Eduardo Gomes
@andradeeduardogomes
eduardogomes.ega@gmail.com
Matéria de minha autoria publicada originalmente no Jornal Diário de Cuiabá e postada em sua versão eletônica www.diariodecuiaba.com.br – texto ampliado para o blog
Desde 2017 um projeto do então senador José Serra (PSDB/SP) propõe a troca do sistema proporcional para eleição parlamentar pelo voto distrital misto, mas essa proposta esbarra na chamada reserva de mercado do poder e não avança. O sistema vigente cria atipicidades, sobretudo na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, deixando regiões sem representantes, como se verifica.
O cenário não deverá mudar muito em 2026. Dos 24 deputados, somente Janaína Riva (MDB) não tentará a reeleição, e anunciou que poderá concorrer ao Senado. O número de cadeiras não aumentará, pois o presidente Lula da Silva vetou integralmente o projeto que elevaria dos atuais 24 para 30 as cadeiras na Assembleia em Mato Grosso; o Congresso não dá sinais de que tentará derrubar o veto presidencial.
O sistema proporcional desequilibra a disputa e facilita a reeleição, pela estrutura que o deputado tem, que inclui a liberdade para destinação das emendas parlamentares e o Fundo Eleitoral administrado pelas cúpulas partidárias, das quais fazem parte.
O controle sobre o Fundo Eleitoral e a liberdade para destinação de emendas criam grupos de apoio a deputados que disputam a reeleição. Vereador ou prefeito contemplado com emenda, naturalmente apoia o parlamentar que o prestigiou; nas campanhas eleitorais municipais deputados têm forte participação, pois podem destinar recursos do financiamento público para seus liderados. Essa situação enxuga o número de candidatos a deputado, mas não impede a pulverização de nomes em razão da existência de dezenas de partidos.
Grandes regiões, porém, menos habitadas tendem a ficar fora do plenário da Assembleia. Esse fato se verifica em algumas das grandes cidades, que lançam muitas candidaturas e parte dos tradicionais cabos eleitorais é contratada por candidatos de outras localidades; foi isso que aconteceu em 2022 em Sorriso, Primavera do Leste, Lucas do Rio Verde, Cáceres, Barra do Garças, Alta Floresta, Juína e Juara, que não elegeram deputado estadual.
Com o voto distrital misto, todas as regiões seriam contempladas e ocupariam a metade das cadeiras na Assembleia. A outra parte seria eleita com os nomes extraídos das listas formadas pelos partidos, que definiriam a prevalência para eleição em ordem decrescente: se um partido conquistar três cadeiras, serão vencedores os três primeiros nomes da lista. Esse modelo é adotado na Hungria, Bolívia, Japão, Alemanha, México, Sérvia e Montenegro, Nova Zelândia, Venezuela e outros países.
Pelo sistema do quociente eleitoral algumas regiões são prejudicadas. O Vale do Araguaia, que é a maior região, ocupa apenas uma cadeira, com o deputado Dr. Eugênio (PSB), de Água Boa. A fronteira com a Bolívia, com 983 km de extensão, elegeu somente Valmir Moretto (Republicanos), que é domiciliado em Pontes e Lacerda, distante 230 km de Cáceres, a principal cidade da área.
A região Noroeste, onde se destacam Sapezal, Juína, Colniza, Aripuanã e Juruena, não elegeu deputado.
O nome mais citado na área é o do ex-prefeito de Juína e suplente de deputado estadual Altir Peruzzo (PT), porém a pulverização dos votos entre candidatos sem chances de eleição e a votação dada a residentes em outras regiões, dificultam o projeto de Altir.
O Chapadão do Parecis conquistou uma cadeira, com Dr. João (MDB), de Tangará da Serra. Tangará é um dos principais municípios de Mato Grosso e polo regional, mas ainda assim sua presença na Assembleia é tímida. Chico Guarnieri (PRD) de Barra do Bugres assumiu uma cadeira na Assembleia, com a renúncia de Cláudio Ferreira (PL), que se elegeu prefeito de Rondonópolis.
Barra do Bugres dista 75 km de Tangará. Naquela região, o ex-prefeito de Campo Novo do Parecis, Rafael Machado, é um dos nomes citados para a Assembleia. Campo Novo dista 150 km de Tangará.
