A vitória de Abílio reforça a direita por nova ordem política

Eduardo Gomes

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A direita existe e um dos seus grandes redutos é Mato Grosso, onde no domingo (27), o deputado federal Abílio Brunini (PL) venceu o segundo turno da eleição para prefeito de Cuiabá recebendo 171.324 votos (53,80%) na disputa com o deputado estadual petista Lúdio Cabral, que cravou 147.127 votos (46,20%). A vice-prefeita de Abílio é a Coronel Vania (Novo). A vitória de Abílio reforça a direita por nova ordem política

Esta ideologia é palpável e diferente do modelo político até então reinante, com grandes caciques chefiando partidos e coligações. Ela é democrática, não tolera a esquerda e para muitos simboliza um movimento popular que luta por valores tradicionais, liberdade, desenvolvimento e progresso humano.

A vitória de Abílio é o reforço do grito da direita que nos 34 municípios com população acima de 30 mil habitantes se fez ouvir em Várzea Grande, Rondonópolis, Sinop, Primavera do Leste, Pontes e Lacerda e Campo Novo do Parecis onde os liberais de direita venceram a disputa municipal. A conquista de outras prefeituras, a eleição de vice-prefeitos e vereadores por todos os pontos sobre o mapa da gigante Terra de Rondon é o prenúncio da grande mudança que deverá ocorrer em 2026 pela força não somente das lideranças partidárias, mas, sobretudo, pelo poder de decisão do cidadão do povo, aquele que está enojado com escândalos, corrupção e coronelismo.

Cuiabá com Abílio será uma cidade sem coronelismo, e sua condição de caixa de ressonância levará Mato Grosso ao encontro de uma nova ordem política. As conquistas estratégicas do PL consolidarão o processo de mudança que começará pela capital. Em Rondonópolis, a cidade mato-grossense mais politizada, o prefeito eleito Cláudio Ferreira desmontou politicamente as forças que sempre estiveram à frente da prefeitura. Em Várzea Grande, a maior população fora de Cuiabá, a presença feminina de Flávia Moretti é um aceno de esperança pela solução do problema crônico local: falta d’água. Em Sinop a sabedoria de Roberto Dorner, o septuagenário decano dos prefeitos prepara aquele município para em breve ser capital de Mato Grosso do Norte.

Em 2026, com as sementes plantadas em 2024, Mato Grosso deverá virar a página da política tal como a conhecemos e colher o modelo administrativo e parlamentar que precisamos. Isso será possível, porque os agentes desse processo são os cidadãos do povo, ao contrário do que ora ocorre, com eles sendo mera massa de manobra.

Do modelo econômico mato-grossense calcado na economia rural com enfoque no abastecimento interno e no mercado internacional, haverá de  surgir um nome para liderar a transformação que se faz necessária. Entendo que em política não há precocidade e que o hoje deve sempre ser encarado como sendo o amanhã. Portanto, plagiando Dom João VI em sua recomendação ao filho Dom Pedro digo a Odílio Balbinotti, “Põe a coroa sobre tua cabeça, antes que algum aventureiro o faça”. A metáfora da coroa para Odilio Balbinotti é por conta de sua liderança empresarial e política ou vice-versa, que fez seu nome despontar naturalmente para disputar o governo e estar à frente da transformação que em Mato Grosso começou em 2018, passou por 2020 e 2022, e que continuou neste abençoado 2024.