Açodamento que fritou Selma se repete com Margareth Buzetti

Margareth Buzetti
Pré-candidata ao Senado pelo PP, a empresária Margareth Buzetti defende que o Brasil precisa urgente de duas reformas, uma delas é a reforma política e a outra é a reforma administrativa, que deveriam acontecer antes da reforma tributária.

Com o texto acima e a foto ao lado, amplamentte distribuídos aos veículos de Comunicação em Mato Grosso, a Dialum Assessoria de Imprensa divulga a pré-candidatura da empresária Margareth Buzetti (PP) ao Senado, na eleição suplementar marcada para 26 de abril, exatamente para o preenchimento da vaga aberta com a cassação da chapa da senadora Selma Arruda (Podemos) pelos crimes de campanha extemporânea, abuso de poder econômico e caixa 2. Ou seja, por analogia Buzetti estaria incorrendo em um dos crimes que levou Selma Arruda à perda do mandato.

A campanha da eleição suplementar será manga curta e partidos tentam mostrar seus nomes a Mato Grosso na quase continentalidade de sua extensão territorial. Buzetti é nome estranho ao eleitorado, o que, em tese, força a necessidade de sua apresentação com maior intensidade.

Empresária no ramo de pneus em segunda vida útil e presidente da Associação das Empresas do Distrito Industrial (AEDIC) de Cuiabá, onde sua empresa opera, Buzetti é conhecida pelo empresariado do setor e nos meios sociais cuiabanos. Porém, para uma disputa majoritária é imprescindível que o nome do candidato ou candidata seja de domínio público, o que não é o caso dela.

O partido de Buzetti, o PP, não pode ser considerado em Mato Grosso uma sigla com seguidores, a exemplo do PT, PCdoB, MDB, DEM e PSDB. Portanto, um nome ao Senado pela bandeira pepista tem que ser bem conhecido nos meios políticos. Aí cabe a pergunta: quando e onde Buzetti empunhou alguma bandeira em defesa dos interesses mato-grossenses? Quando proferiu discurso sobre a Lei Kandir? Sobre o litígio com o Pará? Sobre a suspensão do pagamento da RGA pelo governador Mauro Mendes? Sobre as questões ambientais, indígenas, agrárias e minerais? Sobre a criação da Universidade Federal de Rondonópolis? Sobre a utilização comercial das hidrovias? Sobre a paralisação da obra do Hospital Universitário da Universidade Federal de Mato Grosso? Sobre a necessidade de conclusão da pavimentação da BR-158? A resposta em todos os questionamento é a mesma: nunca.

Analistas avaliam que mesmo sem querer imputar a ela erros da cúpula pepista ao longo da existência do partido, que esteve (e está) sob o comando de Pedro Henry, José Riva, Airton Português, Eliene Lima, Chico Daltro, Antônio Azambuja, Ezequiel Fonseca, Carlos Fávaro, Blairo Maggi e Nery Geller, o PP se torna pesado para a disputa suplementar ao Senado. Essa disputa torna-se ainda mais difícil quando o nome apresentado para a candidatura é estranho. Os mesmos analistas entendem que numa eleição proporcional Buzetti seria fortíssima candidata, porque entraria no processo eleitoral em defesa de um ou mais de um segmento, mas que ao Senado, onde o eleito representa Mato Grosso, não seria viável levar adiante seu sonho em ser senadora. Isso sem falar na pedra no caminho em que poderá se transformar a assessoria da Dialum, a exemplo do que aconteceu com Selma Arruda, que entrou em cena atrás de votos antes do período legal.

Eduardo Gomes de Andrade – blogdoeduardogomes

FOTO: Dialum – Divulgação

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