Em 2022, concentrando mais de 30% do eleitorado, Cuiabá elegeu 13 dos 24 deputados: Diego Guimarães (Republicanos), Beto Dois a Um (PSB), Carlos Avallone (PSDB); Eduardo Botelho, Júlio Campos e Paulo Araújo (UPB); Elizeu Nascimento (PL), Valdir Barranco e Lúdio Cabral (ambos do PT), Wilson Santos (PSD), Juca do Guaraná e Janaína Riva (ambos do MDB) e Faissal Calil (Cidadania). Considerável parte dos votos dos candidatos cuiabanos foi recebida em outros municípios, o que não aconteceria se a eleição fosse pelo voto distrital misto.
Várzea Grande, segunda maior cidade, elegeu somente Fábio Tardin (PSB). Júlio Campos e Eduardo Botelho receberam expressiva votação do eleitorado várzea-grandense; os dois são domiciliados em Cuiabá, embora Júlio Campos tenha sido prefeito daquele município.
Em suma, considerando-se os votos da conurbação de Cuiabá e Várzea Grande, são 14 deputados.
Rondonópolis, o terceiro maior município, elegeu quatro deputados: Sebastião Rezende (UPB), Thiago Silva (MDB), Nininho (Republicanos) e Cláudio Ferreira.
Com a eleição de Cláudio Ferreira para prefeito a representação rondonopolitana foi reduzida para três.
Mesmo com força eleitoral Rondonópolis é mantida fora do secretariado de Mauro Mendes, o que reduz a influência dos seus deputados no governo podendo resultar em efeito negativo nas urnas.
Mato Grosso plural
Mato Grosso tem três biomas, três bacias hidrográficas, adota dois fusos horários e suas realidades regionais criam um Estado muito eclético, que precisa ser discutido por quem conhece e vive sua região.
Cáceres, Vila Bela da Santíssima Trindade, Porto Esperidião, Pontes e Lacerda, Mirassol D’Oeste, Araputanga, Rio Branco, Glória D’Oeste, Curvelândia, Jauru e os demais municípios da área são assoladas pelo crime transnacional na fronteira, e exigem uma política pública transversal da União com o Estado, que promova desenvolvimento, ofereça garantias jurídicas e assegure a manutenção da lei e da ordem.
Poxoréu, Tesouro, Guiratinga, Araguainha, Ponte Branca e Torixoréu enfrentam o caos ambiental, social e econômico no pós-garimpo de diamante, que também se verifica em Alto Paraguai, Nortelândia, Arenápolis e Santo Afonso.
Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Tapurah, Ipiranga do Norte, Cláudia, Vera, Santa Carmem, Feliz Natal, Marcelândia, Santa Rita do Trivelato, Nova Ubiratã, Colíder, Terra Nova do Norte, Peixoto de Azevedo, Matupá e Guarantã do Norte registram números e apresentam indicadores econômicos de primeiro mundo em razão do agronegócio que ganhou a vertente da agroindustrialização. A região tem somente dois deputados estaduais:
Barra do Garças, Nova Xavantina e Novo São Joaquim, onde se desenvolve uma expressiva pecuária bovina tentam mostrar ao mundo seus roteiros turísticos, inclusive para o turismo místico.
Cocalinho, Nova Nazaré, Água Boa, Canarana, Ribeirão Cascalheira e Querência aguardam o apito do trem da ferrovia FICO, para escoar commodities ao porto de Itaqui, no Maranhão. Água Boa, no ponto mais ao Norte dos trilhos, dista 383 km de Mara Rosa (GO), onde a FICO fará conexão com a Ferrovia Norte-Sul. Não há nenhum plano de desenvolvimento para o raio de influência da FICO.
No Chapadão do Parecis o bolsão Tangará da Serra, Nova Marilândia, Diamantino, Campo Novo do Parecis, Brasnorte, Sapezal, Campos de Júlio e Comodoro compõe a maior área agricultável contínua do mundo, com 22 milhões de hectares incluindo Rondônia e Amazonas; aqueles municípios têm o olhar econômico voltado para a Hidrovia Madeira-Amazonas.
Juara, com área superior a Israel, tem uma inesgotável reserva de minério de ferro de alto teor, que depende de uma ferrovia para entrar em processo de extração.
Uma grande rodovia Leste-Oeste em construção ligará Colniza a Guarantã do Norte contemplando Juruena, Cotriguaçu, Nova Bandeirantes, Nova Monte Verde, Apiacás, Paranaíta, Carlinda, Nova Guarita e Novo Mundo. Mas, não há nenhum projeto para o incremento daquela área após a consolidação do corredor.
Colniza, com área igual ao Sergipe, tem um mosaico fundiário confuso e necessita de uma varredura fundiária. Igual a Colniza, vários outros municípios, e dentre eles, Paranatinga, Gaúcha do Norte, Canabrava do Norte e Confresa, também enfrentam problemas agrários, inclusive na zona urbana.
