A guerra Israel e Irã em Paranatinga, Vila Rica e Rondonópolis

Eduardo Gomes
@andradeeduardogomes
eduardogomes.ega@gmail.com

 

A loirinha bonita, filha do agricultor, paga a blusa no caixa da Ivone Modas, em Paranatinga; o carreteiro  completa o tanque no Posto Bege, em Vila Rica; e o técnico agrícola leva a família para almoçar no Restaurante Verde Vale, em Rondonópolis. Os três cenários são peças do mosaico cotidiano mato-grossense. Porém, a loirinha, o carreteiro e o técnico agrícola e muitos outros, sem que saibam, podem estar fazendo circular os mais de 586 milhões de dólares que o Irã injetou na economia mato-grossense, no ano passado, quando Teerã manteve aberto o cofre que importa o complexo soja, milho, carne bovina e outras commodities. Será que haverá amanhã para a continuidade desse mercado e até mesmo para seu aumento, diante da guerra que os persas travam com os judeus no bíblico Oriente Médio?

O lado trágico da guerra não é a ameaça ao mercado exportador mato-grossense que perde toda importância diante das mortes, dos feridos e da destruição nas duas nações nossas amigas. O comércio com Teerã é citado apenas para despertar o leitor para a universalidade econômica da Terra de Rondon. Em 2024 o Irã foi apenas o 10º importador da nossa economia rural, que despejou US$ 25,9 bilhões (FOB) nos quatro cantos do mundo, na maior movimentação agrícola brasileira e que foi puxada pela China. Mesmo com participação modesta, o Irã despejou uma montanha de dólares na movimentação financeira  de Paranatinga, Vila Rica Rica, Rondonópolis e sabe Deus onde mais.

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O parceiro Irã, pelas injunções, não importará de Mato Grosso neste ano o montante de 2024. Seu futuro é incerto. A frieza da guerra não nos permite sonhar com a rápida retomada econômica persa. O regime teocrático dos aiatolás leva a grande nação banhada pelo Tigre e o Eufrates, e que um dia foi a lendária Mesopotâmia, a um Estado fundamentalista ameaçador para o povo judeu, pois seu lema é a destruição da Entidade Sionista.

Na área econômica, Mato Grosso sofrerá os efeitos colaterais da guerra. Não pensem que o baque será pequeno, muito embora em termos percentuais Teerã importe apenas 2,30% da movimentação de nossa balança comercial. Mais de meio milhão de dólares é uma cifra respeitável e no mercado mundial, no primeiro momento, não há parceiros para substituir os iranianos. Mais: a guerra já provoca alta no preço internacional do petróleo, o frete marítimo disparará e países no entorno dos confrontos, a exemplo da Arábia Saudita e Turquia, poderão recuar em suas importações.

Que Deus devolva a paz entre Israel e Irã, e a harmonia entre o islamismo e o judaísmo. A economia mato-grossense é mera citação, mas que o alerta do Oriente Médio nos mostre que é preciso respeitar o oposto, manter tolerância e que possamos entender que não somos os únicos no mundo.

Foto: Divulgação 

Comentários (1)
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  • Lazaro

    Qualquer guerra tem seu preço, todos sofrem, muitos choram. Será que os Aiatolas pensam desse jeito? Ou só querem mesmo é eliminar o povo judeu? O fundalismo islâmico já conseguiu severas proezas na faixa de Gaza e outros lugares do mundo. Temos a ONU…pra que serve? Temos o Papa, cadê seu prestígio em torno da paz? A quem recorrer? No Brasil…situação semelhante, onde a corte maior, que seria a última instância.. é a primeira em mandar prender picoleseiro, engraxate, donas de casa com filhos pequenos a mais de 14 anos, porém, esse tratamento não foi dado a mulher do Cabral ex gov do Rio, a defesa alegou que com dois filhos, um com 12 anos, ela estaria privada de cuida-los, está livre…então temos sim, dois pesos e duas medidas.