Mato Grosso está a um passo do vácuo do poder. Com a essência de sua classe política mergulhada em escândalos que se arrastam há décadas e com o Tribunal de Contas do Estado (TCE) chafurdando, o cenário é o pior possível.
Esse quadro desalentador pode ainda ganhar contornos de mais gravidade caso o Ministério Público Estadual e o Judiciário não ajam como se espera e do modo que a lei lhes obriga.
Chega! Basta de tanta podridão aflorando diante da aparente inércia forense.
Onde está o Estado que não age para apurar responsabilidade dos nomes que figuram nas listas de denúncia e delação do ex-deputado estadual José Riva? Na lista do ex-governador Silval Barbosa, que é recheada por nomes políticos e do TCE, que teriam recebido mensalinho?
Onde está o Estado que não age para passar a limpo dos vídeos exibidos em 2017 pela TV Globo, nos quais um grupo de deputados estaduais recebe maços de dinheiro do então chefe de gabinete do governo, Sílvio Corrêa? Num desses vídeos o então deputado e agora prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB) deixa cair um pacote de cédulas de reais, o que lhe rendeu o jocoso apelido de Paletó.
O rei está nu na esfera política. Essa nudez chega à bancada federal com o deputado Juarez Costa (MDB) e se entranha na legislatura em curso na Assembleia Legislativa, onde o presidente Eduardo Botelho (DEM) e outros deputados (e ex-deputados) estariam envolvidos num esquema que teria desviado R$ 30 milhões do Detran, segundo o Ministério Público. Ela também está presente na Procuradoria Geral do Estado com o procurador Alexandre Cesar.
O momento é de ação. Não se busca tribunal de exceção, mas não se aceita tribunal de omissão. Mato Grosso precisa de resposta. Qual legitimidade tem a Assembleia Legislativa impregnada de deputados delatados, processados, com bens bloqueados e até mesmo com condenações em primeira instância? Qual legitimidade tem o TCE com cinco conselheiros afastados judicialmente e com os dois titulares que permanecem – o presidente Campos Neto e o conselheiro Guilherme Maluf – com seus nomes citados em listas de supostos corruptos?
O momento é agora. Um ditado popular nos ensina que Antes da hora não é hora, depois da hora, também não; a hora é agora.
Com a palavra os doutos promotores e procuradores da Justiça. Que tudo seja submetido a julgamento antes que a morosidade destrua a esperança da sofrida população mato-grossense.
Eduardo Gomes de Andrade – Editor de blogdoeduardogomes
FOTOS:
1 – Divulgação MPE
2 – Sobre imagem da TV Globo
Vergonhosa situação. E a justiça, lerda, cega e lenta? Até quando teremos leis permissivas para manter no poder que explora a bel prazer os cofres públicos?