Apoiado por deputados Mauro Mendes leva Mato Grosso ao mata-mata financeiro

A Assembleia reunida em defesa de Mauro Mendes

Submissa, a Assembleia Legislativa aprovou em primeira votação um empréstimo mata-mata do governo democrata de Mauro Mendes junto ao Banco Mundial, num montante de até US$ 332 milhões, que no câmbio atual supera RS 1,2 bilhão. A decisão foi por goleada: 17 deputados leais ao homem que tem a chave do cofre mais desejado no centro do continente disseram “sim“, enquanto três optaram pelo “não“. A sessão que deu carta branca preliminar ao governador foi realizada na tarde da quinta-feira, 28.

O empréstimo, pra ser sacramentado, terá que ser aprovado em segunda votação, mas antes será apreciado pela Comissão de Constituição e Justiça, que é controlada por Mauro, a exemplo do restante da Assembleia. Mesmo fiel a Mauro, essa comissão não conseguirá impedir o pedido de vista anunciado pelo petista Lúdio Cabral, que juntamente com Wilson Santos (PSDB) e Valdir Barranco (PT) votou contra o mata-mata.

MATA-MATA– No mercado financeiro e nas esferas criminais, mata-mata é um empréstimo para quitar outro.  É isso que Mauro quer pra zerar uma parcela de US$ 146 milhões vencida no dia 10 deste março junto ao Bank of America, de uma dolorosa do governo mato-grossense de US$ 250 milhões. Mauro tentou empurrar com a barriga a quitação para setembro, mas a instituição bancária bateu pé, não aceitou e estendeu o prazo a 2 de abril – que está chegando.

Mesmo com toda fidelidade da maioria da Assembleia, Mauro não conseguirá em segunda votação aprovar  o pedido de empréstimo antes do prazo fatal de 2 de abril, por conta – principalmente – do pedido de vistas anunciado por Lúdio.

A torcida pra que Lúdio recue é grande, principalmente por parte dos 17 escudeiros de Mauro que votaram em primeiro turno favoráveis ao mata-mata. Esse suprapartidário grupo é formado por  Janaína Riva (MDB), Faissal Kalil (PV), Sebastião Resende (PSC), Xuxu DalMolin (PSC), Dr. Gimenes (PV), Dr. Eugênio (PSB), Dr. João (MDB), Valmir Moretto (PRB), Dilmar Dal’Bosco (DEM), Carlos Avalone (PSDB), Elizeu Nascimento (DC), Delegado Claudinei (PSL), Romaldo Júnior (MDB),  Nininho (PSD), Thiago Silva (MDB), Max Russi (PSB) e  o presidente da Assembleia, Eduardo Botelho (DEM).

Mato Grosso sabe bem o perigo que o mata-mata representa. No começo dos anos 1990, em Lucas do Rio Verde, a Cooperativa Cooperlucas quebrou e deu um rombo superior a R$ 500 milhões no Banco do Brasil, por má gestão de dirigentes e picaretagem dos mesmos e de cooperados, que faziam mata-mata no BB, para mascarar pagamento de contas de EGF e AGF.  O vice-governador Otaviano Pivetta (PDT) é de Lucas e conhece bem esse fato. Mauro deveria conversar com Pivetta sobre isso.

Eduardo Gomes – blogdoeduardogomes

FOTO: JL Siqueira – Secretaria de Comunicação da Assembleia Legislativa

 

 

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