo e ele nega participação em todos.
A primeira vez aconteceu em 2006, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Sanguessuga, para desbaratar a Máfia da Ambulância, esquema que teria envolvido centenas de prefeitos e congressistas de vários estados, sendo que em Mato Grosso 75 prefeitos e ex-prefeitos e boa parte da bancada federal estariam envolvidos. Quando o escândalo ganhou as manchetes Cidinho era prefeito de Nova Marilândia e presidia a Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM). Ele foi citado por duas razôes: a AMM seria uma espécie de articuladora da compra superfaturada de ambulâncias e unidades móveis de saúde montadas pela indústria Planam, em Cuiabá, e ele presidia a entidade municipalista; e na condição de prefeito, também teria efetuado compra superfaturada
A segunda vez foi em 2010, quando o escândalo da compra superfaturada de 705 veículos e equipamentos rodoviários pelo Governo de Mato Grosso, pelo programa MT 100% Equipado. Denúncia do Ministério Público aponta que a compra sofreu superfaturamento de R$ 44 milhões de reais. O então governador Blairo Maggi, poucos dias antes da compra virar caso de política, disse numa reunião com prefeitos, que o mecanismo para escolha dos equipamentos, aquisição e distribuição foi conduzido pelo vice-governador Silval Barbosa e os secretários Cidinho dos Santos (Assuntos Estratégicos), Éder Moraes (Fazenda), Geraldo de Vitto (Administração), Eumar Novacki (chefe do Gabinete) e Vilceu Marchetti (Infraestrutura).
Em meio a três operações policiais Cidinho não se deixou abalar. Aliás, nenhum personagem desses casos se abalou. Todos juram inocência.
CIDINHO – O empresário José Aparecido dos Santos, o Cidinho assessorou o então deputado estadual Jaime Muraro; Por três vezes foi prefeito de Nova Marilândia. Presidiu a AMM. Ocupou cargos no secretariado de Blairo Maggi. Em 2010 Cidinho foi eleito primeiro suplente na chapa do senador Blairo Maggi, e por várias vezes o substituiu no Senado.
Redação blogdoeduardogomes
FOTOS:
1 – Agência Senado
2 – Arquivo blogdoeduardogomes
3 – Divulgação Governo de Mato Grosso em arquivo