Sirlei Teis disputa a eleição suplementar ao Senado. Na revelação, exclusiva ao blogdoeduardogomes, nesta quarta-feira, 18, Sirlei acrescentou que tem o sinal verde – sem trocadilho – do PV Nacional e Estadual. Com ela, são três nomes que assumem a pré-candidatura sem barreiras em seus partidos: Carlos Fávaro (PSD) e Neurilan Fraga (PL). Duas dezenas de políticos de diversas siglas são citados enquanto prováveis candidatos, muito embora alguns neguem essa condição.
Em Mato Grosso o Partido Verde, de Sirlei, não figura entre os grandes partidos, e a exemplo dos demais, terá dificuldade para compor chapa suprapartidária ao Senado, devido ao grande número de concorrentes distribuídos em praticamente todas as legendas. Quanto a isso ela não vê problema, “é uma situação que será avaliada no momento certo”, observa.
Confiante que chegará preparada e fortalecida à disputa, Sirlei diz que além do apoio dos correligionários, conta com a simpatia de filiados a outras siglas e até mesmo sem filiação, que acreditam na sua capacidade para exercer mandato de senadora.
Mandato eletivo Sirlei nunca exerceu, mas foi candidata a vice-governadora em 2018 na chapa encabeçada pelo senador liberal Wellington Fagundes. Experiência na vida pública não lhe falta. Advogada e servidora estadual de carreira na área da Segurança Pública, foi secretária-adjunta Sistêmica de Segurança Pública no governo de Silval Barbosa e parte do mandato de Pedro Taques.
Combativa em defesa da mulher vítima da violência doméstica, percorre Mato Grosso proferindo palestras e participando de seminários e outros eventos nessa área. Seu posicionamento é o de uma mulher, que em determinado momento de sua vida também sofreu agressões físicas e psicológicas do companheiro.
À princípio Sirlei não queria falar sobre sua decisão. Argumentou que o PV em breve concederá coletiva nesse sentido e que esse papel cabe ao partido. Diante da insistência do repórter, ela cedeu, mas fez questão de observar que sobre a disputa ao Senado não cederá.
OUTROS DOIS – Carlos Fávaro disputou o Senado em 2018 e recebeu 434.972 votos. Lutou na Justiça Eleitoral pela cassação da senadora Selma Arruda (Pode), o que acaba de acontecer, uma vez que o Tribunal Superior Eleitoral por 6 votos a 1 cassou sua chapa por crimes de abuso de poder econômico, caixa 2 e campanha extemporânea.
Fávaro é produtor rural e presidiu a Associação dos Produtores de Milho e Soja (Aprosoja). Em 2014, pelo PP, se elegeu vice-governador de Pedro Taques (à época PDT e agora PSDB). No último ano do mandato de Taques, Fávaro renunciou para se blindar de alguma manobra do titular. Taques seria candidato à reeleição e Fávaro queria concorrer ao Senado; se Taques viajasse ao exterior, o vice automaticamente seria revestido do cargo, o que o deixaria inelegível. Não se tratou de renúncia por discordar do modo de administrar do governador, mas sim, de uma jogada preventiva orientada por advogado.
Fávaro assumiu a presidência do PSD, partido que foi formado em Mato Grosso sob a liderança do então deputado – e dono da Assembleia Legislativa – José Riva. A base do PSD tem forte predominância das chamadas Viúvas de Riva – grupo que gravitava à sombra daquele ex-parlamentar, que acumula penas em primeira instância, que somam mais de 100 anos de prisão por crimes do colarinho branco.
Neurilan preside a Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) no terceiro mandato consecutivo. Por duas vezes consecutivas foi prefeito de Nortelandia. Neurilan era filiado ao PSD, mas migou para o PL do senador Wellington Fagundes, por entender que o partido não deixaria de indicar o nome de Fávaro ao Senado.
Além do aval do PL, Neurilan recebeu um manifesto com a assinatura de 82 prefeitos de diversos partidos, indicando seu nome à disputa, em nome da causa municipalista.
DEMAIS – Duas dezenas de outros nomes são cogitados. Alguns negam que aceitariam a indicação. São eles:
PSDB – Francis Maris, empresário e prefeito reeleito de Cáceres; e Nilson Leitão, que foi vereador e duas vezs prefeitos de Sinop, deputado estadual, deputado federal e que disputou o Senado em 2018, quando recebeu 330.430 votos.
