Assembleia sendo Assembleia manteve o veto de Mauro ao reajuste no Judiciário
Por
Eduardo on 3 de dezembro de 2025
- Eduardo Gomes
@andradeeduardogomes
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Manda quem pode; obedece quem tem juízo. Esta máxima prevaleceu nesta quarta-feira (3) na Assembleia Legislativa quando da votação do veto do governador Mauro Mendes (União) ao projeto do Judiciário que pedia aumento de 6,8% para seus três mil servidores ativos, inativos e aposentados. Por 12 votos pela manutenção do veto e 10 votos pela derrubada, o jamegão do governante foi mantido.
Mauro Mendes bateu o pé contra o aumento, desde seu pedido. A tramitação foi demorada, com pedidos de vistas em plenário e na Comissão de Constituição, Justiça e Redação; explanação do sindicato da categoria, o Sinjusmat; e pronunciamentos de deputados. Em 19 de novembro, quando da segunda votação do projeto, sua aprovação foi mamão com açúcar, com uma abstenção e três votos contrários. Depois, o tempo fechou entre o governador e os deputados. Hoje, pouco antes do começo da sessão matutina onde o veto foi mantido, vários deputados permaneciam no Palácio Paiaguás conversando entre quatro paredes com o anfitrião.
Resumo: deputado tem autonomia e liberdade para votar de acordo com aquilo que sua consciência ditar. Porém, neste caso, o episódio foi vergonhoso, pois a uma só boca a Assembleia jurava pela Deusa da Justiça que votaria favorável à derrubada do veto, mas na hora agá, prevaleceu a vontade do governante. Quem votou atendendo pedido do governador sabe que terá desgaste político. Não creio em masoquismo eleitoral – qual foi o poder de convencimento de Mauro Mendes?
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Este texto sobre a manutenção do veto não vai a fundo na questão, pois a conversação de Mauro Mendes com os deputados foi longe do olhar da Imprensa. Porém, algo precisa ser dito: os inflamados pronunciamentos em defesa do aumento foram por terra. A divisão de força foi tão bem elaborada que não é possível saber que votou sim ou não.
Na sala dos jornalistas na Assembleia, antes da sessão, colegas ironizavam a luta do líder dos servidores, Rosenwal Rodrigues dos Santos. Alguns até arriscavam o placar da votação. No entanto, na hora de botar no papel o que sabem no todo, em parte ou acham que sabem, nenhum se arrisca. Os textos são protocolares.
Resta saber como reagirá politicamente o servidor do Judiciário, pois todos os deputados serão candidatos à reeleição e a outros cargos. O placar não deixa dúvidas que a categoria foi preterida em plenário na Assembleia – e não será fácil separar o joio do trigo, porque a oratória afinada pode esconder discurso falso de quem se submete à vontade de Mauro Mendes.
Foto: Secom/Divulgação