São muitas as realidades e somente uma legislatura capilarizada nos municípios teria condições de responder à altura. Porém, sem o voto distrital misto dificilmente será possível ampliar a representação da base habitacional mato-grossense e sua renovação é pequena. Na eleição passada, 18 deputados foram reeleitos. Os seis estreantes são domiciliados nos grandes polos, sendo quatro de Cuiabá: Diego Guimarães, Juca do Guaraná, Júlio Campos e Beto Dois a Um; um de Rondonópolis, Cláudio Ferreira; e um de Várzea Grande, Fábio Tardin.
A quase continentalidade mato-grossense dificulta que o parlamentar receba informações sobre todas as regiões. Essa realidade abre espaço para debates secundários, como o atraso na abertura de uma agência dos Correios em Várzea Grande; as poltronas danificadas de ônibus das linhas urbanas em Rondonópolis ou a má iluminação de uma rua em Cuiabá, que ganham mais destaque do que o aumento da criminalidade em Sorriso, a taxa de detecção de hanseníase em Poconé ou o isolamento de Rondolândia.
Cenário no Vale do Araguaia
A distância entre Alto Taquari e Vila Rica é de 1.070 km. O primeiro situa-se na tríplice divisa MT/GO/MS e o outro fica ao lado do Pará. Os dois estão nos limites territoriais do Vale do Araguaia, que tem apenas um deputado: Dr. Eugênio (PSB), que é pré-candidato ao terceiro mandato consecutivo na Assembleia. Na região, faltando um ano para as eleições, as pré-candidaturas à Assembleia dominam as conversas e o noticiário regional.
Sem citar os partidos a que estão filiados, pois na janela de filiação haverá muita mudança de sigla em busca de espaço nas chapas, dentre os pré-candidatos à Assembleia, pelo Araguaia, despontam os ex-prefeitos: Gustavo Melo, de Alto Araguaia; Fábio Faria, de Canarana; Beto Farias, de Barra do Garças; Fernando Gorgen, de Querência; Janailza Taveira, de São Félix do Araguaia; Abmael Borges da Silveira, de Vila Rica; Marcelo Aquino, de General Carneiro; Daniel do Lago, de Porto Alegre do Norte; e Léo Bortolin, de Primavera do Leste e presidente da AMM. Em Barra do Garças os vereadores Zé Gota e Bianca Freitas; e o empresário e suplente de deputado estadual Moacir Couto. Os prefeitos de Campo Verde, Alexandre Lopes de Oliveira; Adelcino Lopo, de Pontal do Araguaia; e João Bang, de Nova Xavantina. A médica em Canarana, Cláudia Gervazoni. O ex-vereador em Vila Rica, Janovan Rios. Em Confresa, a advogada, cantora gospel, ex-vice-prefeita e ex-candidata a prefeita, Cláudia Voltoline; e Baiano Filho, suplente de deputado estadual e que foi vereador por Sinop, presidente da União das Câmaras Municipais, deputado estadual e secretário de Estado. E em Querência, o padre Sebastião Coracy de Oliveira, que foi candidato a prefeito daquele município.
O piloto civil e empresário Nelson Paim, que foi prefeito de Poxoréu também é domiciliado em Primavera do Leste, onde é a sede de sua empresa de aviação agrícola; Poxoréu e Primavera embora não sejam citados enquanto municípios do Araguaia, pertencem àquela região.
Mesmo com o enxugamento de candidaturas pelo controle que os deputados exercem sobre os partidos, a Mosca Azul teima em pousar em cabeças políticas no Araguaia. Porém, mesmo assediados pelo figurado inseto, três pré-candidatos, num pronunciamento, mas sem detalhes, disseram que aguardarão a divulgação de uma pesquisa, para definir qual concorerrá, sendo que os demais o apoiarão.
O pronunciamento foi dos ex-prefeitos Daniel do Lago, de Porto Alegre do Norte; Janaílza Leite, de São Félix do Araguaia; e Abmael Silveira, de Vila Rica.
Nomes na fronteira com a Bolívia
Na faixa de fronteira são pré-candidatos à Assembleia os vereadores por Cáceres, Flávio Negação, Valdeníria Dutra e Cézare Pastorello; e o empresário, ex-prefeito e suplente de deputado estadual Francis Maris. O ex-deputado estadual Dr. Gimenez, em São José dos Quatro Marcos. O secretário municipal e ex-vereador Edcley Coelho, em Vila Bela da Santíssima Trindade. O ex-prefeito de Pontes e Lacerda, Alcino Barcelos. O ex-deputado estadual, ex-deputado federal e ex-presidente da AMM, Ezequiel Fonseca, de Reserva do Cabaçal, onde foi prefeito. O pecuarista, médico e suplente de deputado estadual Arnaldo Júnior, de Mirassol D’Oeste. O ex-prefeito de Cáceres e ex-deputado Túlio Fontes.
