Ou Thiago Muniz ou Ibrahim Zaher para prefeito de Rondonópolis. Essa é a tese do suplente de senador Manoel Motta (PCdoB), que sugere o afastamento da velha guarda da disputa política. Com o posicionamento de Motta o site passa a abordar a sucessão municipal nos maiores municípios mato-grossenses, pela visão dos principais políticos regionais – faltando um ano para as convenções.
Motta é doutor e professor aposentado da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e dirigiu o PCdoB estadual. Radicado há décadas em Rondonópolis, é o segundo suplente do senador liberal Wellington Fagundes, que também reside naquela cidade. Seu posicionamento é pessoal – destaca – observando que essa pauta ainda não foi tema de discussão partidária.
Recheada de caciques políticos, mas praticamente sem renovação na cúpula do poder político, Rondonópolis é a cidade de Carlos Bezerra (MDB), Adilton Sachetti (PRB), Sebastião Rezende (PSC), Zé Carlos do Pátio (SD), Rogério Salles (PSDB), Blairo Maggi (PP), Teté Bezerra (MDB), Wellington Fagundes, José Medeiros (Pode), Nininho (PSD), Percival Muniz (PDT), Delegado Claudinei (PSL) e Thiago Silva (MDB). São nomes e partidos a perder de vista. Com tantas opções assim, Motta lança o olhar sobre o vereador em terceiro mandato consecutivo, Thiago Muniz (PDT) e no ex-presidente da Câmara Municipal, Ibrahim Zaher (PSD), ambos jovens, com 36 anos, empresários e perfeitamente identificado com a realidade rondonopolitana.
Os caciques
Bezerra é deputado federal em quinto mandato, foi deputado estadual, duas vezes prefeito, governador e senador.
Wellington cumpriu sete mandatos consecutivos de deputado federal; é senador.
Blairo foi suplente de senador, governador em dois mandatos consecutivos, senador e ministro da Agricultura.
Rogério duas vezes foi vice-prefeito, prefeito, vice-governador e governador.
Sebastião Rezende é deputado estadual no quinto mandato consecutivo.
Adilton foi prefeito, secretário de Estado e deputado federal.
Zé do Pátio é prefeito no segundo mandato alternado, foi vereador em três mandatos e deputado estadual em três legislaturas.
Percival foi vereador, deputado federal constituinte, secretário de Estado, vice-prefeito, três vezes prefeito e deputado estadual.
Nininho cumpre o terceiro mandato consecutivo de deputado estadual e por três vezes foi prefeito de Itiquira, município no polo de Rondonópolis.
José Medeiros foi suplente de senador e senador; é deputado federal.
Teté foi duas vezes deputada federal, deputada estadual, secretária de Estado, presidente da Embratur, primeira-dama de Rondonópolis e primeira-dama de Mato Grosso.
Delegado Claudinei foi eleito deputado estadual na aluvião bolsonariana, que no ano passado levou Nelson Barbudo para a Câmara dos Deputados e a Juíza Selma para o Senado. Até então não tinha militância política.
Thiago Silva gravita no núcleo controlado por Bezerra. Antes de se eleger deputado estadual em 2018 cumpria mandato de vereador.
Comunista de carteirinha, Motta acredita nas forças produtivas, nas quais – segundo ele – se encaixam Ibrahim Zaher e Thiago Muniz. O suplente de senador avalia que a velha guarda deu sua grande contribuição (ao município) e que o momento é de renovação total. O suplente de senador inclui o prefeito Zé do Pátio entre os políticos que contribuíram (para o desenvolvimento), mas o vê por um viés que o deixa na contramão da realidade das grandes demandas, inclusive sociais, de Rondonópolis. Em suma, é mais que remota a possibilidade de que ele o apoiasse à reeleição, independentemente de seu adversário ou adversários.
Leal ao PCdoB, Motta reconhece que seu partido não teria condições de disputar eleição majoritária em Rondonópolis e que terá que se coligar. Quanto à candidatura partidária, o suplente de senador observa que é preciso reforçar o vereador professor Sívio Negri (PCdoB), para que ele se reeleja e contribua para a eleição de mais um nome da sigla. “A legislação enfraquece os pequenos e médios partidos e até mesmo o PCdoB. Daí que às vezes divirjo de outras forças de esquerda que insistem em lançar candidaturas para marcar posição”, argumenta.
Sobre a velha guarda Motta acredita que a maioria sequer pensaria em disputar a prefeitura. Medeiros Delegado Claudinei e Thiago Silva, os novatos entre os que estão na cúpula política, na sua avaliação, não conseguiriam costurar acordos em cima e nas bases. “Sem essa costura nenhuma candidatura prospera”, analisa.
Suplente de Wellington, Motta avalia que o senador não deixaria a política nacional pela municipal, “sua participação nesse momento de começo de governo (do presidente Jair Bolsonaro) é importante; ele é ouvido e bem respeitado nacionalmente, além de conhecer os problemas de Mato Grosso e se empenhar por soluciona-los”. O discurso de Motta exclui a candidatura de Wellington a prefeito, como já aconteceu em duas eleições, quando ele exercia mandatos de deputado federal.
Encostado na parede, se apoiaria ou não eventual candidatura de Wellington a prefeito, Motta disse sim, “claro que apoio, mas essa hipótese (da disputa municipal) nunca vai existir”, arredondou. Depois de refletir um pouco, buscou em sua memória política o jargão que melhor traduz comportamento de políticos, “na verdade, com exatidão, em política não existe nunca nem sim. É tudo circunstancial”. concluiu.
Rondonópolis coleta 95,25% de seus esgoto e trata 92,28%. O município tem 65 anos.
Redação blogdoeduardogomes
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1 – Guilherme Filho
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