Cautela jornalística. Este o tom adotado pela mídia (com as exceções de praxe) ao noticiar a deflagração ontem (28) da Operação Miasma, da Polícia Federal, na Prefeitura de Cuiabá, e no Amazonas, Tocantins e Distrito Federal. Os policiais apuram supostos esquemas em aluguel de vans para a Saúde, e de um sistema de software para a mesma área pela administração do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). Uma névoa na informação tenta quando nada desqualificar a razão para a operação, pois os aluguéis foram feitos pela Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá, em 2023, no período em que a mesma estava sob intervenção estadual. O episódio cria uma espécie de analogia com a Operação Sanguessugas, que em 2006 desbaratou a Máfia das Ambulâncias, que comprava ambulâncias da Planam.
A Polícia Federal ainda não divulgou o balanço da operação. Mas vazou que o aluguel do software pela administração de Emanuel Pinheiro teria custado mais de 14 milhões aos contribuintes cuiabanos, sendo que o Ministério da Saúde o fornece gratuitamente aos municípios. Em nota, a prefeitura não citou o caso do software, mas apontou que o aluguel das vans foi feito pela interventoria estadual na Secretaria Municipal de Saúde. A Secretaria de Estado de Saúde não se manifestou.
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Como a Secretaria de Estado de Saúde respondia pela gestão da Secretaria Municipal de Saúde, no período da locação das vans, falar sobre essa denúncia é algo impensável para alguns órgãos de Imprensa, que não podem criticar o governo de Mauro Mendes, e nesse caso, mexer no vespeiro que é o poder do secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo.
SANGUESSUGAS – A Operação Sanguessugas desbaratou o esquema de venda superfaturadas de ambulâncias e unidades móveis de saúde para prefeituras de Mato Grosso e outros estados pela empresa encarroçadora Planam – posteriormente fechada -, da família de Darci e Luiz Antônio Vedoin, em Cuiabá, com pagamento feito por meio de emendas parlamentares federais. Esse episódio de triste memória teve o epicentro na Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) , quando seu presidente era Cidinho dos Santos, e envolveu quase toda a bancada federal e ao menos 75 prefeitos mato-grossenses, além de muitos outros de vários estados. Segundo as informações à época, a tramitação das emendas e seu desembolso eram liderados pelos deputados federais Pedro Henry, Ricarte de Freitas e Lino Rossi, à época todos filiados ao PSDB; no período, os três negaram.