O último deputado estadual eleito por Cáceres foi o médico Leonardo Ribeiro Albuquerque, o Dr. Leonardo, pelo PDT, em 2014.
Cáceres é uma cidade bicentenária com 90 mil habitantes, no Pantanal e na fronteira com a Bolívia, e tem a sétima maior população mato-grossense. Um dos nomes mais presentes nas disputas eleitorais é o do agrônomo James Cabral (PT), que não consta entre os pré-candidatos a deputado estadual. James é irmão de Lúdio Cabral, que tentará a reeleição; pela ótica familiar, os dois concorrendo ao mesmo cargo torna-se mais difícil a continuidade de Lúdio no poder. Situação semelhante acontece em Cuiabá, onde a presidente da Câmara, Paula Kalil (PL), que em 2024 se elegeu com 5.460 votos; no contexto das pré-candidaturas de vereadores para a Assembleia, Paula teria espaço naturalmente, mas se disputar prejudicará a tentativa de reeleição de seu irmão Faissal Calil.
Tradicionalmente as lideranças políticas cacerenses pulverizam candidaturas, o que dificulta a eleição de cidadãos locais. Naquela região, Valmir Moretto tentará a reeleição, pelo Republicanos.
O Nortão se divide
Região com 36 municípios – incluindo o mais novo, Boa Esperança do Norte, desmembrado de Sorriso e Nova Ubiratã e instalado em 1º de janeiro deste ano – e representada na Assembleia por Dilmar Dal Bosco (UPB) e Gilberto Cattani (PL), o Nortão tem vários nomes entre os pré-candidatos a deputado estadual:
Miguel Vaz, prefeito de Lucas do Rio Verde. Em Sorriso, o ex-prefeito Ari Lafin; o ex-deputado estadual Mauro Savi e o suplente de deputado estadual Xuxu Dal Molin. Em Sinop, o suplente de deputado estadual Silvano Amaral; Rosana Martinelli, que foi vice-prefeita e prefeita e ocupa a segunda suplência do senador Wellington Fagundes (PL); o professor Feliciano Azuaga e o vice-prefeito Paulo Fernandes Abreu, o Paulinho. Em Matupá, o ex-prefeito e suplente de deputado estadual Valter Miotto. Em Nova Mutum, o suplente de deputado estadual Hugo Garcia e a primeira-dama e secretária de Cidadania e Assistência Social, Aline Félix . O vereador, policial civil e suplente de deputado estadual Vlad Mesquita, em Lucas do Rio Verde. Em Juara, o ex-prefeito Carlos Sirena e Sandy de Paula, suplente de deputada estadual, advogada e ex-presidente da Câmara.
Disputa na área metropolitana
Com 13 deputados estaduais sendo que 12 tentarão a reeleição, Cuiabá já discute os nomes que surgem como eventuais candidatos à Assembleia, e dentre eles: o ex-prefeito Emanuel Pinheiro, a primeira-dama e vereadora Samantha Íris, a vice-prefeita Vânia Rosa, o procurador Mauro Lara de Barros; a presidente do PSD Mulher, Rafaela Fávaro; os vereadores e Eduardo Magalhães, Jeferson Siqueira, Maysa Leão, Michelly Alencar, Kássio Coelho e Rafael Ranalli; o empresário e ex-candidato a prefeito Domingos Kennedy; os secretários estaduais Allan Kardec (Ciência, Tecnologia e Inovação), César Augusto Roveri (Segurança Pública), Alan Porto (Educação) e Gilberto Figueiredo (Saúde). Alguns sites apontam César Roveri para deputado federal, porém, sua candidatura deverá ser para a Assembleia, pois o governador Mauro Mendes quer a eleição de sua mulher Virgínia Mendes para deputada federal e procura blindá-la junto ao secretariado estadual, à exceção de Fábio Garcia, que tentará a reeleição pela UPR.
Em Várzea Grande, que tem apenas uma cadeira, com Fábio Tardin, são mencionados os nomes do vice-prefeito Tião da Zaeli, do ex-prefeito Kalil Baracat; dos vereadores Charles da Educação, Rosy Prado e Rogerinho da Dakar; e do empresário Flávio Frical.
