Amapá, o mundo e o mundo de bolsonaristas e lulistas

Eduardo Gomes

andrade@eduardogomes

eduardogomes.ega@gmail.com

De coitadinho isolado a poderoso e no centro das atenções mundiais. Assim é o Amapá, que acaba de obter licença do Ibama para explorar petróleo na Margem Equatorial. Com 806.517 habitantes em seus 16 municípios, que se espalham pelos 142.253 km² de seu território, o Amapá está a um passo de se tornar-se um Paraíso.

Sem otimismo, mas com os pés no chão, o governador Clécio Luís (Solidariedade) fala em novo pré-sal, quando busca exemplo para a exploração petrolífera em seu Estado.

Na Linha do Equador, na condição de estado brasileiro mais próximo do Canal do Panamá e com a Hidrovia do Amazonas – com navegação marítima – cruzando as barrancas em Macapá, o paraense governador Clécio Luís tem razão de sobra para comemorar, pois muito em breve o Amapá será centro mundial de extração de petróleo. Sem trocadilho, jorrará dinheiro nos bolsos amapaenses pela movimentação petrolífera e por seu efeito positivo em cascata sobre o comércio e a prestação de serviços.

Quando a prospecção de petróleo na Margem Equatorial era tratada com cautela, para evitar o azedume do movimento ambientalista internacional, um grupo empresarial mato-grossense já estava de olho no Amapá, mais exatamente em Santana – a Várzea Grande deles – para construir um porto de grande calado, onde faria o transbordo da soja e do milho, de barcaças para os navios Panamax. Estive em Santana, para uma matéria sobre a região, que interessava aos empresários mato-grossenses.


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2006 – Aguardando o embarque em Itaituba

Em 2006 embarquei em Itaituba (PA) para Macapá, num trajeto de 817 km ou 441 milhas náuticas. A pauta era uma reportagem sobre a viabilidade da Hidrovia Tapajós-Amazonas, para Mato Grosso escoar commodities agrícolas pelo porto que se projetava para Santana, ao lado da capital amapaense, onde o Amazonas tem calado de 16 metros e sua localização é na Linha do Equador, no centro do mundo, o que lhe confere ganho logístico no mercado internacional.

Em Macapá estava agendado com a assessoria do governador Waldez Góes, para ele sobre a hidrovia e as instalações portuárias que o Amapá ganharia.

O governador disse: “Quem sabe é o Pagot”

Era manhã de segunda-feira de carnaval e meu voo seria à tarde. Se furasse a pauta com Waldez Góes o material perderia qualidade, mas a assessoria do governante funcionou e ele foi extremamente educado.

Waldez Goés estava rodeado por secretários. Perguntou meu nome e em voz alta quis saber de onde vinha. Quando lhe disse que era de Cuiabá, sua resposta foi um largo sorriso e ele emendou: meu secretário é engenheiro naval com mestrado e doutorado, mas se você veio até aqui somente para saber sobre a hidrovia e portos, essa viagem poderia ser evitada, pois quem sabe tudo sobre isso está em Cuiabá, é o Luiz Antônio Pagot, que inclusive será o consultor para a obra do nosso porto em Santana.

É o Brasil das oportunidades e da competência. O petróleo amapaense chegará em breve. O porto em Santana funciona a todo o vapor escoando soja mato-grossense do Chapadão do Parecis e do Nortão. Sorte a do Amapá, pela extensão da bacia petrolífera venezuelana até seu litoral e pela visão de Pagot à frente de seu complexo portuário.

Como se vê, temos um Brasil muito além da futilidade da futrica virtual que bota bolsonaristas de um lado e lulistas de outro.

Fotos:

1 – Prefeitura de Macapá

2 – Arquivo

3 – Gazeta Digital

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