Bombaim, o grande bar do garimpo

O imponente Bombaim, mesmo quando em ruínas

O baiano Inocêncio de Matos montou o Bar Bombaim na Rua Batista das Neves, 39. Isso em 1962 e o tocou até tombar fulminado por um infarto.

O Bombaim era mistura de bar, restaurante, salão de jogos e ambiente caracterizado pela boa música e limpeza. Os garimpeiros respeitavam o proprietário e até mesmo a polícia entrava com cautela no estabelecimento, dizem moradores antigos de Alto Paraguai, a cidade que se orgulhava daquele imponente estabelecimento, a um passo da zona boêmia, onde garimpeiros lavavam chão de boates com cerveja.

No entorno do Bombaim havia sorveteria, cinema, outros bares, hotéis, oficinas de dragas, armazéns, cabarés, quartos alugados por prostitutas, bancos e a Matriz de São José. A única construção importante distante do Bombaim é a Igreja do Senhor Bom Jesus da Lapa, construída no topo do morro que circunda parte da cidade, pelo garimpeiro baiano Nozinho da Ponte, em pagamento de promessa por ter bamburrado.

Em ruínas o Bombaim com suas 12 portas de madeira foi demolido. Com seu fim Alto Paraguai ficou sem mais uma das referências do opulento ciclo do diamante, que se estendeu desde os primórdios da colonização de Mato Grosso até 1995, quando a população local era de 14.931 habitantes – agora são 11.238 moradores. O município perdeu a força econômica resultante da extração da pedra mais cobiçada do mundo. Restam alguns xibios e uma cidade localizada a 220 quilômetros de Cuiabá, por rodovia pavimentada, que tenta se reorganizar economicamente.

Da Redação

FOTO: Marcos Negrini