Uma aliança de centro-esquerda para disputar a eleição suplementar ao Senado enfrentando o pulverizado agronegócio, a frente municipalista e o candidato de Bolsonaro, com chance de vitória. Isso é o que quer o prefeito de Rondonópolis, Zé Carlos do Pátio (SD). Quer, desde que o cabeça de chapa seja seu correligionario e deputado federal Leonardo Albuquerque, com as duas suplências em aberto para serem discutidas pelos aliados.
Esse seria o projeto de Zé do Pátio, que disputará a reeleição em outubro, de olho numa candidatura ao governo em 2022. Parte dessa articulação foi discutida entre quatro paredes, no sábado, 4, em Cuiabá – revela uma das figuras mais próximas ao prefeito. O lado silencioso e cercado de mistério seria o sonho de disputar o Palácio Paiaguás. Quanto ao nome de Leonardo, conversa franca, mas com o cuidado de sempre observar que há bons quadros entre os partidos que poderiam compor a coligação de centro-esquerda, e dentre eles, o PSB do deputado estadual Max Russi, e o MDB do cacique Carlos Bezerra, PV e Pros
Participantes do encontro ficam de bico calado numa espécie de omertà. Sete dirigentes partidários foram ao evento, e dentre eles, o presidente regional do PCdoB, Sérgio Negri. A fonte acrescentou que Zé do Pátio tem expectativa de que o número de partidos na coligação chegue a 12. Porém, alguns dos nomes citados ao Senado e que pertencem a partidos de centro-esquerda, sequer foram informados sobre o encontro, a exemplo da suplente de deputada federal Gisela Simona (PROS) e Sirlei Teis (PV).
Enquanto os participantes fazem silêncio, Leonardo rasga o verbo desde a data do encontro. O deputado destaca que tem o sinal verde do Solidariedade Nacional, que também pode ser identificado enquanto Paulinho da Força, o deputado federal por São Paulo, que comanda parte do operariado sindicalizado daquele Estado.
A fonte, de Rondonópolis, observou que Zé do Pátio avalia que o agronegócio disputará com o ex-vice-governador Carlos Fávaro (PSD), o vice-governador Otaviano Pivetta (PDT), o ex-deputado federal Nilson Leitão (PSDB) e possivelmente com o deputado federal Neri Geller (PP); que a força política ligada das irmãos Campos lançará Júlio Campos (DEM), que foi governador e senador; que a frente municipalista entrará em cena com o presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), Neurilan Fraga (PL); e que o deputado federal José Medeiros (Pode) será candidato com as bênçãos do presidente Jair Bolsonaro. Num cenário assim – avaliaria Zé do Pátio – e com outros candidatos em palanque, não seria difícil eleger Leonardo senador
Os outros candidatos – na avaliação de Zé do Pátio – seriam militantes de partidos nanicos ou pouco mais do que isso: a ex-reitora da Universidade Federal de Mato Grosso, Maria Lúcia Cavalli, cujo nome foi anunciado por Sérgio Negri antes do encontro, e que poderá ser mantido, pois os comunistas não decidem na cúpula, mas sim ouvindo o partido; o jurista Waldir Caldas (Novo), que em 2018 concorreu ao Senado recebendo mais de 71 mil votos; o servidor público aposentado Aladir Leite (PPL), que concorreu ao Senado no ano passado; o Procurador Mauro (PSOL), que disputou todas as últimas eleições; um nome do PT, partido que enfrenta desgaste pelas injunções nacionais, e que poderia entrar na corrida eleitoral ou com o ex-deputado federal Carlos Abicalil, ou com o também ex-deputado federal Ságuas Moraes; e o deputado estadual Elizeu Nascimento (DC).
ALÉM DO HORIZONTE – Com a candidatura de Leonardo, Zé do Pátio estaria mirando além do Senado para seu correligionário. O prefeito de Rondonópolis sonha acordado com o Palácio Paiaguás, mas para aplainar o caminho terá que se reeleger naquele município, que tem 153 mil eleitores e onde terá pela frente um grande desafio que atende pelo nome de Adilton Sachetti (PRB). Sachetti foi prefeito e Zé do Pátio o derrotou em sua tentativa de reeleição. O tempo passou e, segundo analistas rondonopolitanos, Adilton seria o nome mais forte para a prefeitura. Caso vença a disputa ao Senado com Leonardo, Zé do Pátio teria mais força para tentar ganhar o pleito em outubro e se tornar prefeito de seu município pela terceira vez.
Redação blogdoeduardogomes
FOTO: Flickr de campanha Leonardo para deputado federal