Hortêncio Paro é seu nome. Porém, se alguém o chamar de Senhor Soja, não estará errado. Literalmente, as primeiras sementes dessa leguminosa que reina absoluta em Mato Grosso chegaram ao cerrado da Terra de Rondon, por suas mãos.
Agrônomo formado pela Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, dedicado, pesquisador incansável, Hortênio Paro trabalha em Mato Grosso desde 1972, pois naquela ano ao trocar o Paraná, onde vivia, por uma experiência no Centro-Oeste, desembarcou em Fátima do Sul, que mais tarde passaria a pertence a Mato Grosso do Sul. Ainda naquele Estado desmembrado do território mato-grossense, Hortêncio Paro trabalhou em Dourados e Três Lagoas. Em 1976, a Associação de Crédito e Assistência Rural de Mato Grosso (Acarmat) o levou para seus quadros de pesquisadores, em Cuiabá.
Mal chegou, a Acarmat foi extinta, nascendo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Mato Grosso (Emater), empresa pública, vinculada ao governo estadual, Em 1992, a Emater foi engolida pela Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), que nasceu da fusão da Emater com a Empresa de Pesquisa Agropecuária (Empa) e a Companhia de Desenvolvimento Agrícola (Codeagri). Oriundo da Emater, Hortênio Paro passou pelas mudanças nas empresas e permaneceu nos quadros da Empaer até a aposentadoria.
De Cuiabá, Hortênio Paro entrou em cena para criar a cultura da soja em Mato Grosso. Foi ele quem trouxe os primeiros cultivares, a variedade IAC-2. desenvolvida pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC). O primeiro agricultor assistido e orientado foi o pioneiro no cultivo da soja mato-grossense, Adão Riograndino Mariano Salles, da fazenda São Carlos, em Rondonópolis. A primeira safra comercial: 1977.
Desde que chegou Hortênio Paro nunca descansou um dia sequer. Esteve presente em todas as regiões difundindo a soja e outras lavouras. Quando Munefume Matsubara resolveu cultivar a leguminosa abaixo do Paralelo 13, na fazenda Progresso, em Sorriso, Hortêncio Paro estava ao seu lado.
A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) sempre foi um de seus destinos. “Sempre colaborei com ela (UFMT), mas nunca fui seu professor formalmente“, revela com naturalidade.
Reconhecido nos meios dos produtores rurais, Hortênio Paro, 75 anos, é paulistano de berço, mas Cidadão Mato-grossense pela Assembleia Legislativa.
Eduardo Gomes – blogdoeduardogomes
FOTO: blogdoeduardogomes