PRB – Adilton Sachetti, arquiteto e empresário rural que foi prefeito de Rondonópolis, secretário de Estado e deputado federal; em 2018 Adilton concorreu ao Senado e recebeu 333.082 votos.
PSOL – Procurador Mauro, servidor da Receita Federal e cantor de lambadão, que há mais de uma década disputa eleições estaduais e municipais em Cuiabá.
PCdoB – Maria Lúcia Cavalli, professora e ex-reitora da Universidade Federal de Mato Grosso em dois mandatos consecutivos. Maria Lúcia disputou o Senado em 2018 recebendo 172.259 votos.
PROS – Gisela Simona, chefe do Procon Estadual e advogada. Candidata pela primeira vez, em 2018 Gisela recebeu 50.682 votos para deputada federal – 33.762 em Cuiabá, sua cidade, onde conquistou a maior votação para o cargo – ficando com a primeira suplência.
NOVO – Waldir Caldas, advogado criminalista e professor universitário que em 2018 estreou na política disputando o Senado e recebendo 71.494 votos
PT – Carlos Abicalil, professor secundarista, sindicalista e ex-deputado federal.
PODE – Policial rodoviário federal, advogado e matemático, José Medeiros é deputado federal, ex-suplente de senador e ex-senador.
PP – O empresário e agronômo Blairo Maggi que foi suplente de senador, governador em dois mandatos consecutivos, senador e ministro da Agricultura. Blairo nega que pretenda disputar o Senado, mas nos bastidores se comenta que até mesmo sua chapa estaria formada tendo na primeira suplente Júlio Campos (DEM), que foi prefeito de Várzea Grande, duas vezes deputado federal, governador e senador; e com Cidinho dos Santos (PL) na segunda suplência.
Após a ventilação dessa chapa, o PL lançou Neurilan Fraga ao Senado, o que inviabiliza o nome de Cidinho. Mais: o nome do presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (DEM) entrou na lista dos prováveis candidatos, o que se confirmado deixaria Blairo sem os dois suplentes citados.
Enquanto alternativa o PP também costura o nome do deputado federal Nery Geller, que já foi suplente de deputado federal e vereador por Lucas do Rio verde.
PDT – O vice-governador Otaviano Pivetta, que é empresário, foi secretário estadual de Agricultura e cumpriu três mandatos de prefeito de Lucas do Rio Verde e um de deputado estadual.
PSL – O deputado estadual Claudinei de Souza Lopes, que é delegado da Polícia Civil e adota o nome parlamentar de Delegado Claudinei.
DEM – O presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, está em cena. A provável candidatura de Botelho poderia estar por trás da fala do governador democrata Mauro Mendes, contrário à possível entrada do vice Otaviano Pivetta na disputa.
Botelho é o único entre os pré-candidatos, que lançou sua campanha, o que se traduz em campanha eleitoral extemporânea e crime eleitoral. No final da semana passada, as redes sociais foram inundadas com um cartaz sobre sua candidatura. Mais: também nas redes sociais o cantor e compositor Pescuma lançou uma música-tema da candidatura de Boelho.
Botelho não se pronunciou sobre o cartaz e a música-tema. Caso o Ministério Público Eleitoral decida agir sobre essa situação, não faltariam elementos para denunciar o presidente da Assembleia Legislativa.
MDB – O eterno presidente regional do partido e deputado federal em quinto mandato, Carlos Bezerra, é ventilado para a disputa. Bezerra por duas vezes foi prefeito de Rondonópolis, foi governador e senador, e perdeu algumas eleições.
ARRAIA-MIÚDA – Vários nomes são cogitados, mas sem consistência. Dentre eles o deputado estadual democrata Dilmar Dal’Bosco, o deputado federal Nelson Barbudo (PSL), o ex-deputado federal Victorio Galli (Patriota), a empresária Margareth Buzetti (PP), o deputado estadual Sílvio Fávero (PSL), o deputado estadul Elizeu Nascimento (DC) e Max Russi (PSB)..
Eduardo Gomes – blogdoeduardogomes
FOTOS:
1 – Facebook de Sirlei Theis
2 – Arquivo blogdoeduardogomes
3 e 5 – Site do Governo de Mato Grosso – Divulgação
4 – Facebook de Gisela Simona
6 – Redes sociais