Claudio de Oliveira*
Chapada dos Guimarães
Você vive em uma cidade que nunca choveu. Nunca. Nem um pingo d´água. Você escuta falar sobre esse fenômeno e tenta entender como poderia ser a água caindo do céu, a velocidade dos pingos, o peso das gotas, o cheiro que sobe da relva e do chão molhado. É difícil imaginar que não conhece algo que acontece rotineiramente, mas, no nosso caso, mude a imaginação para neve e teremos centenas de milhares de pessoas que nunca presenciaram a neve caindo do céu.
Toda essa digressão é para dizer a vocês que participar da eleição como candidato, apesar de parecer uma chuva nunca vista, é na verdade uma nevasca. A experiência é intensa. Os sentimentos embarcam em montanhas russas, tristezas e alegrias se revezam intensamente. Uma notícia negativa dá lugar a um sorriso franco, a um café quentinho e seguimos confiantes de estarmos no caminho certo.
Lutei o bom combate em Chapada dos Guimarães. Uma cidade que amo desde sempre, mas que sinto que não foi o suficiente. As pessoas estão calejadas, já não reconhecem a política como solução para os seus problemas. O fato de não estar no dia a dia em Chapada foi o suficiente para vaticinar: mas você mora aqui? Bem, se não tivesse domicílio eleitoral na cidade não seria candidato, mas, e isso importa? O cidadão eleitor não escolhe seu candidato a vereador racionalmente, escolhe afetivamente.
Não importa que temos boas ideias. Não importa que pautamos muitas vezes as discussões quando falamos de transporte público, inexistente na cidade que vive, na minha opinião, um crime à economia popular quando o transporte público é abandonado nas mãos de particulares, sem regulação nenhuma. Não existe Uber em Chapada, existe transporte particular sem lei e taxi sem taxímetro. É verdade que nos termos do Art. 8º da Lei nº 12.468, de 26 de agosto de 2011, o instrumento só é obrigatório em cidades com mais de 50 mil habitantes, mas a meu ver há espaço para uma proteção maior do consumidor cidadão e, óbvio, espaço para um circular na nossa cidade querida.
“A experiência é enriquecedora.
Não sou mais o mesmo homem
que era três meses atrás”