Kalil (MDB) tem berço político. É neto de Sarita Baracat, que foi vereadora e prefeita de Várzea Grande, e deputada estadual. É filho de Nico Baracat, que foi vice-prefeito de Várzea Grande, deputado estadual e secretário de Estado. Kalil tentou a reeleição em 2024 e foi derrotado por Flávia Moretti (PL). Parte de sua derrota é debitada ao crítico abastecimento de água na cidade com mais de 300 mil habitantes e banhada pelo rio Cuiabá e que há décadas é controlada politicamente pelo grupo político dos irmãos Jayme (senador) e Júlio Campos (deputado estadual), do qual faz parte.
República do Rio Vermelho
Rondonópolis tem tradição de eleger deputados estaduais, deputados federais e nomes para o Senado e o governo estadual, apesar da pulverização de seus votos. Essa força eleitoral lhe rende o nome de ‘República do Rio Vermelho’. Nas eleições de 2024 o município tinha 175 mil eleitores e um peso político considerado “grande”. Os eleitos para a Assembleia, Nininho, Sebastião Rezende e Thiago Silva disputarão a reeleição. Além deles, são citados: os ex-prefeitos Zé Carlos do Pátio e Ananias Filho, a primeira-dama Alessandra Ferreira, a ex-vereadora e suplente de deputada estadual Marilda Ferreira; os vereadores Paulo Schuh, Luciana Horta, Júnior Mendonça, Kalynka Meirelles, Ibrahim Zaher e Vinícius Amoroso; o empresário Neles Farias, o ex-vice-prefeito Aylon Arruda, a empresária e suplente de deputada federal Marchiane Fritzen e o ex-presidente da Assembleia Legislativa Gilmar Fabris.
A quantidade de nomes em pré-campanha para a Assembleia poderá dificultar a reeleição dos três deputados locais. Porém, um fator deverá contribuir para a permanência deles na Assembleia: estima-se que aproximadamente 10 mil eleitores de Cuiabá e Várzea Grande sejam rondonopolitanos ou que tenham residido naquela cidade; esse eleitorado tradicionalmente vota em candidatos da Terra de Rondon.
A pulverização dos votos em Rondonópolis afeta menos o deputado Sebastião Rezende, que é membro da Igreja Evangélica Assembleia de Deus e tem votação capilarizada em todos os municípios, graças aos votos que recebe os irmãos em Cristo; foi eleito pela primeira vez em 2002 e sempre teve reeleição assegurada.
O presidente
Max Russi preside a Assembleia pelo segundo mandato consecutivo. A relevância do cargo e o poder que esse lhe confere fazem de Max Russi candidato pescador de votos nos 142 municípios. Em várias cidades há cabos eleitorais e políticos fazendo campanha 24 horas para o presidente da Assembleia. Independentemente dos votos no Vale do São Lourenço, que é sua principal base eleitoral, Max Russi é considerado nome reeleito com tranquilidade.
Max Russi foi presidente da Câmara e prefeito de Jaciara, no Vale do São Lourenço composto por Jaciara, São Pedro da Cipa, Juscimeira, Dom Aquino e parte de Poxoréu. É o líder da região: sua mulher Andreia (PSB) é prefeita reeleita de Jaciara, e seu irmão Alexandre (PL) é prefeito de Juscimeira e por duas vezes foi prefeito de São Pedro da Cipa.
Abertamente Max Russi revela que deixará o PSB pelo Podemos – só não diz que o fará para não associar seu nome ao de Geraldo Alckmin, o vice de Lula, temendo desgaste junto ao eleitorado bolsonarista mais radical e predominante em Mato Grosso. Max Russi é pré-candidato à reeleição, mas dependendo do andar da carruagem, poderá concorrer ao governo ou ao Senado. Mais: acho que Max Russi é uma das facetas do modelo atual de eleição de deputado estadual, que privilegia os caciques políticos e os grandes municípios deixando a população e a base territorial mato-grossenses do lado de fora da Assembleia.
Fotos:
1, 3, 4, 5, 9, 10, 13, 14, 20 e 21 – ALMT
2 – Prefeitura de Juína
6 – A Tribuna – Rondonópolis
7 – Valmir Farias – Campo Verde
8 e 17 – Secom/MT
11 – Rede da Notícia – Barra do Garças
12 e 15 – Agência AMM
16 – Show de Notícias – Juara
18 – Prefeitura de Várzea Grande
19 – Eduardo Gomes
Só com o voto distrital se começa a resolver problemas regionais. Concordo plenamente com o voto distrital