AMM cobra prefeitura para fazer lobby por recursos
Lobista. A Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) firmou termo de cooperação com a Prefeitura de Alta Floresta, para fazer lobby por liberação de recursos para a mesma executar obras. Ao botarem o jamegão no documento, o prefeito Asiel Bezerra (MDB) e o presidente da entidade, Neurilan Fraga legalizaram a sangria anual de R$ 179 mil dos cofres daquele município para o funcionamento da AMM.
O fato em Alta Floresta reforça a tese de que a AMM seja um saco sem fundos. Quando prefeita daquele município, Maria Izaura (2005/2012) desligou sua prefeitura daquela entidade. Asiel Bezerra, sucessor de Maria Izaura voltou aos braços da AMM em 2017 utilizando-se para tanto o artifício do termo de cooperação para a entidade elaborar projetos e cobrar recursos para sua execução. Isso pela bagatela mensal de R$ 14.925 que anualmente se avoluma para R$ 179 mil. Houve chororô na Câmara, inclusive por parte da base de sustentação de Asiel, mas o assunto foi providencialmente abafado.
O termo de cooperação, firmado em 2017 por Asiel e Neurilan, não usa a expressão lobby, nem poderia fazê-lo, mas adota o termo cobrar recursos, que em todos os sentidos da expressão é lobismo. Um jurista ouvido por blogdoeduardogomes acredita que se trata de improbidade administrativa por parte de Asiel, pois município não tem dotação para pagamento de lobista e não poderia fazê-lo jamais.

Numa entrevista na edição 2.656 do Jornal Mato Grosso do Norte – e em sua versão digital – www.jornalmtdonorte.com.br – editado em Alta Floresta pelo jornalista José Vieira, e que circula nesta segunda-feira, 7 de dezembro, o prefeito eleito do município, Chico Gamba (PSDB) faz alusão ao lobby, mas sem citar essa palavra.
Na mesma entrevista Gamba critica Neurilan, que teria – segundo ele – criado um mecanismo que impede os prefeitos eleitos em 15 de novembro de votarem para a escolha da nova diretoria e dos conselhos da AMM, e por antecipar a votação de janeiro de 2021 para 2020.
PORTO DOS GAÚCHOS – O prefeito eleito de Porto dos Gaúchos, Vanderlei de Abreu (MDB), também discorda da mudança estatutária na AMM. “Não compactuo com esse tipo de coisa, que é uma vergonha e não pode mais acontecer no Brasil“, diz Vanderlei.
O prefeito destaca que a AMM fez um cálculo para seu município desembolsar R$ 15 mil mensais para sua manutenção. Revoltado, Vanderlei observa que o atual prefeito, Baixinho Piovesan (MDB) não aceitou o valor estipulado pela entidade, e que ele também não o repassará, e que se for preciso, tira Porto dos Gaúchos da AMM.
No próximo dia 15, a AMM elegerá a diretoria que a administrará nos próximos três anos. Neurilan, mesmo sem ser prefeito desde dezembro de 2016, concorre ao quarto mandato. Seu adversário é Mauro Rosa, o Maurão (PSD), de Água Boa. O segundo mandato consecutivo de Maurão na prefeitura termina neste dezembro. Na disputa pela presidência, Vanderlei torce por ele, mas não poderá votar em razão da mudança do estatuto da AMM.
Redação blogdoeduardogomes
FOTOS:
1 – Agência de Notícias AMM – Divulgação
2 – Jornal Mato Grosso do Norte – Alta Floresta
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