Mauro Mendes há quatro meses em silêncio sobre a realidade financeira

Mauro sempre fala, mas não sobre a realidade financeira

Mauro Mendes precisa observar o princípio da transparência, sair das trevas e apresentar a Mato Grosso a realidade de seu governo, que para ele encontra-se em situação de calamidade financeira. Seu silêncio ganha estranho contorno, fere o princípio da transparência e coloca em dúvida o que se passa entre as paredes do Palácio Paiaguás, ao qual assumiu há exatos quatro meses.

Visto pelo seu tempo no poder, o período de Mauro no governo é curto. São quatro dos quarenta e oito meses de seu mandato. Porém, diante do cenário por ele apresentado em palavras soltas ao vento, e o governo tendo em mãos, em tempo real, todo seu fluxo de caixa e os atos administrativos e burocráticos, o mínimo que se poderia esperar do governador é que ele apresentasse um balanço da real situação.

Não adianta fazer jogo de palavras afirmando que a folha de pagamento consome tanto por cento da receita. É preciso que se dê nomes aos bois e que se faça alguns esclarecimentos.

Mauro precisa revelar:

Quantos servidores comissionados havia no governo anterior, de Pedro Taques.

Quanto esse pessoal recebia em salários.

Quantos servidores nessa condições existem agora.

Quanto eles recebem em salários.

Quais as secretarias onde houve aumento de pessoal comissionados e detalhar o quantitativo absoluto e o número de contratados a mais.

Quanto o governo quitou de dívidas, para quem pagou e por quais serviços pagou.

Quanto se desembolsou em duodécimo e outras transferências, com números exatos e destinação.

Qual foi a receita corrente líquida no primeiro quadrimestre.

Qual o custeio da máquina pública e se esse montante é maior, igual ou menor do que no governo anterior – tudo devidamente com números.

Mais, Mauro precisa explicar a situação jurídica do governo diante do não reconhecimento pelo Tesouro Nacional do decreto de calamidade financeira editado em janeiro com vigência de 180 dias.

Finalmente, Mauro tem que revelar detalhadamente se está cumprindo seu ato oficial, de 4 de abril: a assinatura para a retomada e o começo de 114 obras rodoviárias orçadas em R$ 419 milhões. É preciso que explique quais as obras estão em curso e quando as demais começarão.

Esse questionamento deveria partir da Assembleia Legislativa, mas essa é sempre submissa ao governo e costuma digerir bem tudo que vem do Palácio Paiaguás, A mídia, de modo geral também não se interessa por essa questão e o mesmo acontece com as redes sociais, que se dedicam mais a temas nacionais de modo a não trombar com o poder doméstico.

Em tempo:

A Assembleia aprovou um projeto de autoria da presidente em exercício, Janaína Riva (MDB) que exige prestação de contas do governador, do vice e do secretariado sobre os gastos com viagens, e que apresentem justificativa para tais andanças. Na semana passada Mauro vetou o projeto sob o argumento de inconstitucionalidade do mesmo.

Se a Assembleia não derrubar o veto, fica o dito pelo não dito. é até estranho Janaína fazer tal cobrança, sé ela e os demais deputados são beneficiários de uma verba indenizatória mensal de R$ 65 mil, que não exige prestação de contas. No linguajar popular é o sujo falando do mal lavado.

Em suma, que Mauro explique a Mato Grosso o que realmente acontece, ainda que ele e os deputados continuem recebendo polpudos mimos financeiros do contribuinte para suas andanças – e que não prestem contas desses seus atos.

Eduardo Gomes de Andrade ´editor de blogdoeduardogomes

FOTO: Christiano Antonucci – Governo de Mato Grosso – Divulgação

 

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