Aniversário do Marechal Rondon e a próxima edição

Eduardo Gomes

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Maio é dedicado ao Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, o Patrono das Comunicações, nascido  no dia 5 deste mês, no ano de 1865, ao lado da Baía de Chacororé, em Mimoso, de Santo Antônio de Leverger, que à época pertencia a Cuiabá. Símbolo da brasilidade o ilustre mato-grossense figura no imaginário panteão sonhado pela sabedoria popular para reverenciar os grandes vultos nacionais. Em 19 de janeiro de 1958 Deus vagava sobre o Rio de Janeiro, o viu e lembrou-se que havia uma imensa área celestial isolada, que precisava ser integrada ao Seu reino, e num abraço paterno o levou ao Céu, onde cumpriu a missão recebida, tão bem quanto aquela que integrou a Amazônia e o Centro-Oeste ao Brasil.  Por sorte nosso herói não está entre nós e não vê a postura da Imprensa de sua terra, que bem pouco (ou quase nada) espelha sua obra de Comunicação na amplitude de seu significado.

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Seria ridículo afirmar que a Imprensa Mato-grossense é independente, muito embora alguns jornalistas e veículos de Comunicação teimem em desafiar as amarras das censuras financeiras, sociais e políticas. Vejo com o maior reconhecimento possível os que lutam pela liberdade editorial, mas fica claro que a casa-grande vê o conjunto da Comunicação como senzala. Pior, sob vários aspectos, não será possível mudar esta relação de imediato nem nos próximos anos.

A dor da submissão, o vexame da imposição e outros aspectos são muito fortes. Porém, a Imprensa não pode abdicar da criatividade para driblar a força da censura disfarçada. O jornalista precisa lançar mão da filosofia do judô: usar a força do adversário contra ele. Claro que na realidade em que vivemos repórter teme questionar o chefe da Casa Civil, Fábio Garcia (União), e de igual modo a deputada estadual Janaína Riva (MDB). Isso é tão natural quanto beber quando a sede aperta. Porém, quando um deles critica o outro, ou melhor ainda, quando trocam farpas, é o momento de lançar mão de suas palavras para mostrar ao leitor quem é um e quem é a outra.

O episódio dos vídeos gravados por Janaína Riva e Fábio Garcia poderiam ser utilizados de modo inteligente para que Mato Grosso os conhecessem além dos rótulos que o chamado Quarto Poder lhes confere, com muito empenho, diga-se de passagem. No entanto, de modo cauteloso e em alguns textos soando até como linha auxiliar, a Imprensa editou para suavizar o que ambos disseram.

Triste constatação. Na Terra do Patrono das Comunicações a Imprensa acostumou-se tanto a baixar a cabeça, que não consegue mais enxergar um palmo diante do nariz – com as exceções de sempre, que não enchem Kombi.

Mato Grosso é o paraíso da oposição confiável. Dificilmente surgem debates que reviram as entranhas dos debatedores, como Fábio Garcia fez com Janaína Riva fazendo alusão àquilo que ele chamou de berço corrupto, para bancá-la, enquanto suas filhas vivem às custas de seu trabalho honrado. Pobre Imprensa desconfigurada pelo longo período de subserviência. Pobre leitor mato-grossense.

