Arica é bem ali, mas falta pavimentação

Eduardo Gomes

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Não se trata de uma estrada para Vila Bela da Santíssima Trindade, mas do avanço de uma das rotas do Corredor Bioceânico Atlântico-Pacífico, de interesse nacional e importantíssimo para Mato Grosso. Assim é a MT-199, que será pavimentada num trecho de 40km de Vila Bela rumo à fronteira boliviana. O anúncio da obra é um passo a mais para tirá-la do papel, onde hiberna há anos, pela indiferença do governo mato-grossense com a saída pelo porto chileno de Arica, no Pacífico.

Em Vila Bela, no dia 19, para o aniversário de 273 anos da cidade que foi a primeira capital mato-grossense, o governador Mauro Mendes (União) anunciou que no próximo dia 31 sai a licitação para pavimentar 40 km num trajeto de 78 km até a fronteira. O restante nem Deus sabe quando será executado. A rodovia é parte da malha viária bioceânica, que tem um trecho de 120 km sem asfalto na Bolívia, da fronteira a San Ignacio Velasco. O percurso de Vila Bela ao porto de Arica, no Chile, é de 1.600 km. Por essa rota o tempo da viagem das commodities mato-grossenses da região Oeste, no situa-se Vila Bela, para a China, cai pela metade.

Para a consolidação da rota com trânsito intenso de carretas, será preciso seu total asfaltamento. Do lado boliviano não há recursos para pavimentar os 120 km da fronteira a San Ignacio Velasco, porém, o presidente Luís Arce deu o sinal verde para sua concessão internacional, e um grupo chinês estaria interessado.

Além do asfalto em Mato Grosso, será preciso instalar serviços aduaneiros, da Receita Federal, do Ministério da Saúde e do Ministério da Agrcultura; e postos das polícias Federal e Rodoviária Federal.

A reivindicação da ligação de Vila Bela com Arica é antiga, mas nos últimos anos, virou movimento binacional. Criou-se o Comitê Brasil/Bolívia, que é presidido por Pedro Alexandrino de Lacerda. Em 2021 Mauro Mendes sinalizou positivamente para a obra. Mais tarde o governante assegurou que daria a ordem de serviço até o final de 2024, mas recuou.


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PORTO – Vila Bela e os municípios da região querem uma saída pelo Pacífico. A produção agrícola e pecuária regional é grande, e do outro lado da fronteira, na Bolívia e Chile, há produtos que interessam ao mercado da região Oeste mato-grossense.

TÍMIDO – O compromisso de Mauro Mendes em pavimentar 40 km é tímido. Mato Grosso precisa levar o asfalto até a fronteira. Em Brasília a bancada federal não pode continuar dormindo em berço esplêndido e tem que entrar em campo em busca de concessionário para o trecho boliviano. Governo estadual e Assembleia devem ser unir pelo escoamento por Arica. À imprensa mato-grossense cabe importante papel divulgando a necessidade da consolidação do corredor e a produção em sua área de influência.

Foto: Governo do Chile