Que o Marechal Rondon não se revire no túmulo, que um dia será no memorial a ele dedicado em Mimoso. Descanse em paz nosso herói. O título de Patrono das Comunicações que o Brasil lhe deu não o desmerece, pois apesar da fraqueza que avança sobre a categoria dos comunicadores, alguns não se deixaram contaminar. Eu sempre o vi e continuarei a vê-lo no imaginário panteão  sonhado pela sabedoria popular para reverenciar os grandes vultos nacionais e mato-grossenses, e onde Tiradentes o recepciona e assegurou espaço aos que se foram a exemplo de Juscelino Kubitschek, Santa Dulce dos Pobres, Garrincha, Ana Neri, Plácido de Castro, Dr. Zerbini, Ruy Barbosa, Carlos Drummond de Andrade, Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, Luiz Gonzaga, César Lattes, Nelson Gonçalves, Pelé, Eduardo Gomes, Lupicínio Rodrigues, Teixeirinha, Assis Chateaubriand, Roberto Marinho, Duque de Caxias, Éder Jofre, Maria Esther Bueno, Ayrton Senna, Régis Bittencourt, Martha Rocha, Tião Carreiro, Zito, Didi, Manga, Djalma Santos, Gilmar dos Santos Neves, Bellini, João do Amaral Gurgel, Chiquinha Gonzaga, Ângela Maria, Bento Gonçalves, Emilinha Borba, Hebe Camargo, Inezita Barroso, Barão de Mauá, Delmiro Gouveia, Agnaldo Timóteo, Sílvio Santos, Bernardo Sayão, Lúcio Costa, Israel Pinheiro, Dom Hélder Câmara, Padre Cícero Romão Batista, Zagallo, Dorival Caymmi, Jorge Amado, Tancredo Neves, Getúlio Vargas, Clara Nunes, Elis Regina, Luiz Vieira, Ataulfo Alves, João Pacífico, Edwina Andrade, Chico Anysio, Nana Caymmi, Jô Soares, Elza Soares, Cora Coralina, Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira Barroso, Couto Magalhães, Feliciano Moreira da Costa, Gabriel de Souza Guimarães, Joaquim Sérgio dos Santos, Gabriel Ferreira de Jesus, Lício Gomes Ferreira Mendes, Samuel Infantino, Davino Leopoldino de França, Armindo Santana Dias, Rafael Fortunato de Campos, Mário Pinho de Arruda, Aleixo Marcelo Campos, Luiz Geraldo da Silva, Jacinto Silva, Roberto Campos, Norberto Schwantes, Pastor Gustavo Bringsken, Padre Geraldo, Cacique João Garimpeiro, Irmã Adelis, Eurico Gaspar Dutra, Zacarias Mourão, Filinto Müller, Tereza de Benguela, Rosalina de Jesus Maciel (Baiana), Walter Fidélis, João Balão, Lázaro Papazian, Irmã Luiza, Attílio Giordani, Dom Camilo Faresin, Padre Ezequiel Ramin, Antônio Paulo da Costa Bilego, Coronel José Meirelles, Ernani Martins, Dunga Rodrigues, Padre Raimundo Pombo, Maria Dimpina Lobo Duarte, Dom Pedro Casaldáliga, Ênio Pipino, Ivo Cuiabano Scaff, Ariosto da Riva, Zé Paraná, Claudino Francio, José Aparecido Ribeiro, Valdon Varjão, Aroldo Marmo de Souza, Cezalpino Mendes Teixeira, Homero Alves Pereira, Dante de Oliveira, Joaquim Nunes Rocha, Anfilófio de Souza Campos, Amauri Furquim, Frederico Campos, Rubens Rezende Peres, Gilson de Barros, Alair Álvares Fernandes, Daniel Meneghel, Guilherme Meyer, Luiz Elias Abdala, Mário Juruna, Monsenhor Celso Duca, Sinjão Capilé, Frei Quirino, Joanice Pierini, Martha Arruda, Marinho Franco, João Alves de Oliveira, Liu Arruda, Lídio Magalhães, Márcio Cassiano da Silva, José Salmen Hanze (Zé Turquinho), Ana Matielli, Arolda Dueti, Adney Pimenta, Gervásio Azevedo, Raimundo Costa Filho, Hermínio Ometto, Gilberto Silvério de Almeida (Gil), Alcino Manfroi, André Maggi, Dario Hiromoto, Ivens Cuiabano Scaff, Munefumi Matsubara, Clóves Vettorato, Olacyr de Moraes, João Petroni, Wolfgang Dankmar Gunther Hornschuch, Cacique Aritana Yawalapiti, Iosihua Matsubara (Paulo Japonês), Padre João Bosco Penido Burnier, Lourdes Martins e outros cujas memórias temos que reverenciar.

Tenha fé, Marechal Rondon. Com a bênção de Deus a próxima edição será melhor.

Comentários (1)
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  • Yael Botelho

    Você tem razão, Eduardo.
    Não enchem uma Kombi!